Robotics;Notes DaSH é uma visual novel, sequência do Robotics;Notes Elite, parte da série SciADV, desenvolvida pela 5pb./Mages no Japão e publicada pela Spike Chunsoft no Ocidente. Ambos os jogos foram lançados simultaneamente por aqui, podendo ser comprados separadamente, ou conjuntamente por um valor reduzido.
Como Robotics;Notes DaSH é a sequência direta de Robotics;Notes Elite, é recomendado primeiro ler a análise de Elite disponibilizada no site e terminar o jogo antes de continuar a ler esta análise, que conterá spoilers diretos para contextualizar DaSH e o paradeiro de seus personagens.
Robotics;Notes DaSH se passa seis meses após o final de Robotics;Notes Elite. Ko Kimijima, o grande vilão em inteligência artificial por trás do plano de destruição e controle mundial, foi derrotado pelos heróis do clube de robôs de Tanegashima, que agora seguiram com suas vidas.
Kaito, Akiho e Junna se formaram do ensino médio, enquanto Subaru e Frau são os únicos membros restantes do grupo escolar, correndo risco de perder o grupo caso ninguém mais entre antes que se formem. Nesses seis meses, Kaito volta de Tóquio, onde estava estudando para entrar na faculdade, enquanto Akiho e Junna decidiram permanecer em Tanegashima e trabalhar nos negócios locais.
Com o grande festival de verão celebrado todos os anos em Tanegashima, Kaito retorna seis meses depois para reencontrar seus amigos e curtir um pouco das suas férias em boa companhia. O que não esperavam é que no mesmo barco, um grande personagem da série Steins;Gate, Itaru Hashida, mais conhecido como Daru (ou DaSH – Daru, the Super Hacker, dando nome ao jogo) também desembarcaria do mesmo navio.
O festival de verão da ilha foi dividido em duas semanas: a primeira, com o tradicional foco em armas de fogo, e a segunda, com o foco sobre a grande novidade que são os robôs, após a ilha virar assunto mundial com o grande embate entre os robôs do clube e do vilão do jogo seis meses antes.
A primeira semana passa com o foco dividido entre Kaito e Daru, enquanto eles passam a se conhecer melhor durante o festival de verão, assim como Daru conhecendo aos poucos o restante do elenco, já que a sua única conhecida na ilha até então era Nae Tennouji, personagem que aparece tanto em Steins;Gate como Robotics;Notes Elite.
A segunda semana do jogo é onde ocorre a divisão de rotas entre os personagens. Ao contrário de decidir as rotas pelas respostas dadas no Twipo (Twitter dentro do jogo) como foi em Elite, você indiretamente escolhe as rotas em DaSH ao decidir a ordem em que visita os lugares na primeira semana do jogo.
Existem rotas para todos os personagens do elenco principal, exceto para Kaito, que é o protagonista do jogo e divide o foco com Daru. A rota da Akiho é liberada apenas após finalizar todas as demais rotas, e a rota “final”, algo como um “true ending”, é liberado apenas após completar a rota de Akiho também.
Apesar das rotas individuais serem bem interessantes, como a rota da Junna focando na superação da sua timidez, a rota do Subaru reparando a sua relação com o pai, ou mesmo a rota da Airi, em que de forma quase mágica, ela ganha a oportunidade de avançar o tempo perdido em que passou congelada, a sua apresentação se dá quase como um “fandisc”.
Termo conhecido dos fãs de visual novels, “fandisc” seria como um jogo adicional, lançado após o primeiro jogo ou jogo principal de alguma franquia, em que apenas explora melhor as relações entre os personagens e dá mais uma chance ao jogador de reencontrar o elenco e matar a saudade.
Nesse ponto, talvez tivesse sido um pouco contraprodutivo lançar os dois jogos ao mesmo tempo, porque após terminar Elite, não sei se os jogadores estarão com tanta vontade de passar mais 20 horas com o mesmo elenco, sem que uma história de fato avance. Um espaçamento entre os jogos teria dado uma chance melhor para os jogadores terem uma folga entre eles.
De qualquer forma, existe a rota final, que de fato avança a história e retoma o clima do final de Elite, com o ressurgimento de um velho conhecido, ameaçando novamente a ordem mundial e fazendo com que o clube de robôs, agora com a ajuda de Daru, enfrente de uma vez por todas essa ameaça. É uma ótima rota, mas totaliza só uma parte pequena de “história” de fato no total de horas do jogo.
Quanto ao resto, pouco ou praticamente nada muda. Os gráficos melhoram um pouco em relação à Elite, já que agora os personagens estão um pouco mais velhos e com roupas diferentes. A trilha sonora, em sua esmagadora maioria, é composta de faixas já existentes em Elite, o que reforça a ideia de que DaSH sirva mais como “fandisc” do que como uma sequência arrojada.
Talvez se a rota final fosse mais elaborada ou com maior duração, era possível sentir que DaSH é uma sequência primeiro, com uma parte de “fandisc”. Do jeito que foi desenvolvido, serviu mais como “fandisc” em que se avança um pouco a história em seu final.
Lançar Elite e DaSH foi uma jogada arriscada da Spike Chunsoft, que poderia facilmente lançar cada jogo pelo preço cheio com um espaço de seis meses a um ano entre eles, então para o bolso do jogador, o pacote foi uma ótima pedida, mas ainda que você acaba levando os dois, recomendo dar uma pausa entre os jogos para poder apreciar melhor as rotas individuais.
Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Spike Chunsoft.
Veredito
Um pouco menos “sequência” e um pouco mais “fandisc”, Robotics;Notes DaSH traz o clube de robôs de Tanegashima para mais uma rodada, explorando mais os anseios e personalidades de cada um, sem avançar muito o ponto em que seu antecessor encerrou.
Veredict
A little less “sequel” and a little more “fandisc”, Robotics;Notes DaSH brings the Tanegashima robot club for another round, exploring their aspirations and personalities more, without really advancing the story where its predecessor left off.