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Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix

Kingdom Hearts é uma série que existe há quinze anos. De lá pra cá, tivemos muitos jogos, o que complicou cada vez mais a trama principal. São jogos que acontecem antes do game original, outros depois do segundo jogo (mas não são o terceiro), vários no meio disso e assim por diante. Explicar a história de Kingdom Hearts não virou algo fácil.

Porém, agora não há mais desculpa para quem quer se aventurar pelos mundos Disney de Kingdom Hearts. O PS4 oferece acesso a, basicamente, todos os jogos principais da série. No começo do ano, tivemos o lançamento de Kingdom Hearts HD 2.8 Final Chapter Prologue (leia a análise clicando aqui). Agora, Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix chega ao PS4 preparando o terreno completamente para Kingdom Hearts III.

Em outras palavras, se você tiver em mãos Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix e Kingdom Hearts HD 2.8 Final Chapter Prologue, terá basicamente acesso à saga toda.

Primeiramente, não se assuste com o título. O jogo é uma coletânea que oferece 4 games completos e 2 resumos. Para quem está um pouco familiarizado, é basicamente as duas coletâneas que o PS3 recebeu em um único pacote. Inclusive, você pode ler uma segunda opinião em nossas análises originais clicando aqui (KH 1.5) e aqui (KH 2.5).

Por causa disso, pessoas que já conferiram as mesmas coletâneas no PS3 ou até mesmo os games originais de PS2 e outras plataformas, não terão novidades aqui. Não há conteúdo novo algum – a única novidade de verdade é o suporte a 60 quadros por segundo e, no caso do PS4 Pro, a gráficos em 4K. Por rodar diretamente do HDD, o loading também é notavelmente bem menor nesta nova coletânea. Outro pequeno detalhe são os troféus, que sofreram algumas alterações, deixando a platina mais fácil. Em compensação, os resumos dos jogos de DS não possuem mais troféus. Mas um conteúdo inédito, de fato, não existe.

Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix oferece basicamente quatro jogos, como mencionado anteriormente: Kingdom Hearts Final Mix, Kingdom Hearts Re:Chain of Memories, Kingdom Hearts II Final Mix (todos de PS2) e Kingdom Hearts: Birth by Sleep (PSP). Há ainda dois jogos originalmente de DS, Kingdom Hearts 358/2 Days e Kingdom Hearts Re:coded, que são explicados através de cutscenes remasterizadas e textos, não havendo gameplay de fato.

Como dito anteriormente, esta coletânea é o ponto de partida obrigatório para quem quer conhecer a série. Fãs já sabem que Kingdom Hearts II Final Mix e Kingdom Hearts: Birth by Sleep são excelentes títulos e que Kingdom Hearts Re:Chain of Memories não é um jogo para qualquer um. Partindo dessa lógica, nossa análise será focada de agora em diante apenas em Kingdom Hearts Final Mix (o primeiro jogo), pois é onde todos começarão suas jornadas e gastarão, pelo menos, 20 horas nele. Caso queira saber mais sobre os outros títulos, leia nossas análises das coletâneas de PS3 mencionadas anteriormente.

Kingdom Hearts é a história da Luz vencendo a Escuridão com o poder da Amizade. Sora é o escolhido da Keyblade, uma misteriosa arma capaz de expulsar a Escuridão, e acompanhado de Donald e Pateta, ele viaja para diversos mundos Disney para impedir a invasão dos Heartless (seres sem coração).

A história do primeiro jogo começa nas chamadas Destiny Islands. À primeira vista, é um paraíso onde Sora, Riku e Kairi vivem e sonham em conhecer novos lugares e mundos. No entanto, em uma noite de tempestade, algo imprevisto acontece e Sora acorda afastado de seus amigos e em um local chamado Traverse Town. Sua jornada está apenas começando.

Kingdom Hearts é um RPG de ação. Dito isso, o sistema de combate se baseia em níveis, experiência e equipamentos, assim como o uso de itens e habilidades. Parece complicado à primeira vista, porém você pega o jeito do jogo rapidamente.

Para controlar Sora, O pula e X ataca (isso pode ser um pouco confuso para quem está acostumado com o padrão do Ocidente), enquanto que quadrado usará habilidades futuras como rolamento e defesa (quando Sora, eventualmente, aprender isso). Já o triângulo é usado para forçar que os companheiros de Sora usem suas habilidades. Há ainda um sistema de lock-on nos oponentes, que até funciona, porém trocar entre eles pode ser confuso no começo.

