Stranger of Sword City

Stranger of Sword City é um daqueles jogos em que apenas os que já o conhecem estão interessados por ele, dentro do nicho em que representa uma série de jogos presentes no PlayStation Vita. Para um fã do gênero DRPG (Dungeon RPG), numa plataforma em que jogos como Demon Gaze, Operation Abyss e Dungeon Travelers 2 foram lançados, Stranger of Sword City era um dos meus jogos mais esperados para o ano.

O jogo começa com o/a protagonista, criado pelo jogador, acordando num calabouço escuro, sem saber onde se encontra. Após conseguir escapar do calabouço e ser levado à cidade por Riu, uma colegial misteriosa, a história se revela. Você se encontra na terra de Escario, um mundo de fantasia separado do nosso, onde você e alguns outros humanos estão presos.

Sua jornada não para por aí. Você descobre que dentre os Strangers, os humanos que foram parar em Escario, você é um ser especial, cuja alma nunca será destruída, não importa quantas vezes for derrotado. Logo, cabe a você e ao seu grupo, montado guerreiro por guerreiro pelo jogador, a capturar Blood Crystals, oferecê-los para fortalecer um dos três representantes dos Deuses no jogo, um deles sendo a colegial Riu, e quem sabe chegar a uma solução para que todos retornem para o seu mundo.

A história, como de costume no gênero, é de ficção científica num mundo de fantasia. Existem vários tipos de raças, entre elfos e gnomos, sem contar os humanos que foram parar nesse mundo. Apesar de contar com algumas reviravoltas, porém, a narrativa nunca fica interessante. Esse não foi e não costuma ser o ponto forte dos jogos desse sub-gênero, então fica registrado que nesse quesito Stranger of Sword City mantém essa tradição.

O jogo conta com várias classes e raças para o jogador escolher e montar as mais variadas estratégias para o seu grupo. Ele também conta com o “reclassing”, que seria mudar a classe de um personagem no meio do jogo, aprendendo novas habilidades, enquanto mantém as antigas da outra classe. Cada uma tem o seu papel fixo e misturá-las traz algumas táticas bastante interessantes para o jogador.

Todo o jogo se dá na perspectiva em primeira pessoa, como nos outros jogos já citados. Exploração e batalhas se dão em primeira pessoa, enquanto a história e os diálogos passam com as artes 2D dos personagens. Arte essa que é o ponto forte do jogo. Embora existam duas opções, a original e uma que lembra mais os animes atualmente, a arte original é incrível. A atenção aos detalhes e os traços são incomparáveis, trazendo o melhor que o gênero já viu até o momento.

A trilha sonora também não deixa por menos e traz as trilhas um tanto líricas que você encontra em outro jogo da mesma desenvolvedora, o Demon Gaze. É possível desligar o vocal dessas trilhas, mas para aqueles que derem uma chance, os vocais se unem com a música e combina de forma que você pode passar um bom tempo nos calabouços apenas curtindo a música. A dublagem do jogo está apenas em japonês e ele conta com legendas somente em inglês.

Pontos positivos já citados, vem a minha maior crítica ao jogo. Dentre três jogos (Demon Gaze, Operation Abyss e Stranger of Sword City), todos desenvolvidos pela mesma empresa e lançados para o PlayStation Vita, Stranger of Sword City fica para trás. Por mais que ele traga dinâmicas positivas ao gênero, como escolhas automáticas e a possibilidade de pular todo o diálogo de batalha, fazendo com que batalhas corriqueiras durem alguns segundos, o jogo coloca ênfase num aspecto sem saber lidar com o mesmo: a dificuldade.

Sim, Stranger of Sword City traz uma dificuldade mais acentuada a um gênero já conhecido por ser bastante difícil e inóspito para iniciantes. O meu problema é que a dificuldade não é moldada de uma maneira que requer um maior cuidado do jogador ou conhecimento específico das classes, e sim que a dificuldade se esconde atrás de grinding, ou seja, enfrentar batalhas atrás de batalhas sem fim, seja para aumentar de nível ou para conseguir equipamentos melhores.

Você pode bolar uma equipe balanceada, com variadas classes e raças. Pode acertar as ações dos personagens e até mesmo conseguir equipamentos bons para certa fase. Porém, assim que você for para a próxima ou tiver que enfrentar um chefe durante o jogo, as chances de ser dizimado em poucos, ou mesmo no primeiro turno, são muito grandes. Volte para o calabouço anterior e enfrente mais inimigos. Consiga os melhores equipamentos que conseguir até aquele ponto e volte depois de algum tempo, até mesmo algumas horas.

Essa dificuldade artificial, somada a outras dinâmicas criadas para tornar este o DRPG mais “difícil” da empresa, como a possibilidade dos seus personagens sumirem depois de serem derrotados algumas vezes, torna esta experiência mais uma tarefa entediante do que uma aventura emocionante. Os pontos fortes, como a arte e a trilha sonora, não conseguem manter um jogo que, antes de tudo, precisa ter uma jogabilidade dinâmica e bem executada.

Não é de todo ruim, pois aqueles que tiverem a paciência de passar horas enfrentando as mesmas batalhas, enquanto experimentam novos personagens, ou aqueles que insistirem em ver a história até o final irão aproveitar o jogo. Se você começar a achá-lo entediante, deixe-o de lado e volte depois de alguns dias, pelo menos você vai estar revigorado para encarar o que o jogo requer do jogador. No total, cerca de 35 a 40 horas são o necessário para finalizá-lo, sem contar o conteúdo adicional.

Se você procura uma oportunidade para experimentar esse sub-gênero, jogue Demon Gaze no PlayStation Vita, ou mesmo Wizardry: Labyrinth of Lost Souls para o PlayStation 3. Se você busca um pouco mais de dificuldade, vá com Operation Abyss: New Tokyo Legacy ou Dungeon Travelers 2, ambos de Vita. Se você busca algo novo, saiba que Stranger of Sword City não está para brincadeira, ou espere Ray Gigant, outro jogo da mesma desenvolvedora que deve ser lançado em breve.

Veredito

Stranger of Sword City traz uma arte deslumbrante, uma trilha sonora memorável, mas uma dificuldade artificial muito mal planejada. Para fãs do gênero, talvez valha a pena conferir, mas para iniciantes, talvez seja melhor procurar outras opções mais amigáveis.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.

Veredito

70

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