Skylar & Plux: Adventure on Clover Island

O mercado tem sofrido bastante com a escassez de jogos em plataforma 3D desde que chegamos na nova geração de consoles. Recentemente, estamos presenciado a ressurreição dos 3D plataformers com o lançamento e anúncio de jogos como Yooka-Laylee, Crash Bandicoot N’Sane Trilogy, Sonic Forces Knack 2. Junto a todos estes, temos Skylar & Plux:Adventure on Clover Island, que tenta nos trazer de volta a nostalgia do início da era 32 bits ao se inspirar em diversos títulos da velha guarda.

O enredo do jogo gira em torno de Skylar, uma gata que é capturada e transformada em cyborgue por CRT, uma inteligência artificial maligna que deseja utilizá-la como uma de suas armas para dominar a galáxia. Antes que CRT pudesse concluir o serviço, Skylar é libertada por Bob, seu braço biônico, que ajuda a gata a fugir em uma nave espacial. Ambos acabam chegando em Clover Island, onde encontram Plux, uma coruja falante que resolve se unir a eles para acabar com os planos de CRT de destruir aquele planeta.

Para impedir a destruição de Clover Island, o estranho trio terá de reunir os Fuses, três células de energia que alimentam o Sifão, uma máquina gigante construída por uma raça desconhecida e que dá vida a todo aquele planeta. Além disto eles precisarão libertar os Loah, uma raça de seres que parece ser feita de algodão doce, que estão sendo presos e escravizados por CRT para os mais diversos fins. 

Como é possível de se ver, a história do jogo toma como fonte de inspiração jogos como Ratchet & Clank e Jak and Daxter The Precursor Legacy, mas não espere uma profundidade tão grande quanto a dos jogos aqui citados. O enredo é bastante simples e clichê e não procura explicar tudo o que acontece na tela. No entanto, tal empecilho é contornado com os diálogos feitos ao longo do jogo, que são bem engraçados e divertidos. Aqui quem rouba a cena é o próprio CRT, o antagonista, que assim como Handsome Jack da série Borderlands ou Glados em Portal, contacta o jogador a todo instante para longas e hilárias sessões de conversas, seja para comentar algo feito pelo jogador, ou para enaltecer a sua própria imagem. Já Skylar, a protagonista, é muda e quem fala por ela é seu parceiro, Plux, que faz diversas piadas e trocadilhos (sem muito sucesso) ao longo do jogo, sendo impossível não comparar a dupla com Jak e Daxter em seu primeiro jogo. A dublagem é muito boa, e as vozes combinam muito bem, porém, infelizmente, não existem legendas ou dublagens em português do Brasil, o que pode se tornar um problema para quem não é familiarizado com a língua inglesa.

No comando de Skylar, o jogador é capaz de fazer uma diversidade de movimentos como desferir uma sequência de três golpes, pular, realizar um pulo duplo e um golpe giratório. Além disso, Skylar, semelhante à Ratchet, pode se prender a orbes flutuantes com seu braço por meio de um feixe de energia e balançar de um ponto a outro. Ao longo do jogo é possível encontrar artefatos que garantem novas habilidades a Skylar, como uma mochila a jato que nos garante o poder de planar no ar por alguns segundos, ou atingir alturas mais elevadas, e que é essencial para saltar entre as diversas plataformas ao longo do game. Também adquirimos uma esfera que pode deixar o tempo mais lento ou fazer com que o estado de uma determinada área regresse à forma que era há anos atrás, como uma espécie de viagem no tempo. E por fim, temos a luva magnética, com a qual podemos manipular objetos de metal, lançar inimigos uns contra os outros e nos prender em determinadas superfícies.

Diferente de Clank ou Daxter, Plux, o fiel ajudante de Skylar não tem nenhuma funcionalidade a não ser conversar com o CRT durante os diálogos e fazer comentários durante as diversas regiões do jogo. Isto gera certo questionamento sobre a sua necessidade, afinal os desenvolvedores poderiam ter feito com que Skylar pudesse falar e cortado completamente o seu “ajudante”. Talvez sua existência seja apenas para fazer com que o jogo se pareça ainda mais com os já citados aqui.

Skylar possui uma barra de vida que pode ser melhorada caso o jogador encontre, e liberte, uma determinada quantidade de Loah’s que ficam espalhados pela ilha, presos em gaiolas de metal. Para abrir estas gaiolas o jogador terá de gastar 100 cristais, que podem ser encontrados espalhados por cada canto do cenário ou obtidos ao se derrotar um inimigo. Tais cristais servem como moeda do jogo e também regeneram a saúde de Skylar ao serem coletados, e não é necessário nenhuma preocupação em coletar todos, pois eles sempre dão respawn assim que o jogador deixa aquela área. Uma vez libertada a quantidade requirida de Loah’s, basta falar com a anciã que habita a zona inicial do jogo que você receberá um upgrade em sua vida.

