Persona 4 Arena Ultimax – Review

Persona 4 Arena foi um excelente jogo de luta lançado pela Arc System Works, produtora conhecida principalmente pelas séries BlazBlue e Guilty Gear. Ultimax foi uma grande expansão que incluiu novos personagens, uma continuação da história contada no P4A original e novas mecânicas, sendo que essa versão completa agora chega aos consoles da nova geração. 

Indo direto ao ponto, se você foi um jogador casual do Ultimax original, há poucas razões para adquirir o port atual pelo seu preço de lançamento, pois não há conteúdo novo se comparado com sua versão anterior. A única razão seria aproveitar o título nas plataformas atuais e talvez com uma comunidade mais ativa. A recomendação anterior é voltada aos que jogavam o título casualmente, pois há alguns diferenciais significativos para os jogadores competitivos. 

Após o lançamento original nos consoles, Ultimax foi portado e rebalanceado completamente para os fliperamas japoneses. Uma atualização que jamais foi disponibilizada na época para os consoles e que somente agora pode ser aproveitada fora do Japão. O rebalanceamento foi bastante abrangente, mudando o funcionamento de mecânicas inteiras e ajustes a todos os diferentes personagens e suas versões. 

Outro grande ponto para os jogadores competitivos é que os produtores prometeram implementar o código online com rollback que, efetivamente, torna a experiência de jogo online muito melhor do que tivemos disponível até agora. Recentemente, a adição do rollback tem dado uma vida extra a comunidade competitiva de vários jogos e em diversas plataformas, no entanto não ficou especificado uma data para essa atualização e se também vão incluir cross-play como foi recentemente anunciado para Guilty Gear Strive. Esses dois pontos devem ser os principais para atrair os fãs mais dedicados para esse relançamento pela simples razão de reviver o cenário competitivo. 

Para os que jamais jogaram Persona 4 Arena, o jogo traz uma variedade de modos que compõem o básico do que esperamos atualmente de um título de luta: Um modo fliperama, versus, modo história, desafio de combos, tutorial, online e ainda um modo que organiza várias lutas em sequência e permite customizar seu personagem com status e habilidades, semelhante ao formato RPG do material de origem. 

Iniciantes devem começar pelo tutorial, mas esse faz pouco em explicar as nuâncias dos sistemas de combate presentes. São explicações simples sobre os sistemas e como executá-los, mas sem se aprofundar demais como eles são aplicados em um combate contra oponentes reais e/ou mais desafiadores. P4A foi originalmente pensado para ter uma barreira de execução mais simples do que demais jogos da Arc na época e, consequentemente, todos os comandos são executados com meia luas (baixo,diagonal,frente ou baixo, diagonal,trás) simples ou duplas. Apesar dessa simplificação em termos de comando, necessito enfatizar que Persona 4 Arena Ultimax é um jogo mecanicamente bastante complexo.

A complexidade do combate do título vem da quantidade absurda de mecânicas e opções que todos os personagens têm ao seu dispor e a qualquer momento. Em um primeiro momento, isso se torna um desafio para o jogador a se acostumar e a utilizar de maneira apropriada cada mecânica, mas é também o que ajuda a tornar o combate bastante dinâmico. Por exemplo, existem inúmeros usos para a barra de SP na parte inferior da tela e, alguns desses, são melhorar seus ataques, utilizar especiais, melhorar os especiais em si, afastar seu oponente, entre muitos outros. Há também status típicos de RPG como paralisia, confusão, entre outros que também alteram a situação de luta. 

O grande diferencial de Persona 4 Arena Ultimax para os demais jogos de luta é o foco dele em controlar uma dupla: O personagem e sua Persona. O jogo contém apenas quatro botões (denominados ABCD) sendo que dois são os ataques fracos e fortes para o personagem e os outros dois são ataques fracos e fortes para sua Persona. A Persona aparece somente quando é chamada, mas também é bastante vulnerável e, após um certo número de golpes, pode desaparecer temporariamente, fazendo com que o oponente tenha um arsenal de opções bastante reduzido. Conseguir controlar ambos é um dos grandes desafios do título, mas também é o que o torna bastante único. 

Consequentemente, o uso de todas essas capacidades se torna bastante complexo e a execução volta a tornar-se um ponto bastante desafiador, mesmo com os comandos individuais simplificados. Para aqueles que são familiarizados com os jogos atuais da Arc System Works, diria que é uma experiência muito mais próxima aos últimos títulos Blazblue do que a Guilty Gear Strive ou Xrd, ou seja, há um grande número de mecânicas e opções que levam um tempo considerável para aprender, mas também fornecem lutas incrivelmente divertidas caso encontre um oponente apropriado. 

Como mencionado anteriormente, Ultimax conta com seu modo história que é uma Visual Novel gigantesca, característica também semelhante aos Blazblue. A história é uma espécie de continuação de Persona 3 e Persona 4 e muito melhor aproveitada caso você tenha jogado ambos os títulos. Ultimax também conta com a história do Persona 4 Arena original e que também tem uma quantidade considerável de conteúdo.Não é uma história particularmente incrível, mas fãs da série devem aproveitar rever todos esses personagens.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Atlus.