O mercado de jogos hoje está quase saturado de jogos com zumbis de alguma forma, seja no seu cerne ou em algum modo secundário. De Left 4 Dead a Call of Duty: Black Ops, sem esquecer de Dead Rising e Red Dead Redemption: Undead Nightmare, exemplos não faltam. Nesse cenário, alguém pode muito bem se perguntar: "Eu preciso de mais um jogo de zumbis pra minha coleção?". A resposta, então, poderia ser a seguinte: "Sim. Se o jogo em questão for Dead Nation".
Dead Nation (DN) é um jogo de tiro com câmera isométrica, ou seja, os cenários são sempre vistos por cima, de um ângulo levemente inclinado e o jogador não possui controle sobre ela. Ele foi desenvolvido pela finlandesa Housemarque (de Super Stardust HD e Outland) e tem como objetivo simplesmente matar zumbis. Apesar de parecer simplesmente "mais um", DN é muito mais que isso.
Dead Nation é um jogo longo, com 10 missões que podem durar de 30 minutos a mais de uma hora cada, dependendo da dificuldade em que você joga, e que estimula você a terminá-lo várias vezes para enfrentar desafios maiores e conseguir novos itens. Para os caçadores de troféus, ele tem um conjunto completo incluindo uma platina. A história do jogo é até interessante, e é contada entre as fases em belos desenhos com animações discretas e com boas atuações de vozes.
Os controles são parecidos com o de Super Stardust HD: você controla o personagem com o analógico esquerdo e mira com o direito. R1 atira, L1 usa o item equipado, R2 é ataque físico e L2 é a corrida. Todos os botões são customizáveis, então se você não gostar de algo, basta mudar a opção para uma que o agrade. Particularmente achei a recarga das armas no R3 algo muito chato de fazer, então passei ela para o botão quadrado e tudo ficou ótimo.
Você começa o jogo com uma arma básica, um rifle-semi automático com munição infinita, e a cada fase nova surgem novas armas para serem compradas, de uma sub-metralhadora automática a um lança-chamas e um lança-mísseis, há diversas armas que são realmente úteis e apropriadas para diferentes situações. Cada arma tem várias características que podem ser melhoradas, como o tamanho do pente ou o dano de cada bala, o que estimula o jogador a explorar as fases e matar todos os inimigos em busca de dinheiro.
As compras são todas feitas em lojas de armas localizadas no decorrer das fases, sempre antes de um checkpoint. É um detalhe de design muito bom, pois nas áreas da loja não há inimigos e você pode calmamente fazer as suas compras e definir quais armas quer melhorar e como, para então, quando terminar, ativar o checkpoint, evitando que uma morte faça você comprar tudo novamente. Nas lojas também se configura as diferentes partes de armadura que são encontradas nas fases, geralmente em locais bem escondidos, e você pode customizar seu personagem da maneira que preferir.
Além das armas de fogo você também conta com um ataque físico, útil para situações de emergência, e uma corrida para escapar de zumbis prestes a prender você e matá-lo rapidamente. Essa corrida dura poucos segundos e demora vários deles para poder ser usada novamente, então a estratégia é essencial nessas horas. O jogo também oferece itens auxiliares como granadas, minas, sinalizadores e coquetéis Molotov, que ajudam a distrair e destruir os zumbis nas horas de desespero. Saber dosar bem o uso desses itens, em conjunto com as diferentes armas, é algo que leva um tempo pra aprender e é muito recompensador.
O jogo possui diversos níveis de dificuldade, de um extremamente fácil até um absurdamente difícil. Você pode jogar todas as fases sozinho, mas você não vai querer isso. O jogo é ótimo assim, mas fica melhor ainda se jogado com um amigo, seja localmente ou pela PSN. A partir da dificuldade Grim (equivalente a um Hard) eu diria que é essencial você jogar acompanhado. Os inimigos são muitos, causam muito dano e demoram para morrer, sem contar que eles podem vir de qualquer direção a qualquer momento. Considerando que há duas dificuldades ainda maiores que essa, ter dois jogadores para dividir a atenção dos inimigos ajuda a balancear a dificuldade e torna Dead Nation mais "humano".
A cooperação entre os jogadores é muito importante, e logicamente a comunicação também. Jogar pela PSN sem um headset não vale a pena, pois você precisa se coordenar o tempo todo com o seu parceiro. Vocês devem combinar estratégias de jogo, por onde avançar, quais armas usar, quais itens usar e em que ordem, pra onde fugir quando a coisa ficar feia e assim por diante. Não dá pra simplesmente jogar e esperar que as coisas aconteçam, vocês terão que acertar os detalhes e partir para a briga bem preparados.
A experiência de jogar online seria perfeita se não fossem os constantes problemas de desconexão. Contabilizei dezenas de vezes em que o jogo me deixava criar um lobby, convidar meu amigo, iniciar a partida, assistir a cutscene inicial da fase, começar a ter controle do personagem para então desconectar abruptamente e sem nenhuma explicação posterior. Por vezes esse processe se repetia por duas ou três vezes, tanto comigo criando quanto com o meu amigo o fazendo. Esse problema também era frequente sempre que passávamos para a próxima fase: quando ela era carregada, o jogo finalizava sozinho. Era muito irritante.
— Resumo —
+ Longo
+ Desafiador
+ Co-op excelente
+ Várias armas e itens que podem ser melhorados
+ Conjunto completo de troféus (incluindo platina)
+ Meta-jogo entre os países
+ Grátis durante o programa Welcome Back (junho de 2011)
– Problemas constantes de desconexão
– Falta de suporte a mais de 2 jogadores