“Quando se joga o jogo dos tronos, ganha-se ou morre. Não existe meio-termo”. Cersei Lannister deixa isso bem claro, logo no primeiro livro, ao conversar com Eddard Stark. Essa frase, apesar de curta, carrega todo o sentido da série. O terceiro episódio de Game of Thrones da Telltale Games parece tirar boas lições dessa citação. É um verdadeiro “jogo dos tronos” e qualquer erro pode garantir a sua morte.
Sword in the Darkness começa com uma excelente cena, que mostra o personagem Asher Forrester fugindo dos perseguidores do episódio anterior. A cena gera sentimentos de sobrevivência, um pouco de exploração e uma pequena participação de Drogon. Toda a primeira parte é muito boa e logo no final você precisa fazer uma grande decisão. Mas essa decisão gerou uma dúvida em mim: “As minhas decisões estão fazendo mesmo diferença?”.
A morte é algo que paira no universo de Game of Thrones e serve tanto como medo, quanto preparação. Eu sei que posso morrer, mas como é algo tão real, já me sinto preparado. Ainda mais depois do final do episódio de estreia. Lembro-me do primeiro episódio de The Walking Dead, também da Telltale Games, em que precisei optar pela vida de duas pessoas. A minha decisão teve importância. Não sei se isso vale aqui. Espero que as consequências venham em algum momento nos próximos episódios.
Um personagem que está ficando cada vez mais interessante é Garred Tuttle. O seu papel na sobrevivência da casa Forrester parece ser muito importante, mas ao mesmo tempo, parece fruto de contos de fada. As duras decisões que ele é obrigado a enfrentar parecem não ter fim. Além de se tornar um irmão juramentado da Patrulha da Noite, ele é obrigado a fazer decisões sobre seus votos ou seguir o caminho apontado pelo seu tio. As coisas parecem piores com a chegada de um indesejado personagem na sua vida e quando um dos seus amigos revela um obscuro segredo. Ponto positivo para a cena do juramento da Patrulha.
Quem também está passando por diversos problemas, é Mira. Além dos difíceis eventos do episódio anterior, a personagem é obrigada a enfrentar situações praticamente impossíveis pelo bem da sua família. Ela segue a sua negociação com Tyrion, enfrenta a ira de Cersei e Margaery, e encontra novos aliados. Mas muitas coisas mudam depois do casamento de Joffrey e Margaery, e Mira precisa mudar seus planos.
A parte que não gostei muito foi a de Rodrik. O personagem está sendo cada vez mais humilhado pelos Whitehills, ainda mais com a chegada de Griff, filho do Lorde Whitehill. Tudo parece ser muito ruim e humilhante, mas é basicamente a mesma coisa desde o primeiro episódio. Primeiro com Ethan, agora com Rodrik. É como se a mesma cena acontecesse várias vezes. Para falar a verdade, estou desinteressado por todo o núcleo de personagens de Ironrath.
O episódio é bom, mas carrega alguns pequenos defeitos como o núcleo de Ironrath e decisões sem muita importância. Alguém me explica qual a importância da cena, logo no início, de quem vai ficar com a água? Onde estão as consequências disso? Eu gosto de ver morte em Game of Thrones, gosto de perder meus personagens favoritos. Onde estão as mortes? Chegamos na metade da série e ainda não senti falta de ninguém. Espero que o próximo episódio traga consigo algumas despedidas.
Veredito
A Telltale Games continua fazendo um bom trabalho com Game of Thrones, mas precisa começar a tomar decisões mais drásticas. Fãs da série já estão acostumados a se desapegar de personagens facilmente e isso deveria ser melhor aproveitado. A Sword in the Darkness mantém a ótima narrativa e os personagens muito bem construídos, mas perde um pouco nas decisões. No entanto, continuo ansioso pelo próximo episódio e de como a série vai continuar.
Jogo analisado com código fornecido pela Telltale Games.
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