Game of Thrones chega ao seu quarto episódio com algumas cartas na manga. Para começar, é necessário dizer que é o episódio com mais ação até agora, seja em cenas de lutas ou discussões. Todos os personagens têm seu espaço, inclusive coadjuvantes como Beshka e a própria Daenerys Targaryen.
O episódio começa com Gared Tuttle, na Patrulha da Noite, sofrendo as consequências diretas das suas ações no episódio anterior. Esse é talvez o personagem que eu goste menos na trama e que não tenho muito interesse. Todos os quatro personagens jogáveis estão tentando salvar os Forresters de uma forma, mas sinto que a jornada de Gared é um pouco desligada disso.
Um ponto interessante das cenas desse personagem é como os Patrulheiros são descaracterizados no jogo. Não quero dar spoilers, mas existe algo que Gared faz que é meio impossível de não ter sido notado por ninguém. Até onde sei, os portões do Castelo Negro são bem guardados. No entanto, as cenas de ação desse personagem são bem feitas e o seu companheiro de ‘viagem’ é carismático. Espero que a história se desenvolva um pouco mais no próximo episódio.
Quem teve pouco espaço em Sons of Winter foi Mira Forrester. Todas as suas cenas giram em torna da descoberta de um plano que envolve Lorde Whitehill e a destruição da sua família. Gosto da maneira com que a personagem age – ou pelo menos como eu a faço agir – e queria ter tido mais tempo com ela. Me interesso muito pelo universo de Porto Real, seus problemas políticos e segredos sujos.
Rodrik Forrester, finalmente, avança na história e consegue quebrar uma série de repetições que vinham acontecendo desde o segundo capítulo. Com diálogos interessantes, cenas íntimas, conselhos, dúvidas e medos, o personagem consegue um pouco de esperança para sua família. Tudo isso seria perfeito e heroico, se a situação não piorasse no fim. Mas isso é Game of Thrones e as coisas nunca ficam boas de fato.
E, por último, mas não menos importante, encontramos Asher Forrester. Acompanhado de sua fiel amiga Beshka e seu tio Malcolm, vivenciamos as melhores cenas do episódio. Seja ao lado da Mãe dos Dragões ou contando a história de vida de Beshka, todas as cenas que se passam em Essos, são ótimas. Acredito que o personagem que tem mais condições de ajudar sua família é Asher.
Em geral, o episódio é muito satisfatório e cumpre bem o seu papel de preparar o final da história. No entanto, uma única questão me fez desgostar bastante de Sons of Winter. Cheguei à conclusão de que o final da história já está pré-definido e que não tenho controle nenhum sobre a narrativa.
Em uma determinada cena, tive a opção de prosseguir de certa maneira que algo extremamente chocante aconteceria. No entanto, depois de uma cena que me deixou bastante espantado, fui obrigado a fazer uma nova escolha para que a narrativa se desenvolvesse. Sei que são opções criativas e técnicas da equipe, e que não seria possível prosseguir daquela maneira, mas fiquei realmente decepcionado.
Gostei do episódio de maneira geral, e acredito que o final será bastante excelente. Fiquei um pouco decepcionado com essa questão de liberdade de escolhas e com toda a sequência de Gared, mas não tira o brilho de outras partes. O jogo é bom e vale a pena para qualquer fã de Game of Thrones ou da própria Telltale Games. Na espera pelos dois últimos episódios.
Veredito
Mesmo com alguns problemas de narrativa, Sons of Winter mantém a qualidade dos episódios anteriores e prepara o terreno para o fim da série. As histórias de alguns coadjuvantes ajudam a criar um enredo mais interessante, contrastando com as guerras políticas criadas em Westeros. O mais importante, no entanto, é perceber que a história se desenvolveu bastante e que o resultado final é gratificante.
Jogo analisado com código fornecido pela Telltale Games.