[PSN] Filthy Lucre

Formada por ex-funcionários da Evolution Studios e da Sony Liverpool, a Fabrik Games acaba de lançar seu primeiro jogo, Filthy Lucre, que pode superficialmente ser chamado de um jogo de tiro com visão isométrica e elementos de stealth.

Logo de cara fica nítida a forte veia cômica tipicamente britânica. No vídeo de abertura, somos apresentados a um simpático senhor chamado Ronnie que, com seu distinto sotaque londrino, imediatamente nos remete aos bons heist movies ingleses, especialmente aqueles dirigidos por Guy Ritchie, como Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes (1998) e Snatch: Porcos e Diamantes (2000).

Assim que iniciamos o jogo de fato, somos levados ao esconderijo, que também serve de lobby. Escolhemos nossos armamentos, que podem variar de simples pistolas, escopetas de cano serrado, até submetralhadoras com silenciador ou ainda uma besta com carga explosiva. Também há equipamento de suporte, como objetos que ao serem arremessados causam ruídos (ótimos para distrair os guardas), granadas de flash, PEM (pulso eletromagnético), facas de arremesso, enfim. O arsenal à disposição é grande e variado, servindo a todos os gostos e estilos de jogadores variados. Além disso, é possível fazer upgrades nas armas e equipamentos, aumentando o dano ou a quantidade máxima de munição a ser carregada.

Nesse momento entra em cena outro ponto chave de Filthy Lucre: em essência, ele é um jogo de stealth, em que cada movimento deve ser friamente calculado, evitando possíveis tropeços, como ser visto por câmeras de vigilância, deixar corpos à vista, ou trocar tiros a esmo. Todavia, erros ocorrem, e muitas vezes com mais frequência do que gostaríamos, fazendo necessário o uso de medidas desesperadas. Às vezes, vale mais terminar o assalto com o pouco dinheiro recolhido e correr para a zona de fuga, do que arriscar perder tudo e jogar fora meia hora de planejamento apenas por mais algumas centenas de libras.

Dito isto, o jogo em si não é difícil. Acima de tudo, é necessário ter cautela e executar cada movimento com paciência, pois senão Filthy Lucre pode se tornar extremamente punitivo. Um agravante é a ausência de checkpoints, tornando algumas infiltrações em prédios mais vigiados em situações verdadeiramente excruciantes, especialmente se o nível de procurado estiver alto, fazendo com que surjam inimigos cada vez mais fortes e resistentes.

Outro fator que aumenta ainda mais a dificuldade em Filthy Lucre é o fato dos guardas nem sempre seguirem um padrão de movimentação. Além disso, cartões para abrir portas especiais podem estar em lugares variados cada vez que o jogador iniciar determinado assalto.

Os mapas se dividem em cinco localidades, contendo cada um três variações distintas: um ferro velho, uma estação de tratamento de água, um arranha-céu, uma mansão e, ao fim, um banco. Em cada um deles há missões muito específicas, como instalar rastreadores em veículos, roubar documentos, assassinar alvos, e, obviamente e mais comumente, roubar dinheiro, joias, barras de ouro, além de poder levar vários pequenos objetos encontrados ao longo do mapa, aumentando a soma dos lucros.

Filthy Lucre pode ser jogado por até duas pessoas, tanto em coop local quanto online. De maneira geral, o jogo flui bem. Porém, se as duas pessoas que estão jogando juntas estiverem cada uma em um canto do mundo, o lag, mesmo que pequeno, pode se tornar significativo, dada a exigência de precisão de movimentos que o jogo exige. De qualquer forma, jogar em modo cooperativo torna Filthy Lucre um jogo muito mais agradável e menos punitivo.

Entretanto, reiniciar as fases após morrer ou simplesmente para tentar completar os desafios do jogo, levando em conta a razoável demora das telas de loading, que tornam-se ainda mais longas ao se jogar online, pode incomodar um pouco. Por outro lado, a demora do carregamento pode ajudar a esfriar os ânimos do jogador, ajudando-o a tomar atitudes mais bem pensadas assim que recomeçar a fase.

As animações dos bonecos andando, seja em pé ou agachado, ou ainda correndo, são bem simples e até mesmo toscas em alguns momentos. Entre os oito personagens a serem escolhidos, há quatro mulheres e quatro homens. Aparte o visual de cada um deles, não há distinção ou detalhe algum que diferencie um do outro durante o gameplay.

Em termos gráficos, Filthy Lucre poderia muito bem ser um jogo de PlayStation 3 ou até mesmo de PS Vita. Não que os gráficos sejam ruins, longe disso. Eles são apenas básicos, extremamente simples, o que de forma alguma é ruim. Por outro lado, o visual como um todo é muito bem trabalhado, especialmente o contraste de cores e iluminação, com ambientes ao mesmo tempo bem iluminados em alguns pontos e quase que totalmente escuros em outros.

O som do jogo também é competente, com cada pequeno detalhe bem trabalhado, desde um tiro com uma arma de grosso calibre ou explosão de uma granada, até o abrir de um cofre ou o desativamento de câmeras de segurança. A trilha sonora é extremamente sutil até o momento em que são ativadas as tropas de apoio dos guardas, neste ponto o ritmo da música se intensifica, aumentando ainda mais a tensão e a sensação de pressa.


 

Veredito

Com uma boa jogabilidade e um equilíbrio perfeito entre dificuldade, punição e recompensa, Filthy Lucre vem para somar ainda mais ao estilo de jogos com câmera isométrica, e com suas competentes mecânicas baseadas em stealth, consegue fazer bonito, sendo uma ótima pedida para quem gosta do gênero.

Jogo analisado com código fornecido pela Fabrik Games.

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80

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