A Insomniac Games é conhecida por séries famosas e amadas como Ratchet & Clank, Spyro the Dragon e Resistance. Dessa vez, com Song of the Deep, a desenvolvedora traz um projeto menor e mais íntimo, inspirado pela filha de um de seus diretores, Brian Hastings. O resultado foi um jogo de ação e aventura leve, estilo metroidvania, com quebra-cabeças criativos e mecânicas interessantes.
A história, embora traga certa carga dramática e algumas mensagens positivas, é simples e possui alguns clichês. Seu desenvolvimento é narrado com base em pontos específicos e nas ações e regiões que o jogador explora. Você controla uma garotinha chamada Merry, filha de um pescador que um dia sai para trabalhar e não volta.
Merry então constrói um pequeno submarino com algumas peças da oficina de seu pai e parte em sua busca em uma aventura debaixo d’água. No caminho, como é de se esperar, a garota acaba envolvida em algo muito maior, tendo que encontrar coragem para enfrentar inimigos e regiões perigosas, além de desvendar o mistério envolvendo uma civilização perdida, que ela conhecia somente dos contos de seu pai.
Pelo fato de a aventura acontecer debaixo d’água, as mecânicas do jogo trazem uma dinâmica diferente, com o jogador tendo que se adaptar à imprecisão de se navegar pelo oceano, podendo se movimentar livremente em 360º. Sua arma principal é uma garra retrátil, útil tanto para interagir com o ambiente quanto para atingir inimigos. A imprecisão na mira acaba sendo um desafio adicional, tornando-se incômoda somente em poucos momentos.
Por ser um metroidvania, existe um mapa extenso a se explorar, com algumas regiões disponíveis à medida que Merry encontra partes adicionais para acoplar ao navio, dando oportunidade a novas armas e formas de interação. Tudo isso é adicionado gradativamente, oferecendo sempre uma sensação de novidade. Apesar de amplo, a navegação e o backtracking pelo mapa não chega a ser entediante, existindo alguns pontos de transporte rápido colocados em cada região do jogo.
Há uma variedade baixa de inimigos, mas cada um possui características de ataque e formas de abordagem distintas, todos baseados em seres marinhos. A dificuldade fica um pouco acima da média, exigindo atenção do jogador, principalmente nas partes finais, em que os inimigos aparecem em pequenas hordas. Morrer, entretanto, não é muito punitivo, com o jogador voltando ao último checkpoint. Há também a presença de chefões, embora estes encontros sejam poucos e deixem um gostinho de quero mais.
Um dos pontos que mais gostei em Song of the Deep foram seus quebra-cabeças. Não são muitos, mas a maioria é criativa e tem uma dificuldade média. Os quebra-cabeças que utilizam mecânicas com luzes e espelhos parecem à primeira vista intimidadores, mas uma vez entendida a mecânica se mostram bem criativos. Um porém é com relação à precisão que alguns exigem, com o controle não muito bem adaptado a eles.
Outro ponto positivo do jogo são os gráficos, muito bonitos e cheios de detalhes, explorando bem a temática de fundo do mar. Apesar de ser um jogo 2D, a desenvolvedora faz o uso de arte com camadas para representar elementos em vários planos. O jogador atento irá gostar dos pequenos detalhes colocados para dar vida ao cenário do jogo, com diferentes animais marinhos navegando em segundo plano.
O jogo está localizado com legendas em português do Brasil, que estão bem adaptadas, apesar de ser utilizada uma fonte muito pequena. Infelizmente, como apontado por um usuário em nosso canal do Youtube, o preço do jogo foi reajustado na Store Brasileira para R$ 119,99, provavelmente devido a uma edição física que foi lançada. Desse modo, fica a recomendação de comprá-lo na Store Americana (15 dólares).
Veredito
Em suas oito horas de jogo, Song of the Deep traz uma boa diversão, com um level design criativo e ação e desafio na medida certa. É uma pena que o preço aplicado na Store brasileira possa afugentar muitos jogadores. Recomendo que comprem na Store americana ou aguardem uma promoção.
Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.