Gryphon Knight Epic é mais um jogo tupiniquim embarcando no PS4. Desenvolvido pela Cyber Rhino Studios, de Florianópolis, o jogo é um shoot’em up divertido, com fases criativas e gráficos feitos em pixel art que retomam a nostalgia dos jogos antigos.
A história do jogo aparenta ser bobinha no começo, com heróis, um dragão, uma princesa raptada e um reino em apuros. Porém, estes são apenas alguns dos clichês que Gryphon Knight usa para criar um tom bem-humorado e fazer referências a outros jogos. A verdade é que a história até tem a sua densidade e relevância, contando inclusive com um compêndio sobre os personagens, locais e inimigos.
Depois de derrotarem o dragão que raptou a princesa de Valiantskies, sete heróis dividem entre si os espólios da batalha, cada um ficando com uma arma poderosa. Sir Oliver, o protagonista do jogo, fica apenas com um amuleto (e também a mão da princesa).
Após anos de paz, Sir Oliver descobre que o amuleto e as outras armas, embora poderosos, são amaldiçoados. Montado em seu grifo, Áquila, ele parte em uma jornada para reencontrar com os outros heróis e livrá-los do perigo em suas mãos. Em seu caminho, ele vai descobrindo mais sobre as armas e o povo que as criou, os Katharizes.
O jogo é dividido em 8 fases, sendo que a maioria conta com duas partes, cada uma finalizando com uma batalha contra um chefe. Tanto as fases quanto os chefes são muito bem feitos e variados, seja em relação ao combate, bem como ao cenário, com alguns inclusive envolvendo elementos de quebra-cabeça.
Cada fase possui segredos a serem descobertos na forma de personagens de outros jogos e também runas mágicas, que são os colecionáveis de Gryphon Knight. Essas runas dão ao protagonista alguma habilidade nova e também revelam parte da história dos Katharizes.
Para trazer variedade ao gameplay e não deixar o jogo entediante, temos a presença de três elementos principais: os escudeiros, pequenos seres que rodeiam Sir Oliver e possuem alguma habilidade como cura, defesa, etc.; as poções, que trazem algum efeito benéfico temporário; e as armas secundárias (sua principal é um arco), cada uma produzindo um efeito diferente. Tudo isso é adquirido com dinheiro coletado nas fases e também na progressão da história.
É possível jogar cada fase em três níveis de dificuldade, "Escudeiro", "Cavaleiro" e "Epic". Apesar de a dificuldade Epic trazer um bom desafio, eu acho que o jogo é pouco punitivo. O máximo que acontece quando você morre ou chega ao game over é perder 10% do dinheiro. Uma dificuldade maior seria bem-vinda.
Outro elemento que seria bem-vindo é se fosse possível mapear a ação de cada botão. É necessário apertar círculo ou L2 e R2 para mudar a direção de Sir Oliver e eu me embananava na hora da ação ou fazia a câmera se movimentar para um lado que eu não queria. A possibilidade de mapear cada botão poderia trazer um pouco mais de precisão e conforto.
Gryphon Knight possui apenas um defeito irritante que é a navegação em certos momentos. Quando existem diferentes caminhos a serem tomados, deve-se movimentar o personagem na direção que se deseja seguir e a câmera se movimenta para aquela direção. Isso, no entanto, é sensível e muitas vezes você vai mudar de caminho quando na verdade queria se posicionar melhor no cenário. Isso piora quando se trata de mudanças verticais, nas quais eu tinha que esperar a câmera descer ou subir até o fim para então corrigir a direção. Não é nada grave, mas incomoda.
Veredito
Gryphon Knight Epic é um jogo muito divertido e mais uma prova de que o Brasil consegue produzir bons jogos. Cada fase é distinta e possui um bom desafio. Inimigos e chefes são variados e a quantidade de elementos opcionais traz uma boa diversidade de estratégias que podem ser utilizadas. Apesar de uma duração mediana, vale a pena.
Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.