Em relação aos companheiros, que normalmente são Donald e Pateta (dependendo do mundo em que você se encontra, o parceiro pode ser trocado), há diversas opções de como eles devem se comportar na batalha. Porém, senti falta de uma opção de usar itens somente em Sora, tornando-os uma espécie de reserva de itens, já que eles ressuscitam na batalha automaticamente após um tempo. No caso, a única vez que fiz alguém segurar um item foi contra um chefe – lotei o personagem de Ether para que usasse sua habilidade especial sem parar e deixar a batalha mais rápida e fácil.

Ainda sobre os companheiros, suas I.A.s acabam sendo boas e não geram dor de cabeça. Infelizmente, você terá mais problemas navegando pelos menus confusos. O botão L2 até oferece um atalho para magias que Sora pode usar, mas quanto a itens (que precisam sempre ser equipados antes das batalhas) e outras opções, você precisa ficar navegando com o D-Pad pelos menus e com o jogo sem pausar. Isso pode ser irritante em momentos tensos de batalha.

O menu de pause é tão confuso quanto: ao equipar itens, mesmo sabendo como se faz, você acaba errando as opções algumas vezes. Isso sem contar que saber quanto falta para evoluir de nível é através de uma matemática e não há uma barrinha simples que indicasse isso.

Já que estamos falando dos problemas de Kingdom Hearts, vamos comentar sobre outra coisa que me intrigou: os modelos dos personagens. Como você já deve saber a esse ponto, Kingdom Hearts sempre foi promovido como um crossover entre os mundos Disney e Final Fantasy, com a adição de elementos originais criados especialmente para o jogo (como o próprio Sora). O que eu quero dizer com modelos de personagens é que os da Disney são fabulosos. Só de pensar que isso era um jogo de PS2 de 2002 me deixa de boca aberta. Não só a modelagem, mas toda a animação é incrivelmente bem feita e fiel à fonte. Por outro lado, os personagens da Square Enix são feios de doer. Alguns se salvam, mas a maioria possui modelos ruins e expressões faciais piores ainda. O capricho visto nos personagens Disney poderia também ter sido adotado nos personagens da própria Square Enix.

Voltando a falar sobre o jogo, Kingdom Hearts não possui um mundo aberto: você viaja por diferentes mundos Disney, interage com personagens de desenhos clássicos e vivencia, na maioria das vezes, uma história similar ao que viu no filme ou desenho em questão. Além de serem NPCs, alguns personagens Disney também são Summons para serem usados em batalha.

Nos mundos em si, além de experienciar a história e batalhas, há algumas seções irritantes de plataforma. Em certos mundos isso se torna ainda pior. Outro ponto problemático é que, para viajar pelos mundos, Sora, Pateta e Donald usam uma nave chamada Gummi Ship. Além de poder customizá-la, há um minigame de nave bem à la Star Fox quando viaja pelos mundos. Sinceramente, é uma mecânica desnecessária e que acaba se tornando entediante. Outros minigames que também são desnecessários são os do Ursinho Pooh. São chatos, irritantes e pode-se dizer até que mal feitos em relação ao seu gameplay.

Parece até que odiei o jogo, considerando meus comentários. Pelo contrário, Kingdom Hearts é uma experiência sem igual. Se você, como eu, cresceu vendo clássicos Disney, vê-los todos em um mesmo universo e de forma coesa é simplesmente mágico. Por serem vários mundos, o gameplay e história variam bastante, nunca deixando a sua experiência monótona. A parte RPG do jogo também se sobressai. As críticas ficam por conta do que mencionei nos parágrafos anteriores.

Infelizmente, nenhum jogo da coletânea possui textos em português do Brasil, portanto você dependerá de seu inglês (espanhol está presente, mas não recomendaria). Mas não deixe de jogar por isso – videogames me ensinaram inglês de diversas formas e Kingdom Hearts é uma experiência sem igual para deixar de lado e não conferir por causa dessa barreira.

Veredito

Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix é o ponto de partida perfeito para quem deseja conhecer a saga de Sora. É um pacote com quase toda a série (o restante dos jogos encontra-se em Kingdom Hearts HD 2.8 Final Chapter Prologue) e devido a isso apresenta um conteúdo vasto e com muitas horas de jogo. A parte técnica, com o patch de lançamento aplicado, não apresenta problemas e inclusive possui uma perfomance muito melhor que a vista nas coletâneas de PS3. O único problema fica para quem é fã e já conhece tudo: não há nenhuma novidade na coletânea.

Jogo analisado com código fornecido pela Square Enix.


 

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Veredito

85

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Veredict

Kingdom Hearts HD 1.5 + 2.5 ReMix is the perfect starting point to understand Sora’s saga. It is a package with almost all games (the rest is found in Kingdom Hearts HD 2.8 Final Chapter Prologue) and because of that the collection has a lot of content and many hours of gameplay. The technical side, with the day one patch applied, is solid and it has a better perfomance than the PS3 versions. The only problem is for the fans: there is nothing new for them.


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