Psycho-Pass: Mandatory Happiness

Psycho-Pass: Mandatory Happiness é uma visual novel desenvolvida pela 5pb/Mages e publicada no Ocidente pela NIS America. Originalmente lançada como um exclusivo de Xbox One no Japão, a série chegou às plataformas PlayStation, sendo que no Ocidente o jogo continua exclusivo do PlayStation 4 e PlayStation Vita, até o lançamento da versão de PC em 2017.

Para aqueles que não conhecem o material que inspirou o jogo, Psycho-Pass é um anime de duas temporadas que conta a história do Japão em 2112, período em que o país é completamente controlado pelo sistema Sybil, um sistema eletrônico que dita e influencia a vida dos cidadãos no seu dia-a-dia, decidindo desde quais carreiras cada um deverá seguir, até mesmo para saber quais cidadãos devem ser removidos da sociedade por representarem um perigo em potencial.

O anime segue a história da Divisão 1 da equipe de Investigação Criminal do Serviço de Proteção ao Público, com os mesmos personagens do anime e a adição de dois novos protagonistas, cujos pontos de vista são os que o jogador irá acompanhar na jornada no jogo.

Estes novos protagonistas são Nadeshiko Kugatachi, uma detetive que acabou de se juntar à equipe e que perdeu todas as suas memórias, e Takuma Tsurugi, o executor que foi taxado de criminoso em potencial após sua vida sair dos eixos e largar tudo para encontrar sua amiga de infância que desapareceu.

Para aqueles que não conhecem o gênero, visual novel se trata de um jogo composto basicamente da arte, música e texto – muito texto. É como se fosse um livro interativo, o qual muda o rumo da história dependendo das escolhas que você faz pelo caminho. Por este motivo, Psycho-Pass: Mandatory Happiness conta com vários finais alternativos, com desfechos específicos para cada personagem.

Este é um produto desenvolvido primeiramente para aqueles que já conhecem a história do anime, mais especificamente a sua primeira temporada. A história do jogo é composta por um conto alternativo que ocorre durante os primeiros episódios do anime, não fazendo parte da história principal, mas que expande o mundo visto na animação. Apesar de ser possível jogar sem assistir o anime, você perde grande parte da motivação dos personagens e ainda estraga parte da história do anime, caso decida assistir após o jogo.

A história do jogo, que é o grande foco de uma “visual novel”, não é exatamente animadora. Talvez por ser um fã do gênero, Psycho-Pass: Mandatory Happiness teve uma história um tanto previsível e monótona, apesar de ter seus momentos de surpresa. Diferente do anime, a história nunca desenvolve por completo o elenco, e até mesmo os dois personagens novos, protagonistas do jogo, acabam transparecendo como unilaterais, com um único foco e sem destrinchar quem são.

É necessário que você termine todos os finais para vivenciar a história por completo, mas dependendo do final que o jogador chegar primeiro, é possível que não tenha muita motivação para assistir aos outros. O jogo dura cerca de 30 horas para completar todos os finais de ambos os protagonistas, dependendo da sua velocidade de leitura.

A arte parece um pouco barata comparada à animação, mas é fácil se acostumar com o nível de detalhe dos cenários. Talvez o jogo traga poucas “CGs”, dependendo demais no diálogo estático entre os personagens. O design dos novos personagens é bem parecido com os já existentes, então não destoam do jogo nem da animação.

A trilha sonora do jogo é invocada diretamente do anime, o que traz uma sensação boa de nostalgia para aqueles que viram o anime assim que foi lançado há alguns anos. A dublagem é composta inteiramente por um elenco japonês e não existe opção para dublagem inglês ou português. O mesmo para o idioma, que é restrito para o inglês.

Psycho-Pass: Mandatory Happiness é um importante passo para a NIS America, sendo sua primeira visual novel pura desde Disgaea Infinite, lançado para PSP e esquecido por muitos durante todos estes anos. Julgando pelo catálogo de jogos da desenvolvedora 5pb/Mages, Psycho-Pass: Mandatory Happiness talvez não fosse a melhor escolha, visto que se apoia numa série já existente e cuja história não inova em comparação à animação.

Talvez se trouxessem uma história inédita se passando no mesmo mundo, apenas com personagens novos e sem ter medo de estragar personagens já amados pelo público e desapontá-los, o jogo teria mais chances de chamar a atenção dos jogadores. Do jeito que foi lançado, Psycho-Pass: Mandatory Happiness é apenas uma indicação para aqueles que já viram e gostaram da animação, estendendo o mundo da série por mais um tempo.

Jogo analisado com código fornecido pela NIS America.