Quando a Harmonix arriscou pela primeira vez no mundo da música com Guitar Hero (exclusivo para PS2), ninguém acreditava que seria um grande sucesso e conhecido no mundo todo. Depois da segunda versão, a Harmonix mudou de distribuidora (da Actvision para a Electronic Arts) e arriscou novamente com Rock Band, que desta vez não teria suporte somente para a guitarra ou baixo como era em Guitar Hero II, mas sim também uma bateria e um microfone, para completar a experiência de uma banda de rock. E não é que ela acertou novamente? Rock Band fez um tremendo sucesso, tanto quanto seu agora rival Guitar Hero (que na época estava na terceira versão). Um ano depois do primeiro Rock Band, é lançado Rock Band 2 e a Actvision, que não quis ficar para traz, implementou a bateria e o microfone em Guitar Hero: World Tour. A batalha foi difícil, mas quem se saiu melhor foi Rock Band 2, e agora você confere a análise de um dos melhores jogos musicais de todos os tempos.
Vou começar pela jogabilidade: se você já jogou algum Guitar Hero ou até mesmo o primeiro Rock Band, saiba que o sistema de jogo é o mesmo. No caso de guitarra e baixo, aparece uma “esteira” na tela que corre verticalmente para baixo que passarão até cinco notas coloridas (mais precisamente são verde, vermelho, amarelo, azul e laranja). Segure o botão correspondente no seu controle de guitarra e use o botão de palheta para tocar a nota. Na bateria, são quatro notas (vermelho, amarelo, azul e verde) e uma barra laranja. Quando a nota chegar ao indicador, bata o pad da cor correspondente com a baqueta para acertar a nota. A barra laranja é a nota para o pedal da bateria. No microfone, aparece uma “esteira” na horizontal que corre da direita para a esquerda e que tem um medidor de timbre: Conforme o jeito que você canta, o medidor sobe e desce na “esteira”. Nessa “esteira” aparecerão uns caminhos verdes e a letra da música na parte inferior. Basta manter o medidor nesses caminhos para acertar as notas do vocal. Depois de ler esse parágrafo, fica mais fácil compreender como funciona quando se vê somente uma imagem ou um vídeo, não é?
Ainda sobre a jogabilidade temos o Overdrive. Para quem conhece o Star Power de GH, é a mesma coisa. Em certas partes da música, aparecem notas em branco ao invés da determinada cor (ou um caminho amarelo para o microfone). Isso acumula energia, que é indicada em uma barra logo abaixo dos indicadores das notas, junto com o multiplicador de pontos. Quando chegar à metade da barra, o Overdrive já pode ser ativado. Para a guitarra, é só levantá-la até ficar na vertical ou apertar o botão Select. Na bateria, em uma determinada parte da música, aparecem grandes barras em cada indicador das notas e o baterista literalmente improvisa com varias notas para habilitar a última nota, e assim que acertá-la o Overdrive será ativado (parece complicado mais é bem simples… E divertido). No microfone é só fazer um barulho maior quando aparecer uns desenhos em amarelo na “esteira”.
O modo principal é o Quickplay (que com certeza será o mais utilizado por você) e nada mais é do que você escolher uma música (ou montar uma setlist) e tocá-la sozinho ou com até três amigos (tanto local como online). O modo Tour é como se fosse um “modo história”: você cria sua banda (podendo criar logotipo e tudo mais), seus integrantes (com infinitas combinações de face, cortes de cabelos, roupas e até tatuagens), e parte para uma turnê. Você começa limitado a território norte-americano, em cidades como San Francisco, New York e Boston, mas com o decorrer da carreira você abre várias outras grandes cidades como London, Madri, Shangai e até o nosso Rio de Janeiro. Após terminar totalmente sua turnê mundial (algo que dificilmente você fará), ficam a sua disposição os challenges, que nada mais são do que setlists pré-determinadas que vão ficando mais difíceis com a conclusão de um de dificuldade inferior.
Outro modo interessante que também é usado em GH: World Tour é o Battle of the Bands, que nada mais é do que um jogo 4×4 (sua banda contra outra banda online). Ainda não pude experimentar, mas deve ser uma experiência única. Outra opção muito útil é o Extras. Nele você tem a opção Modify Game, aonde ficam os “cheats”. Existem opções muito úteis como o “No Fail Mode” (mesmo que você chegue a falhar a música, ela não falhará, útil para aqueles meio ruins ou que não estão afim de perder no meio da música por algum descuido) e o “Unlock All Songs” (acho que nem preciso explicar: Habilita todas as músicas do jogo). Podemos considerar que são “cheats limpos”, já que quando são ativados, os modos online, troféus e o próprio save são bloqueados.
Agora o que realmente interessa: sua lista de músicas. Dentre os mais variados estilos (como metal, punk, pop rock, rock alternativo, clássico, progressivo, e o rock propriamente dito) temos os melhores de cada gênero. Grandes nomes como AC/DC, Avenged Sevenfold, Bon Jovi, Disturbed, Dream Theater, Foo Fighters, Guns N’ Roses, Judas Priest, Linkin Park, Lit, Metallica, Motorhead, Nirvana, Pearl Jam, Rage Against the Machine, Red Hot Chili Peppers, Rise Against, Smashing Pumpkins e System of a Down são alguns dos 84 artistas presentes no jogo (cada um com uma única música no jogo). Além dessas 84 músicas, você pode extrair quase todas as músicas do primeiro Rock Band para guardar no seu HD e usá-las no RB2 (é necessário comprar a Export Key na PlayStation Store por $4.99). Para aumentar ainda mais sua lista de músicas, estão disponível centenas de músicas para download (com o valor de $1.99, a maioria). Também é possível extrair as músicas dos Track Packs para jogá-las em seu RB2 sem nenhum custo, e não podemos esquecer que o futuro lançamento, Lego Rock Band, também poderá ter suas músicas extraídas para o RB2. A Harmonix promete que até o final desse ano, serão pelo menos 1000 músicas no jogo (RB2 + RB + LegoRB + AC/DC Live Track Pack + todos os DLCs). Haja músicas… E dinheiro…
Os gráficos do jogo não são dentre os melhores já vistos no PS3, mas convenhamos que gráficos em um jogo musical muito pouco importa. O que realmente importa é o som, que só não é melhor porque já é perfeito. Todas as músicas são “master recordings” (versão direta da gravadora) com separação entre cada instrumento (se você parar de tocar a bateria, por exemplo, a música não para totalmente, e sim somente o som da bateria).
Sem dúvida, Rock Band 2 é o melhor jogo musical na qual eu joguei e um dos melhores em multiplayer local, e recomendo muito para quem gosta de rock ou tem vários amigos. O kit completo parece ser caro, mas confie em mim, vale muito à pena (caso você entre nos requisitos já comentados). Alguns podem dizer que eu me esqueci de dizer sobre os instrumentos, mas eu simplesmente achei melhor não dizer, já que o jogo é compatível com todos os “controles” do mercado e cada um que compre o que for mais acessível (mas eu recomendo o kit do próprio Rock Band 2).