Depois do lançamento de Guitar Hero para Nintendo DS, a Harmonix logo recebeu pressões para um lançamento de um Rock Band portátil. E quando nós menos esperávamos, é anunciado Rock Band Unplugged, título exclusivo de PSP. O subtítulo “Unplugged” se refere ao fato do jogo não possuir nenhum acessório para jogar (diferente de GH On Tour que tem um acessório que se assemelha ao braço da guitarra para anexar no DS).
Logo quando você liga o jogo, repara em sua enorme semelhança com Rock Band 2: tudo em Unplugged é igual a ele. Os menus (e seus sons), certas opções (como as no “Modify Game”), escolha de músicas e o modo Tour, por exemplo. Não que o modo Tour seja idêntico, na verdade é pelo menos a metade (em duração), mas com todas as cidades e suas localidades (como New York, London, Madri e até o nosso Rio de Janeiro!). A lista de músicas é também a metade (41 contra 84 de RB2). A lista se resume a algumas músicas de RB2 mais outras de DLCs, além de algumas músicas exclusivas (não mais, já que todas elas já estão disponíveis para download para os RB de consoles). Alguns artistas são AFI, Alice in Chains, All-American Rejects, Blink-182, Bon Jovi, Foo Fighters, Jackson 5, The Killers, Nirvana, Pearl Jam, The Police, Queens of the Stone Age, System of a Down e The Who. Lembrando que, assim como nos consoles, você pode comprar novas músicas (DLC) para o jogo, e pela primeira vez, direto do PSP (não necessitando do PS3 para a compra e transferência).
O inovador do jogo, além de poder jogar Rock Band em qualquer lugar, é mesmo a possibilidade de jogar com qualquer instrumento a qualquer momento. Isso mesmo, você está jogando com certo instrumento em uma música e você pode mudá-lo quando bem desejar! Desta vez são somente quatro notas (vermelho, amarelo, verde e azul) e basta apertar o botão correspondente para acertar a nota (em todos os instrumentos são assim). A nota vermelha é o botão direcional para esquerda, a nota amarela é o botão direcional para cima, nota verde é triângulo e nota azul é círculo. O botão direcional para baixo ou o X servem para ativar o Overdrive (energia ganha com notas brancas e que dobra o valor do multiplicador de pontos). Atenção: Não se assuste caso ver uma barra laranja junto com as notas (para quem não sabe: barra laranja nas notas é o pedal da bateria)! Aqui ela só existe para auxiliar o jogador quando tiver mais de uma nota junta (caso sejam uma do lado da outra, a barra não aparece).
As quatro “esteiras” (baixo, bateria, microfone e guitarra, da esquerda para direita) aparecem na tela e você escolhe com qual você quer jogar e divirta-se. Mas não é bem assim: Isso só funciona caso você entre no Extras e em Warmup Mode, que as notas correm em todos os instrumentos e você joga somente no que você quer. No modo Quickplay e no modo Tour fica um pouco mais complicado: você é obrigado a jogar com todos os instrumentos. Você começa com um instrumento e logo a sua “esteira” ganha uma borda realçada, chamada de fase do instrumento. Assim que acabar com as notas que estão nessa fase, outro instrumento terá sua fase: você deve apertar L ou R para mudar rápido de instrumento e terminar essa nova fase. E no final, você tocou toda a música e revezado com todos os instrumentos. Para alguns pode ser um pouco chato, e eu até concordo, caso você queira jogar somente com seu instrumento favorito e avançar na carreira ao mesmo tempo, mas convenhamos que seja um jeito “democrático” para se aproveitar igualmente os quatro instrumentos do jogo (com exceção das partes de “solo”, que você é jogado para a “esteira” correspondente sem poder mudar. Nesse momento a “esteira” fica azul).
Um novo modo interessante é o Band Survival Mode, que a principio é o Warmup Mode, mas com a diferença de que as notas de todos os instrumentos são contadas ao mesmo tempo, então cuide de todas as “esteiras” para que nenhum instrumento falhe. Bem desafiante e divertido. É ótima a idéia de jogar Rock Band em qualquer lugar, mas isso teve um custo muito alto: o jogo não possui nenhum modo multiplayer, nem mesmo online. O título sempre foi sinônimo de reunir os amigos (tanto local como online) para se divertirem e se sentirem como uma banda, mas aqui tudo parece muito artificial. Nem é pelo fato de não possuir acessórios e tocar as notas apertando simples botões, mas sim de não ter essa relação multiplayer.
Os gráficos do jogo até que são muito bons (mesmo que as imagens da análise não atraem, acredite, no portátil fica bem mais bonito). Por outro lado, esses gráficos são inúteis, já que você não terá tempo para ver as animações de fundo por culpa das notas (e enquanto no console servem como uma bela distração para os que estão assistindo, aqui só você assiste… Ou melhor, nem você assiste). O som deixa a desejar um pouco, por culpa das fracas caixas de som do PSP (como em todo portátil). Se você tiver um fone de ouvido, ajuda bastante. Mas não que as caixas de som do PSP sejam ruins, pelo contrário, são perfeitas, mas enquanto o som é extremamente nítido, ele também é muito baixo (ainda mais compartilhando em quatro sons diferentes, para cada instrumento… O som do baixo, por exemplo, é quase imperceptível sem usar fone de ouvido).
Enfim, Rock Band Unplugged é um título obrigatório para os donos de PSP que tenham um Rock Band para console, ou que seja amante da música, ou até mesmo para aqueles que querem se aventurar em sua primeira experiência “video-game musical” (mas deixo um aviso: o verdadeiro
Rock Band é muito mais do que Unplugged). Harminix, estamos ansiosos para um próximo Rock Band para PSP, desta vez com modo multiplayer, som mais alto e, se possível, acessórios!