Red Faction é uma série subestimada pela maioria dos jogadores. Ela teve início em 2001 com o primeiro jogo para o PlayStation 2, um jogo de tiro em primeira pessoa com uma história legal e uma tecnologia inovadora, a GeoMod, que permitia que o jogador destruísse (limitadamente) o terreno e as construções ao seu redor. Red Faction: Guerrilla (que nós analisamos aqui), o terceiro jogo da série, mudou-a radicalmente alterando a perspectiva para a terceira pessoa e introduzindo um mundo aberto, que podia ser explorado livremente. Também foi introduzida a GeoMod 2, que permitia destruição dinâmica de construções (mas não mais de terrenos). Guerrilla é o meu jogo favorito da série, no qual eu gastei dezenas de horas completando missões da história e também opcionais. Red Faction: Armageddon é o mais recente jogo da série e, apesar de ter os seus momentos, ele não chega aos pés do antecessor e ficará para sempre marcado como o jogo que sentenciou o fim da série, já que a THQ anunciou que jogos novos de Red Faction não deverão mais ser produzidos.
Em Armageddon você controla Darius Mason, neto do protagonista de Guerrilla que deve salvar Marte de uma infestação de alienígenas sedentos de sangue. O mundo aberto, tão divertido de explorar e destruir em Guerrilla foi trocado por uma sequência totalmente linear de fases fracamente ligadas por uma história fraca e curta. A linearidade é tão grande que em vários pontos você não pode nem voltar pelo caminho por onde acabou de passar, pois se fizer isso o jogo lhe dá 10 segundos para voltar para a área permitida. Isso tira totalmente a liberdade do jogador e impede qualquer curiosidade e exploração de lugares diferentes.
Os eventos do jogo são muito mal explicados e muitos chegam a ser bobos, sendo basicamente uma desculpa para o objetivo principal do jogo “ande para a frente e mate tudo o que você encontrar”. Acontecimentos importantes da história por vezes não ganham nem 5 segundos de destaque e o jogo simplesmente pula para a próxima etapa subitamente. As fases são intercaladas por CGs mal feitas e visivelmente incompletas. Alguns personagens até são bem feitos e animados, como o próprio Darius, mas personagens como Kara e outros secundários são simplesmente risíveis.
A maior parte de Armageddon se passa no subsolo de Marte em ambientes cercados de paredes. Nessas salas a sensação é de que tudo é apertado demais, especialmente pela câmera que fica próxima demais do personagem. Guerrilla, por ter ambientes abertos e espaçosos não sofria disso, mas isso aqui pode até deixar você tonto, ainda mais quando há vários inimigos na tela e construções estão sendo destruídas, pois nestes momentos a taxa de frames por segundo dá um mergulho impossível de não ser sentido.
A grande característica da série, a destruição de objetos, ao menos continua muito divertida. É muito prazeroso soltar um tiro em um pequeno prédio e vê-lo desabando sobre si mesmo e ver os pedaços de metal voando para todos os lados. Uma nova arma introduzida no jogo, a Magnet Gun, ajuda bastante nessas demolições. Com ela você dispara dois tiros: o primeiro no objeto que você quer arrastar, e o segundo para onde você quer que este objeto seja arrastado. Quando os dois tiros são posicionados os pedaços voam magnificamente pelo ar e arrebentam o que estiver no caminho. Essa arma é ótima para derrubar prédios sobre inimigos e assim economizar munição.
— Resumo —
+ Destruição dos cenários
+ Upgrades globais
+ Modo Infestation
– Linearidade
– Falta de dificuldade
– Campanha curta
– Limitação das armas
– História e personagens ruins
– Sentenciou a série Red Faction ao fim