Tekken 7

Tekken 7 demorou, mas chegou. Após ser lançado nos Arcades há mais de dois anos, o aguardado jogo de luta chega aos consoles. Essa demora resultou em um produto impecável em vários sentidos, principalmente no gameplay e na variedade de personagens.

Apesar de ser excelente nesses quesitos mencionados (o que sinceramente importa mais do que tudo num jogo de luta), temos um single-player que deixa um pouco a desejar.

Primeiramente, vamos explorar o que Tekken 7 oferece de modos de jogo antes de explicarmos as diferenças no gameplay quando comparado a seus antecessores. O modo que mais chama a atenção no menu principal é o história. Nele, você acompanha a história da família Mishima e finalmente entenderá a razão de Heihachi ser o que é – ou seja, ele é um pai desgraçado por algum motivo? Ou é a sua natureza?

Ao contrário dos jogos da NetherRealm Studios, o modo história não ficou muito bom, apesar de ter várias cenas bacanas. Antes de mais nada, você precisa saber o básico do que aconteceu nos outros jogos da saga para não ficar perdido. Depois, há coisas sem noção que acontecem mas que não posso detalhar por ser spoiler. Dito isso, entenda: se você é fã, provavelmente achará o modo muito bom. Caso não seja, não será ele que o fará gostar de Tekken.

Vale ressaltar que o modo história principal possui uma mecânica que ajudará os novatos ainda mais (Tekken por si só já é bastante acessível, convenhamos). Segurando um botão que você pode configurar, os quatro botões de ataque se tornam um golpe especial do personagem. Em outras palavras, você pode fazer movimentos de certa forma complicados apertando apenas dois botões.

Depois de terminar o modo história principal, você poderá conferir o capítulo dos personagens que não apareceram nele. São episódios com apenas uma luta cada e, normalmente, com histórias completamente independentes. É interessante pelo fato da Bandai Namco querer mostrar que lembrou de todos os personagens, mas da mesma forma que o modo principal, você só se interessará se conhecer o enredo dos outros títulos.

Ainda para o jogador solitário, há outros dois modos distintos. Um é o Arcade, que é idêntico ao que está disponível no Japão nas máquinas em si. Você escolhe um personagem, luta com oponentes aleatórios e no fim enfrenta um chefe. Não há uma história do personagem escolhido, no entanto. O outro modo é chamado de Batalha por Tesouro. Você luta contra inimigos infinitos e é recompensado com tesouros (itens para customizar seus personagens). Nesse modo há algumas lutas especiais no caminho que oferecem alguns itens raros, mas nada que varie muito o gameplay.

Por fim, a última opção para quem deseja jogar completamente sozinho é customizar os personagens. Há uma quantidade enorme de opções (você pode customizar várias partes do corpo e colocar itens variados nele – sendo que vários itens são bizarros) e é de certa forma divertido fazer isso. A customização é tanta que, se você for longe, só reconhecerá o seu personagem pela pose de luta.

E é isso. O jogador solitário não encontrará muita coisa a se fazer em Tekken 7. Como dito no início da análise, não acreditamos que seja uma coisa ruim, pois o lado multiplayer compensa tudo.

Tekken 7 apresenta um elenco bastante variado. O jogo conta com muitos lutadores inéditos, como a brasileira Katarina Alves, o italiano Claudio Serafino, a otaku Lucky Chloe, o árabe Shaheen, a filipina Josie Rizal, o robô/homem Gigas, Kazumi Mishima (esposa de Heihachi e mãe de Kazuya), Master Raven e, finalmente, Akuma de Street Fighter.

Todos os personagens são adições sólidas que só fortalecem o elenco. Até mesmo Akuma, que parece um alien no gameplay de Tekken, é bem-vindo, principalmente para aqueles que nunca se acostumaram com o gameplay da série, mas gostam de Street Fighter.

Em relação aos personagens clássicos, a variedade também é alta. Infelizmente, alguns favoritos dos fãs, como Anna Williams ou Julia Chang, ficaram de fora. Mas ainda assim o elenco é forte e, como Tekken possui muitos personagens espalhados por todos os seus jogos, seria difícil trazer todos. A maior decepção, talvez, é em relação aos DLCs que virão. Primeiramente tivemos Eliza, a garota vampira que apareceu em Tekken Revolution e foi bônus de pré-venda, e mais dois chegarão no futuro – e ambos serão de outras franquias dos videogames, indicando que quem esperava ver algum personagem clássico, ao menos por ora, não acontecerá. É claro: tudo isso pode mudar, pois o espaço na tela de seleção de personagens existe.

