Reverie

Reverie, jogo da Rainbite Limited, é bem claro nas suas influências. Em cada passo do caminho, é impossível não associar o jogo a clássicos da era 16-bits, seja visualmente à série Mother ou mecanicamente com os clássicos jogos 2D da série The Legend of Zelda, não restam dúvidas de que os desenvolvedores são grandes fãs desse período em específico da história dos videogames.

O jogador assume o controle do garoto Tai, que viaja para a ilha fictícia de Toromi, na Nova Zelândia, para visitar os avós durante as férias de verão. Ao explorar a ilha, ele acaba descobrindo uma série de espíritos assombrando a população e colocando em risco a existência daquele lugar, cabendo a Tai derrotá-los e restaurar o equilíbrio e harmonia antes que seja tarde demais.

Tai tem a sua disposição uma série de “armas” que substituem equipamentos mais tradicionais de jogos de aventura desse estilo. No lugar de uma espada, temos um bastão de críquete; ao invés de um arco e flecha, temos uma pistola de dardos; as botas de velocidade são patins… Todos os recursos à disposição do jogador são brinquedos ou coisas que uma criança encontraria e usaria em suas brincadeiras.

Com isso, o jogador explora a ilha e algumas poucas masmorras, que vão desde cavernas até o porão de uma casa. Cada uma dessas áreas é composta de uma série de telas interligadas, sendo necessário coletar itens e chaves, resolver alguns quebra-cabeças e enfrentar os espíritos da ilha que possuíram desde cobras de areia gigantes (e deveras parecida com o chefe de um outro jogo) até uma máquina de lavar roupas.

Os quebra-cabeças são bastante simples, ficando um pouco mais complicados próximo ao final do jogo, mas nada muito desafiador, sendo muito raro que o jogador passe mais do que uns poucos minutos testando combinações para resolver as salas. Isso acaba contribuindo para o tempo do jogo em si, que é bem curto (algo na casa das 5-6 horas), tanto pela simplicidade dos desafios quanto por cada labirinto (sendo 6 ao total) ser composto de relativamente poucas salas.

Esse tamanho mais curto do jogo permite não só que ele não se prolongue além do adequado, como também que vejamos uma variedade considerável de ambientes. Os inimigos são muito repetitivos (salvo pelos chefes), mas os locais pelos quais o jogador passa são bem distintos, com uma transição bem natural entre eles, mesmo que cada um se encaixe em um dos estilos tradicionais que vemos em jogos assim (uma masmorra de água, uma de terra, etc.).

Um tempo de jogo maior acabaria expondo mais as falhas que o jogo possui. A mencionada repetitividade dos inimigos incomoda bastante depois de algum tempo e o combate é extremamente monótono, sendo que os equipamentos que o jogador vai encontrando não acrescentam muita variação nem estimulam o jogador a experimentar, o que acaba tornando o gameplay do jogo bastante formulaico.

Além disso, fora as mencionadas masmorras e uma extra liberada após o final do jogo, não existe muito conteúdo ou estímulo para jogar novamente. Existem duas dúzias de penas de árvores tradicionais da Nova Zelândia para coletar (que são os únicos itens extras do jogo e um dos poucos troféus que o jogador não pega simplesmente progredindo pelo jogo) e é uma platina bem fácil de pegar, mas, ainda assim, não significa muita coisa a mais pra se fazer.

Ainda assim, Reverie é uma boa experiência. A história é divertida, em especial pelo escopo reduzido, apesar de pouco memorável, as homenagens a jogos clássicos são legais, tornando-o um jogo recomendável, cujo principal atrativo é a estética e ambientação diferenciados, mas nada muito especial.

Veredito

Reverie chama a atenção pelas suas inspirações nostálgicas, mas que faz o suficiente para prender o jogador por suas curtas e divertidas horas de duração. A sua ambientação, história e pequenas excentricidades compensam o gameplay entediante, entregando uma boa experiência e fazendo-o se diferenciar de jogos semelhantes.

Jogo analisado com cópia digital fornecido pela eastasiasoft.

Veredito

75

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Veredict

Reverie catches attention because of its nostalgic inspirations, and does enough to hold the player through its short and fun hours. Its setting, story and little eccentricities make up for the dull gameplay, delivering a fun experience and making it stand out from similar games.


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