NBA Playgrounds

Alguns esportes nascem na rua. Essa é uma verdade que se aplica à grande maioria dos esportes mais populares do mundo e que o brasileiro conhece na pele. Nas quadras de futebol em cada esquina, as quais, muitas vezes, têm uma rede de vôlei ou um aro de basquete além do gol, a “pelada” está no sangue de quem gosta de esportes.

É natural, então, que vários jogos retratando os esportes na rua tenham sido lançados. Da sub-série Street que levou as franquias FIFA e NBA às ruas a um dos maiores clássicos do gênero em NBA Jam, é comum vermos esses títulos mais arcades e é exatamente esse estilo que NBA Playgrounds, produzido pela Saber Interactive tenta trazer para a nova geração.

A premissa de NBA Playgrounds é uma das mais atrativas que se pode encontrar: colocar algumas das maiores estrelas da história da principal liga de basquete do mundo em partidas de 2 x 2, com movimentos exagerados, power-ups e tudo aquilo que se tem direito. Há um charme em combinar estrelas do passado como Bill Russell e Magic Johnson contra estrelas do presente e do futuro, como LeBron James e Karl-Anthony Towns.

Playgrounds traz versões em miniatura e levemente caricatas dessas estrelas (em um total de 213 jogadores de todos os times da liga, inclusive franquias que não existem mais, como o Seattle Supersonics) em partidas disputadas em 8 quadras distintas ao redor do mundo. Os cenários são bem detalhados, mas a variedade se resume mesmo à questão estética, já que, no que se refere a área de jogo em si, não existe qualquer diferença.

Algo que chama a atenção logo de cara e que talvez seja o ponto mais controverso de NBA Playgrounds é a maneira como os personagens são desbloqueados. Ao longo do jogo, à medida que se ganha níveis (com pontos de experiência sendo atribuídos após cada partida), o jogador vai ganhando pacotes de cartas, com as quais vai desbloqueando mais e mais atletas. Há bastante sorte envolvida e é impossível desbloquear os jogadores do seu time preferido especificamente. As melhores cartas são desbloqueadas ganhando torneios, que são o principal modo single-player do jogo.

Infelizmente, os torneios são poucos e curtos. Eles são úteis para desbloquear mais atletas e apresentam um desafio agradável, colocando o jogador diante de duplas com diferentes estilos de jogo, dando uma base mais do que forte para jogar online, mas fica mais do que claro que o foco aqui é (e deveria ser) as partidas contra outros jogadores, seja online ou offline.

Nas quadras é que está o verdadeiro brilho de NBA Playgrounds. O gameplay é simples, ainda assim, bastante divertido, sendo um jogo em que você já vai ter bastante domínio sobre depois de poucas partidas. Até seus detalhes mais específicos, como o timing dos arremessos, são acessíveis e, consequentemente, rendem boas sessões, principalmente com amigos que gostam de basquete. Infelizmente, pela maneira como os atletas são destravados, a limitação de opções no começo do jogo talvez obrigue o jogador a jogar bastante antes de poder aproveitar o prato principal.

O que evita que NBA Playgrounds alcance o seu potencial completo é o quanto o jogo falha em entregar tal potencial. Por mais que exista uma opção online, é necessário bastante paciência para se encontrar outros jogadores (e a ausência dos torneios online, até agora, torna a experiência ainda menos agradável), apesar do jogo fluir bem nas raras ocasiões em que se encontra alguém para disputar uma partida.

As animações são bastante repetitivas e reutilizadas para todos os atletas. Não importa se o jogador está controlando um pivô de 2,15m ou Stephen Curry, as enterradas, dribles e arremessos são exatamente iguais. A faixa de comentários e a trilha sonora são ainda menos variadas, tornando quase obrigatório tirar o áudio do jogo depois de pouco tempo. Visualmente também não existe nada de muito especial, por mais que o visual dos jogadores seja fiel, não é nada de mais.

NBA Playgrounds passa a impressão de ser um primeiro passo para um jogo menor que pode se tornar obrigatório para os fãs de basquete. Essa primeira tentativa da Saber Interactive de capturar o espírito do esporte nas quadras de rua é um sucesso relativo e os seus principais gimmicks, como os power-ups e a pontuação extra por arremessos com timing perfeito são bem legais. Dado o suporte que a NBA e os jogadores de várias épocas parecem ter dado ao jogo, existe potencial a ser explorado uma possível sequência.

Veredito

NBA Playgrounds coloca suas fichas em um estilo mais arcade de jogo, no carisma dos atletas e na fama da NBA e quase acerta em cheio. Alguns problemas pequenos evitam que o jogo alcance todo o seu potencial, mas, caso aconteça uma sequência, há uma base sólida sobre a qual construir.

Jogo analisado com cópia digital fornecido pela Saber Interactive.

Veredito

70

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Veredict

NBA Playgrounds goes all in on the arcade style, the charisma and the fame power of the NBA stars, and it almost hits the jackpot. Some minor problems prevent the game from reaching its full potential, but if there’s a sequel planned, there’s a solid groundwork to begin with.


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