Esta é a análise do último episódio de uma minissérie dividida em três. Evite ler caso ainda não tenha jogado os episódios anteriores, e pule direto para o Veredito e Recomendação.
Finalmente a Telltale acerta o ritmo em The Walking Dead: Michonne. Infelizmente, isso só é feito agora, em seu último episódio. A desenvolvedora tomou uma ação arriscada com esta minissérie: ela trouxe episódios mensais ao custo de um tempo de jogabilidade curto, com cada episódio durando pouco mais de uma hora. Comparo esta trilogia com o que foi feito nos filmes dO Hobbit: alongaram demais algo que deveria ter sido menor e mais consistente.
O resultado final são três episódios que caberiam em no máximo dois. A história é boa, mas não foi explorada o suficiente. Em três episódios, não consegui encontrar nenhum personagem com quem eu me importasse, principalmente pela baixa interação com eles. O jogo como um todo ofereceu pouca exploração e diálogos, e isso se faz necessário para termos uma conexão com os personagens.
O que Merecemos encerra a história de Michonne e Sam com um episódio bem balanceado. Temos exploração, temos diálogos e oportunidade de conhecer os personagens, e temos ação. Dou destaque à ação no episódio, muito bem feita, ao estilo do que já esperamos da Telltale com The Walking Dead: desespero e tensão. Novamente o que ocorre no presente é mesclado com flashbacks de Michonne e suas filhas de um modo criativo.
Aprendi com o segundo episódio a não criar altas expectativas com relação ao passado de Michonne, então não foi um baque ao ver que novamente pouco é explorado. A história dela e suas filhas no começo desse apocalipse zumbi foi utilizada somente como um recurso psicológico, sendo adicionada em pontos estratégicos da trama para trazer emoção e drama. Pelo menos, temos um bom desfecho, sendo este um ponto alto do episódio.
Algumas escolhas feitas com personagens que marcaram presença nos episódios anteriores trazem evoluções interessantes no enredo, embora, como sempre, a história siga um roteiro preestabelecido. Mesmo assim, há uma mudança significativa no final, portanto, recomendo que seja jogado duas vezes, com decisões diferentes. Alternativamente, se desejar, pode conferir os dois finais em nosso canal no Youtube, aqui e aqui.
Fazendo um balanço geral, em minha opinião, a decisão de lançar episódios em um intervalo mais curto, porém, com menos conteúdo, não valeu a pena. A experiência que eu tive com TWD: Michonne foi boa, mas não chega aos pés da emoção que eu tive com as duas temporadas com Clementine. Tomara que este não seja o direcionamento da Telltale com seus próximos jogos.
Veredito
O que Merecemos mostra o que o jogador merecia que tivesse sido feito em todos os episódios de TWD: Michonne, um bom balanceamento entre exploração, desenvolvimento de personagens e ação. O encerramento da história, embora esperado, traz algumas boas surpresas. Para os fãs da série e os que curtem as produções da Telltale, o jogo como um todo ainda é recomendado, no entanto, vale a pena aguardar por uma promoção.
Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.