Soul Calibur é uma série prestigiada, desde sua aparição original com Soul Edge/Blade. Mas foi com o primeiro jogo com o nome de Soul Calibur, principalmente no Dreamcast, que a sua fama surgiu.
Após quatro títulos, Soul Calibur V é lançado com a esperança de agradar os fãs exigentes e também conquistar novos.
A primeira coisa que precisa ser dita e é até destacada na box do game é a presença de Ezio Auditore, da série Assassin’s Creed. Como aconteceu no segundo e no quarto jogo, Ezio é o “convidado especial”. Os fãs – reclamões como sempre – não aprovaram, de maneira geral, a presença dos convidados de “Star Wars” em SCIV. Porém, Ezio encontra-se aproximadamente na mesma época do jogo (a história de SCV se passa em 1600~, enquanto que a de Ezio 100 anos antes) e se encaixa perfeitamente com a temática, ao contrário de jedis e siths. Além de se encaixar, seus movimentos ficaram muito bem representados. Ele ataca com sua Hidden Blade, com a espada, com o crossbow e assim por diante.
Soul Calibur V possui um modo história, algo que os outros jogos substituíam por um “Weapon Master” (SCII), por exemplo. Ela possui algumas cutscenes bem feitas, mas a grande maioria da história é contada através de cenas paradas desenhadas, infelizmente. A história em si também é bem banal e simples, focada em Patroklos tentando salvar sua irmã Pyrrha, enquanto tenta entender como usar a Soul Calibur (espada). Apesar de ser interessante (e ter uma bela música de encerramento, disparada a melhor canção do jogo cantada por Jillian Aversa), o modo é simples, curto e sem inovações. Todas batalhas são iguais e algumas notam-se que só existem para deixar o modo um pouco mais longo. Os modos diferentes dos outros jogos, com situações variadas nas lutas, eram bem mais divertidos e atraentes. Você não terá vontade em jogar a história duas vezes.
O jogo também adiciona elementos novos ao gameplay da série. Uma de suas principais características, o “Guard Impact” (“parry”), foi completamente renovado. Agora, Soul Calibur V possui um sistema de “barras especiais”, podendo chegar até o nível 2. Com ela preenchida, é possível executar golpes especiais, mais fortes (chamados “Brave Edge”) e também espécies de “supers” (“Critical Edge”) que tiram, em média, metade da vida se forem acertados isoladamente (não em combos). A barra também permite a execução do Guard Impact da mesma maneira que conhecemos, mas como depende dela, não é sempre que podemos executá-lo. Para isso, foi inserido algo ainda mais difícil de ser executado: “Just Guard”. Pressione de leve e rapidamente o botão de defesa, no momento que o golpe ia acertá-lo, e você terá frames de vantagem para atacar o seu adversário.
Além de tudo isso mencionado, o resto permanece bastante semelhante. Ainda há golpes horizontais e verticais, chute, agarrões, etc. É possível andar por todo o cenário, mas há uma pequena novidade chamada “Quick Move”: pressione para cima ou para baixo duas vezes bem rápido, e você se esquivará de um golpe vertical. Um “vento” indica que o movimento foi feito com sucesso.
Soul Calibur V foi feito pensando no lado competitivo e isso é inegável. Quem busca uma experiência single-player, se desapontará. Além do modo Story e um Arcade bem ruinzinho (nem finais para os personagens existem nele), temos o Quick Battle. Esse modo simula o online, mas jogando contra a CPU. Vença e obtenha o título daquela CPU que você venceu. Há coisas interessantes aqui: como a Kayane (uma famosa jogadora da França) e até mesmo o produtor da série Tekken, Harada, que usa o estilo de “Devil Jin”. Se ganhar dele, poderá usar esse estilo na criação de personagens.
Falando em criação de personagens, este modo já característico da série está de volta e com diversas opções. Você se admira com que é possível criar. Se der uma olhada em fóruns, verá diversos personagens – e até “coisas sexuais” digamos – sendo criadas. É divertido e quem gosta de criar personagens, passará horas aqui. O jogo permite (se você acessar a XMB) tirar foto de seu personagem e salvá-la em PNG, para mostrar aos seus amigos. Uma característica que o PS3 possui e poucos jogos usam.
O Training Mode é, de longe, um dos melhores já feitos nos jogos de luta. Todas opções que você imagina para ele estão aqui. Há diversas formas de customização das opções e há, inclusive, uma espécie de tutorial que ensina as melhores opções de ataque de seu personagem e como se manter a salvo se for bloqueado.
O single-player é focado nisso que foi mencionado. Obviamente, há um modo Versus, mas o online de SCV é que agrada. Além de Ranked e Player Matches (que podem ser vistos por outros jogadores), e uma opção de ver as suas estatísticas e as dos seus “rivais” (registre 3 amigos seus para isso), você pode jogar em uma espécie de Coliseu que possui todas as grandes cidades do mundo (São Paulo está inclusa). O problema é que é um tanto quanto deserto este modo (ele não fornece troféus e a sala brasileira sempre está vazia), mas a ideia é ótima, pois existe um ranking para a sala e é possível participar de campeonatos dentro dela.
Outra novidade (para a série) é a possibilidade de salvar replays de suas lutas online. Mas além disso, você pode salvar e transformar o arquivo em formato “.mp4” (basta apertar Start para ver o replay). O jogo rodará o vídeo e começará a gravação. O vídeo salvo estará na XMB e você pode compartilhá-lo. Um exemplo disso encontra-se abaixo:
Soul Calibur V… Por um lado, ele não possui um modo história interessante, há personagens que são inexplicavelmente inutilizados (Kilik, Edge Master e Elysium são “random”, ou seja, a cada round eles apenas imitarão um personagem aleatoriamente – quem usa um personagem assim?), e é, enfim, limitado e repetitivo para o single-player. Mas para quem busca o lado competitivo, é um prato cheio: online completo com diversas possibilidades, Training Mode vasto, muitas novidades nas mecânicas a serem aprendidas, personagens novos com estilos novos, cenários bonitos e com músicas idem. E a inclusão de Ezio, além de chamar a atenção dos fãs de Assassin’s Creed, foi ótima. Cabe a você decidir onde você se encaixa: se for um jogador solitário, desista; caso tenha amigos virtuais ou reais, será diversão garantida.
— Resumo —
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Ezio Auditore
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Modo online completo
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Training Mode cheio de opções
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Criação de personagens
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Trilha sonora
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Pleno uso das funções do PS3 (gravação de replays, fotos e custom soundtrack)
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Story Mode
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Três personagens “random” sem justificativa
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Arcade Mode simples ao extremo
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Experiência single-player limitada e repetitiva