A Telltale Games ganha mais reconhecimento no meio dos jogadores no mundo inteiro a cada novo lançamento. Seja com sua obra-prima, The Walking Dead, ou com outros gêneros como Poker Night, a empresa conquistou seu lugar na indústria com seus jogos extremamente bem feitos. The Wolf Among Us não foge à regra e se tornou rapidamente um jogo obrigatório para quem gosta do gênero “adventure”. E ele não desaponta. Depois de um ótimo episódio introdutório que apresentou de maneira eficiente os personagens, o ambiente e o enredo dessa história que ainda tem muito a ser explorada, somos presenteados com uma segunda parte que cumpre muito bem sua função de manter vivo o interesse do jogador.
A história começa logo depois do incrível final do primeiro episódio e o clima de tensão apenas aumentou. O começo já responde diversas questões que foram levantadas anteriormente, como, por exemplo, um pouco sobre a relação entre os humanos com as fábulas. A mitologia é explorada e muitas vezes o que é novo para nós, também é novo para o protagonista Bigby Wolf, o que de certa forma cria um laço mais estreito entre jogador/personagem. É bom ser o lobo mau, tentando se controlar nesse mundo e desvendar um mistério que até onde sabemos é apenas um assassino. Também somos apresentados a novos personagens como Bluebeard, com sua presença que rouba a cena (dublado pelo incrível Dave Fennoy, que também fez a voz de Lee Everett em The Walking Dead), e o dono de boate com uma péssima atitude, Georgie.
O enredo – ou o conto, como preferir – não avança tanto em questões cronológicas, mas isso não é um contra. Smoke and Mirrors funciona mais como uma extensão do primeiro e serve para estabelecer melhor o tom da história. À medida que as suas escolhas do primeiro episódio começam a fazer efeito, você começa a moldar a nova parte da aventura. Começamos a perceber que suas ações tem um efeito verdadeiro aqui. Para comparar, eu me senti muito mais dono das minhas ações do que em The Walking Dead, por exemplo. E a narrativa é tão boa que faz você querer jogar o jogo mais de uma vez – só para saber o aconteceria se fosse diferente. A escrita do jogo é acima da média e atráves das palavras somos capazes de perceber todo tipo de emoção e reação dos persoanagens. E o trabalho de dublagem é também acima da média, de maneira coesa e bem feita, que ajuda a criar um vínculo como todo o elenco. E não criamos um elo apenas com o protagonista, é nesse episódio que começamos a descobrir quem odiamos e quem amamos nessa história. Mas tudo isso acontece muito rápido e em apenas uma hora e meia nos deparamos com vários acontecimentos importantes e quando começamos a solucionar o mistério – ou pelo menos achar que sim – o jogo acaba.
O segundo episódio ainda traz alguns problemas conhecidos, como os travamentos no começo das cenas ou quando está salvando. E isso incomoda bastante por se tratar de um episódio com um ritmo mais acelerado, como já foi dito. O visual do jogo continua o mesmo, bem bonito e detalhado. O estilo colorido entra em contraste com o tom escuro e pesado do jogo e cria-se uma atmosfera bastante interessante para o desenrolar da aventura. Algo como, aqui é a Cidade das Fábulas, mas aqui também é Nova York. Esse cénario é bastante delicado e manter essa ‘máscara’ é difícil e são necessários diferentes feitiços. E feitiços são caros. A questão da diferença de status entre as fábulas é levantada desde o começo do primeiro capítulo e se reforça aqui. Nem todas as fábulas tem os mesmos direitos e nem todas tem dinheiro para se manter ocultas na cidade. Como sempre, a Telltale demonstra sua experiência em adaptar um universo brilhante e dar o seu toque para criar um aventura inesquecível.
Veredito
Mesmo sendo curto, o segundo episódio consegue cumprir sua função e manter o jogador interessado durante todo o tempo. Mesmo não avançando tanto na história, o jogo não perde o encanto e a qualidade do episódio anterior. Mais um ótimo trabalho da Telltale Games.
Jogo analisado com código fornecido pela Telltale Games.