Marvel’s Spider-Man: Miles Morales (PC) – Review

Vou cortar direto ao ponto aqui: Miles Morales é o melhor jogo do Homem Aranha já lançado. E sim, mesmo comparado ao original Marvel’s Spider-Man, que saiu originalmente em 2018. O jogo de Miles, mesmo sendo uma experiência de escopo menor, consegue cumprir tudo o que o primeiro jogo fez e ir além: uma história mais enxuta, direta e um gameplay com melhorias e novos poderes que deixam o Peter com inveja.

Mesmo não sendo uma sequência completa em relação ao primeiro jogo (deixamos essa tarefa para Spider-Man 2 no ano que vem), Spider-Man: Miles Morales tem novidades o suficiente pra justificar sua existência – principalmente como um pacote mais compacto e relativamente mais barato.

A história continua logo após os eventos do primeiro game e segue Miles como o principal protagonista dessa aventura. Ao deixar a cidade para realizar uma viagem com Mary Jane, Peter Parker encarrega Miles como o único Homem Aranha da cidade. Não demora muito tempo até que uma nova ameaça se instaure em Nova Iorque: chamados de The Underground, a organização dita “terrorista” pela mídia (e pelo podcast do J Jonah Jameson), tem um único objetivo de acabar com a empresa Roxxon (a megacorp vilã da vez) – custe o que custar.

Simon Krieger, CEO da Roxxon, se gaba que a empresa está desenvolvendo um novo tipo de energia renovável, chamada Nuform, que poderá abastecer a cidade por dezenas de anos, alegando ser uma fonte limpa e extremamente eficiente. As primeiras horas de jogo tornam toda essa premissa da Roxxon completamente duvidável e põe em os atos terroristas da The Underground como ações mais ambíguas e moralmente “cinzas” na história.

Os problemas se intensificam após um carregamento de Nuform ser atacado pela Underground. O transporte estava sendo feito pela ponte do Brooklyn (chama de ponte Braithwaite no jogo) durante o pronunciamento de campanha eleitoral da mãe de Miles, Rio Morales. A Underground anuncia o ataque e Miles se encarrega de pará-los antes que o estrago seja extenso demais.

A coisa vai por água abaixo quando, por acidente, Miles atinge o carregamento de Nuform com seus poderes elétricos recém descobertos, desencadeando uma série de explosões e a destruição da ponte. Nesse momento, os soldados da Roxxon se viram também contra o herói, tornando o jovem aranha mais um alvo da corporação além do Underground.

Por fim, o novo Homem Aranha acaba preso uma gigante teia de conspirações (trocadilho intencional) envolvendo a Roxxon, Simon, o Underground e seu líder, chamado de The Tinkerer. Apesar de algumas revelações óbvias e previsíveis, a narrativa é bem contada e enriquecida com personagens que fazem toda a diferença na história.

Antes de irmos para a parte técnica, um pequeno trecho sobre o gameplay: por usar a exata mesma fundação que o Spider-Man original, o jogo de Miles não reinventa a roda ou traz algo de muito diferente para o jogo. Os grandes chamativos ficam por conta dos novos poderes de bioeletricidade e invisibilidade que somam mais para o combate corpo a corpo e nas seções envolvendo furtividade.

O estilo de web swing de Miles também é um pouco mais “relaxado” que o de Peter, com animações diferentes que carregam uma identidade própria. Seja no jeito de se esgueirar pelas paredes, se balançar nas teias ou um parkour mais distinto e personalizado. Pessoalmente, prefiro muito mais o estilo de Miles de “ser” o Homem Aranha do que Peter Parker.

Comentando sobre alguns aspectos técnicos e gráficos do jogo no PC, posso afirmar que esse port está ainda melhor do que o jogo anterior. A Nixxes, empresa responsável pela portabilidade, fez um trabalho excelente e levou em consideração as reclamações e os problemas do port anterior, entregando uma experiência ainda mais estável e com boa escalabilidade entre hardwares.

Graficamente, Spider-Man: Miles Morales está basicamente impecável. Ao ligar os recursos de ray tracing de sombra e reflexo, a ambientação fica ainda mais crível e rica nos detalhes. O nível de resolução dos reflexos me parece maior e as sombras, embora realistas, apresentam alguns artefatos gráficos em momentos específicos – problema que, inclusive, já deve ter sido corrigido com patches mais recentes.

A performance do game também não deixa nada a desejar. Por se tratar de um jogo mundo aberto, o custo de CPU pode se tornar um problema em determinados momentos, visto o alto requisito do jogo anterior. Fui positivamente surpreendido ao notar uma taxa de quadros consistente acima dos 60, mesmo em momentos intensos ou de muita batalha (e ainda com o ray tracing habilitado).

Talvez por se tratar de uma ambientação diferente (Miles Morales se passa no inverno e várias árvores estão sem folhas e diminuí a carga em cima do hardware, por exemplo) ou melhor otimização da build do jogo, mas de forma geral, espere um jogo que rode bem em diversas combinações de peças.

Por fim, Spider-Man: Miles Morales é um jogo indispensável para qualquer fã de história em quadrinhos. Se você não teve a oportunidade de aproveitar o jogo nos consoles, saiba que a experiência no PC está ótima e reafirma ainda mais a ótima qualidade que a Sony vem trazendo para as plataformas digitais nos computadores.

Configurações da Máquina

  • Placa-Mãe: ASUS TUF B450M Plus Gaming
  • CPU: Ryzen 5 3600 @ 4.2GHz
  • GPU: RTX 2060 Super EVGA SC Ultra
  • RAM: 32GB DDR4 3200MHz

Jogo analisado no PC com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment

Veredito

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales conta com um protagonista mais interessante, uma história rica, personagens bem construídos e com leves melhorias no gameplay que constituem essa aventura como um dos melhores jogos de super-herói já lançados. No PC, os gráficos impressionam e a performance não deixa a desejar.

85

Marvel's Spider-Man: Miles Morales

Fabricante: Insomniac Games

Plataforma: PS4 / PS5 / PC

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 12/11/2020

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Marvel’s Spider-Man: Miles Morales features a more interesting protagonist, a rich story, well-built characters and slight improvements in gameplay that make this adventure one of the best superhero games ever released. On the PC, the graphics are impressive and the performance doesn’t leave anything to be desired.