Mas mudando de assunto, vamos falar de outro modo importante num jogo de luta: o online. Em nossos testes antes do lançamento, o online rolou muito bem, praticamente sem atraso. Com o lançamento e os servidores lotados, tivemos alguns problemas com certos usuários, mas ainda assim era jogável. Como era de esperar, não pense em jogar com americanos ou europeus – é impossível.

O online possui três modos distintos: partidas ranked, casuais com salas e o torneio. O torneio é algo bem divertido e bem-vindo. São lutas organizadas em chaves e que valem dinheiro in-game (o dinheiro é obtido em vários modos, principalmente no Batalha por Tesouro, e pode ser usado para adquirir itens de customização ou itens da galeria). É possível configurar para que as lutas dos torneios aconteçam simultaneamente, dessa forma você não precisa ver luta por luta e tudo acontece bem mais rápido.

Aliás, esqueci de mencionar antes, mas o jogador solitário ainda pode conferir duas coisas no jogo: uma galeria de vídeos e imagens de todos os Tekken lançados e uma Jukebox para escutar as músicas.

Resumindo: o online é muito bom e o single-player é bom. Mas nada disso importa se o gameplay, que é a base dos jogos de luta, não for bom. E pode ficar sossegado: é ótimo. Os personagens clássicos de Tekken continuam com uma lista de movimentos similar aos jogos anteriores, porém as novas mecânicas presentes influenciam muita coisa, dando um ar de novidade.

As primeiras mecânicas novas são o Rage Art e Rage Drive. Quando seu personagem estiver com pouca vida, ele poderá usar uma dessas mecânicas gastando o seu Rage. O Rage Art funciona como um Super de qualquer outro jogo de luta: a tela congela por um instante e, se acertar, faz uma sequência de movimentos que causa bastante dano. Já o Rage Drive é um golpe melhorado cujo efeito varia conforme o personagem que você estiver usando.

Ainda temos o Power Crush, um golpe que absorve danos durante sua animação (ou seja, tem efeito de armadura). Apenas golpes baixos, agarrões ou o Rage Art podem pará-lo. Outra mecânica ainda é o slow motion quando dois golpes se encontram no final da luta: se ambos estiverem com pouca vida e os dois movimentos estão prestes a colidirem, esse efeito acontece para aumentar a dramaticidade.

Há ainda as arenas do jogo. São várias (mais de 20) e muitas delas são vivas, com transições ao longo do round e até mesmo clima dinâmico. Por fim, não podemos de deixar de mencionar Akuma, que traz consigo coisas como golpes EX, um Super Combo e outras mecânicas vindas de Street Fighter.

Tekken 7 possui gráficos muito bem feitos construídos na Unreal Engine 4. Apesar do PS4 rodar o jogo a 900p e o PS4 Pro a 1080p, o framerate é sempre fixo em 60, sem quedas, como um jogo de luta deve ser. Além disso, há um input lag de cerca de 7 frames, porém o golpe mais rápido de Tekken é 10 frames, o que não causa problemas.

Em outras palavras, Tekken 7 possui um gameplay ótimo e sem problemas técnicos, somado a um visual fora de série.

Veredito

Considerando o gameplay e multiplayer, Tekken 7 fornece o melhor: novas mecânicas, um jogo consideravelmente balanceado, uma grande variedade de personagens e até um modo inédito online. Single-player, porém, algo característico da série, deixa a desejar com poucas opções. O jogador solitário passará mais tempo customizando seu personagem do que jogando algo que não seja o Arcade.

Jogo analisado com código fornecido pela Bandai Namco.


 

Veredito

92

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Veredict

Regarding its gameplay and multiplayer, Tekken 7 provides the best: new mechanics, balance, great variety of characters and even a never before seen online mode. However, its single-player, something the series is appraised for, is a letdown. There are few options and the lone player, instead of playing them, will take his time customizing his characters.