The Cave é uma abordagem diferente do gênero adventure. Fundamentalmente, remete aos point-and-click, mas dá liberdade de movimento ao jogador. Adicione outros 2 personagens (controlados separadamente) à mistura e um ou outro elementos de plataforma – que apesar de estarem lá, não constituem o que o jogo é – e a Double Fine nos entrega uma experiência interessante.
Constantemente narrado pela própria Caverna, The Cave conta a história de 7 diferentes personagens (ou 8, considerando os gêmeos). Cada jornada é curta e composta de poucas áreas padrões, e 3 áreas específicas, uma para cada personagem escolhido. Isso significa que, para se aproveitar o jogo completamente, múltiplas incursões são necessárias, sendo a segunda repetitiva e a terceira mais cansativa ainda, já que as missões padronizadas não podem ser puladas e o mesmo vale para as específicas, mesmo que previamente completadas.
Mas isto não diminui a qualidade das áreas – estas são repletas de puzzles, onde objetos adquirem funções inusitadas e as resoluções dos quebra-cabeças por vezes são inacreditáveis, sempre dando um senso de realização ao serem completadas. É um desafio constante e agradável e nunca parece fora do eixo de dificuldade estabelecido no início.
Um botão troca seus 3 personagens. O grande porém é a falta de um para juntá-los novamente. Algumas áreas são enormes e transportar os 3 para o mesmo local, separá-los e depois juntá-los novamente é um trabalho cansativo e que poderia ser facilmente remediável. Mesmo com o multiplayer local (não há online e apesar de parecer um problema, a proposta do jogo seria destruída se tivesse) isso é trabalhoso, já que os personagens tem que se locomover perto um do outro ou se tornam inutilizáveis até a troca. Cada um tem habilidades específicas sempre necessárias – principalmente nas áreas focadas neles. A viajante no tempo, por exemplo, pode projetar-se através de paredes e a cientista pode hackear sistemas. São elementos que adicionam bastante aos puzzles do jogo e que, em alguns casos, são bem-vindos também ao formar parte do caráter dos personagens.
Caráter o qual é um ponto-chave do jogo. A história de cada um é narrada pela Caverna (que tem seus pontos fortes e fracos bem extremistas como elemento cômico) e reforçada por imagens encontradas no decorrer da campanha. Apenas passam a idéia de coletáveis, pois é praticamente impossível deixar alguma passar, e são fundamentais para o entendimento da motivação de cada personagem e do que cada um passou – ou irá passar. O futuro, aliás, reserva aos protagonistas um final bom e um ruim, e sofrendo do mesmo que o sétimo personagem escolhido, necessita de jornadas extras pela Caverna para ser conferido. Se quiser ver todos os finais dos 7 personagens, 5 viagens serão necessárias.
A primeira, entretanto, é a especial. Puzzles inteligentes neste bonito mundo criado se tornam mais agradáveis com as histórias que cada personagem carrega consigo. Como se não bastasse, algumas risadas são garantidas pelo inconsistente humor do narrador onipresente. Fãs do gênero não irão se desapontar com este mais recente jogo da Double Fine.
— Resumo —
+ Visual
+ Puzzles inteligentes
+ Backstory dos personagens
+ Humor
– Ausência de um botão para reunir os personagens
– Repetição necessária para se terminar com todos os personagens
– Humor
The Cave foi uma ótima surpresa. O jogo é simples em todos os sentidos, mas incrivelmente divertido. O melhor, no entanto, fica por parte dos personagens e as tramas pessoais que os mesmos carregam. Apesar de não haver nenhuma fala durante o jogo, além das falas da própria Caverna, é interessante ver as histórias de fundo de cada personagem individual e descobrir a real motivação que os traz para tal calabouço.
Apesar dos puzzles simples, o game tem um nível de dificuldade na medida, que não pende nem para o lado "este jogo deve me achar estúpido" e nem para o "este jogo deve achar que eu sou o Einstein".
Mais um ponto positivo é o character design dos personagens. Todos eles possuem um visual incrível e que representa muito bem as diferentes origens de cada um, facilmente identificáveis. Os artworks liberados durante a história também possuem uma arte incrível de um estilo muito bonito.
No entanto, a Double Fine pecou em ter criado apenas 7 personagens e não 9, o que, já que o game exige equipes de 3 personagens, faz com que você repita a história de pelo menos 2 deles se quiser ver a de todos. Outro ponto negativo também é a ausência de um multiplayer online, apesar da existência de um multi local. Se tiver amigos com quem dividir as jogatinas fica melhor ainda.