Os inimigos do jogo são robôs desenvolvidos por CRT, que estão espalhados por toda a ilha. É possível derrotá-los de várias formas graças à quantidade de habilidades que Skylar tem a seu favor. Infelizmente, não existe diversidade nos inimigos, havendo apenas três tipos: Um que possui o formato de uma pequena TV com pernas que salta em sua direção, e outros dois que atiram mísseis ou desferem tiros de metralhadora. Sua inteligência artificial é nula e mal oferecem alguma ameaça ao jogador, a menos que existam dezenas de inimigos agrupados em um só local.

A ilha em que o jogo se passa é dividida em 4 áreas, uma inicial e outras três que você precisa visitar em busca das células de energia. Cada uma possui diversos tipos de biomas para serem explorados pelos jogadores, desde grandes montanhas congeladas a até desertos de areia quente. Cada uma das áreas é como se fosse um pequeno mundo aberto, com diversos locais secretos com cristais ou Loah’s para se coletar, e é necessário passar por uma pequena tela de carregamento entre uma zona e outra. Em cada um destes locais o jogador terá que usar os seus equipamentos para realizar alguns puzzles para avançar pelo cenário, os quais são bastante amigáveis e exigem muito pouco de raciocínio por parte do jogador.

O game possui ambientes com belíssimos gráficos que, em minha opinião, deixam diversos títulos AAA para trás, com um perfeito sistema de iluminação, uma paleta de cores muito bem selecionada e ambientes de tirar o fôlego. É de se elogiar a qualidade técnica investida neste quesito, visto que é um jogo desenvolvido por uma empresa independente. A direção de arte merece aplausos pela criação de cada um dos biomas do jogo, muito bem variados e detalhados. Não existem delays de renderização e em momento algum o jogo peca em sua ambientação, garantindo ao jogador uma experiência bastante agradável enquanto transita pelo cenário. Durante diversos momentos é possível parar apenas para observar os seus arredores e se impressionar com cada lugar que é visitado.

A trilha sonora também não deixa a desejar e conta com um acervo muito bom de músicas para cada uma das áreas visitadas no jogo. São lindas composições, orquestradas pelos mais diversos tipos de instrumentos e que aumentam ainda mais a imersão durante o gameplay.               

Dentre tantos aspectos positivos Skylar and Plux: Adventure on Clover Island infelizmente acaba pecando em alguns pontos importantes para um jogo de seu gênero. Sua dificuldade é praticamente nula, não havendo nenhum desafio real para o jogador durante o game. Os inimigos são inofensivos e não existe um balanceamento das próprias habilidades de Skylar. Um exemplo disto é a possibilidade de reutilizar o poder que “para” o tempo a quase todo instante. O período de espera para reutilizar a habilidade é bastante curto e isto é válido para todos os outros equipamentos de Skylar. Basta apenas um simples golpe para acabar com os inimigos e o uso constante de tais habilidades faz com que o jogo seja um passeio no parque para qualquer um.

A ausência de boss fights ao final de cada área também agrava a situação da dificuldade, pois o game só conta com uma única batalha contra chefe, que acontece ao final do jogo. Este último é bastante raso e clichê, e não é nem um pouco gratificante ao jogador, nem sequer oferece a possibilidade de uma continuação.

Outro grande problema está na duração do jogo. Acredite ou não, é possível finalizar 100% do game em apenas duas horas e trinta minutos. Não existe nenhum fator replay no game, a menos que se deseje encontrar algum Loah que ficou para trás em alguma das áreas já concluídas. A própria coleta dos cristais para libertar os Loah é questionável e está ali apenas para regenerar a saúde de Skylar, pois os mesmos ressurgem e nunca estarão em falta no bolso do jogador. Não existem outras recompensas ao se explorar o cenário, muito menos por cumprir determinados objetivos, o que faz com que o jogo seja vazio no seu propósito. Ainda existem pequenos bugs que podem incomodar durante o gameplay, como rios de lava que não causam dano à personagem e problemas com o controle de câmera durante algumas áreas.

 

Veredito

Skylar & Plux: Adventure on Clover Island é um jogo bastante divertido, com ambientação, gráficos, visuais e trilha sonora impecáveis que trazem de volta a nostalgia dos antigos jogos de plataforma 3D. Este jogo merece ser conferido por todo amante do gênero, entretanto, problemas como sua curta duração, ausência de desafio e pouca quantidade de boss fights podem tornar o game não tão atrativo em relação a seu preço. Apesar de tudo, é um jogo com um potencial gigantesco e uma sequência pode preencher as lacunas que faltaram neste primeiro capítulo.

Jogo analisado com código fornecido pela desenvolvedora.

 


 

Veredito

70

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Veredict

Skylar & Plux: Adventure on Clover Island is a fun game, with great visuals and soundtrack that recall the 90’s 3D platformers. If you love the genre, you should give it a try. However, there are problems: it is short, easy and has only a few boss battles (considering its price). Overall, there is a potential here for a sequel that could fix these problems.


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