Onechanbara é uma série sobre mulheres de biquíni caçadoras de zumbis e outros monstros típicos de filmes de terror. Caso não tenha ficado claro, não é uma série para ser levada a sério e isso não é necessariamente ruim, contanto que as expectativas sejam temperadas (ou nulas).
Z2 Chaos foi claramente um projeto de orçamento muito baixo e apertado, sendo todo ele focado no combate, mesmo à custa de todo o resto. Os gráficos são ruins, a história não faz sentido e não é interessante, não me recordo de uma única música da trilha sonora e há uma quantidade de bugs que, apesar de não estragarem o jogo, poderiam ser eliminados caso o jogo tivesse mais polimento.
O jogo tem orgulho desse lado “B movie” e é muito mais divertido por causa disso. O diálogo é tosco e as situações beiram ao ridículo, mas tudo é levado com bom humor. Até a própria localização optou por usar frases mal faladas em japonês para contribuir com isso. O jogo também possui a opção do áudio original em japonês que, por sua vez, inclui frases mal faladas em inglês.
No entanto, o combate é a melhor coisa que o jogo tem a oferecer e nisso faz um bom trabalho. Ele é um meio termo entre a execução técnica de Devil May Cry e grande quantidade de inimigos típicos da série Warriors. A Tamsoft, produtora de Oechanbara, também é a criadora da série Senran Kagura, portanto Onechanbara tem várias similaridades com Senran Kagura Shinovi Versus, apesar de ser muito mais técnico.
Existem quatro personagens selecionáveis e cada uma tem duas armas e mecânicas próprias de combate. Cada arma tem seus combos particulares, que dependem da combinação dos ataques fracos e fortes utilizados e do tempo dos mesmos. Caso o ataque seja desferido em um intervalo de tempo específico, os ataques ficam mais fortes. O botão O também serve como uma terceira arma e, no caso de Saya, como um contra-ataque que desfere um dano considerável.
Há várias outras mecânicas como transformações, limpar as armas com muito sangue, cancelamentos, ataques especiais e muito mais. São tantas ao ponto de ser maçante relembrar todas, mas felizmente as telas de loading trazem lembretes de como elas funcionam.
É possível trocar livremente entre personagens durante o combate, fornecendo um total de oito estilos de luta que podem ser trocados facilmente. Ao se apertar o Touch Pad, todas as personagens participam do combate simultaneamente e o videogame se encarregará de controlar as outras três.
Mesmo com as quatro personagens e vários inimigos na tela, Z2 Chaos não tem problemas de slowdown. Nenhum. Não importa quantos combos fizesse ou todo o caos do campo de batalha, a ação nunca diminuiu a velocidade do jogo e isso é especialmente impressionante e importante para um jogo do gênero.
Conforme se derrota inimigos e chefes, você acumula moedas que podem ser trocadas por novos golpes, armas e itens de customização. Há vários e vários desses disponíveis e isso incentiva a rejogar o modo história com rankings cada vez melhores, ou desafiar o modo missão, que coloca o jogador em situações únicas de combate e testa suas habilidades.
Infelizmente, não há uma variedade interessante de inimigos para aproveitar todas as mecânicas do combate e todas as fases se resumem a arenas basicamente. Não é incomum limpar salas de inimigos utilizando os mesmos golpes. O jogo te permite experimentar com as várias armas e personagens, mas dificilmente o incentiva ou força o jogador a sair de uma zona de conforto, podendo tornar-se repetitivo e eventualmente chato.
Veredito
Onechanbara é algo que superou minhas expectativas praticamente inexistentes. Debaixo de toda a baixa produção, existe um combate que deve agradar fãs de jogos de ação devido a sua complexidade, mas que também pena por não tem inimigos interessantes o suficiente para mantê-lo estimulante. Caso tenha interesse estritamente em um combate rápido e técnico, Onechanbara não é uma má escolha. O humor B também complementa bem esse pacote com baixíssimo orçamento.
Jogo analisado com cópia digital fornecida pela XSEED Games.