Killzone 3

Killzone é uma série que está em plena evolução. É certamente um dos principais FPSs da atual geração de consoles, e chega à sua terceira edição com melhorias inegáveis em relação à versão lançada em 2008. Logicamente, não se trata de um jogo perfeito. Mas, graças ao esforço da Guerrilla, agora pode facilmente rivalizar com grandes franquias já consolidadas do gênero.

 

Você está mais uma vez na pele de Tomas "Sev" Sevchenko, um agente da ISA (Interplanetary Strategy Alliance), força humana que está em combate contra os habitantes do planeta Helgan, os Helghast. E a história se inicia exatamente do mesmo ponto onde o jogo anterior acabou (se você não jogou Killzone 2, talvez queira pular para o próximo parágrafo), logo após seu parceiro Rico ter desrespeitado a ordem de seus superiores e ter dado cabo da vida do ditador Scolar Visari. O problema é que esta situação feriu o orgulho dos Helghast, que agora vêem Visari como um mártir para a sua luta e preparam, nas mãos do General Orlock e de Jorhan Stahl (presidente da indústria que produz equipamentos militares do planeta) uma contra-ofensiva militar de proporções épicas.

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É bem verdade que história de Killzone 3 nunca chega a convencer (à semelhança de Killzone 2), mas o problema não é nem o seu enredo e o universo que o cerca, mas a forma como o mesmo é contado. Brechas são deixadas no ar, situações interessantes são mal-aproveitadas, motivações são mal explicadas e por aí vai. Mas também é verdade que este problema não é suficiente para arruinar a experiência.

 

E também é verdade que os gráficos de Killzone 3 são sua maior atenuante diante de todos os problemas que possamos encontrar em sua história. Se Killzone 2 já apresentava alguns dos melhores gráficos do PS3, sua seqüência conseguiu facilmente ir além. As cutscentes são excelentes, muito bem dirigidas. Os cenários são belíssimos e variados (das ruínas já conhecidas dos jogadores que acompanham a série a florestas inóspitas com fauna e flora alienígenas únicas), com cores vivas e vibrantes. Os tiroteios são bastante realistas, deixando marcas de destruição por todos os lados e em todos os objetos que são atingidos. A sensação de participar de uma guerra de verdade é real e constante. Em alguns cenários, uma olhada para o céu basta para perceber a escala da batalha, com gigantescas naves combatendo umas às outras, destruição e explosões, e sem quedas de framerate em momento nenhum. Um verdadeiro caos, no melhor sentido que pode ser dado a esta palavra em se tratando de um jogo que retrata uma guerra.

 

Já a jogabilidade de Killzone 3 é a já conhecida "ame-a ou deixe-a". A movimentação é suficientemente boa para agradar a maioria dos jogadores de FPSs, mas pode incomodar alguns (Call of Duty fanboys, estou falando de vocês), a ponto de fazer com que estes desistam do jogo. Todas as ações do jogador tem "peso", e levam em consideração a física do movimento realizado. Por exemplo, a movimentação (e por conseqüência a mira) do jogador empunhando um revolver é completamente diferente de quando se está carregando uma metralhadora.

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Os tiroteios são pautados pelo já conhecido sistema de cobertura, onde o jogador deve se esconder entre cada seqüência de tiros. E não adianta sair correndo e atirando de peito aberto. Os Helghast se defendem muito bem, flanqueiam para atacar, precisam de boa quantidade de tiros para morrer (pelo menos dois tiros para um headshot ou 6 ou 7 em seus corpos), e provavelmente você não vai conseguir ir muitos metros para frente sem se proteger.

 

Outra adição excelente à série são os veículos. Os momentos com Jet-Packs, tanques, tiroteios em veículos voadores e robôs de combate (espécie de exoesqueletos) são alguns dos mais divertidos da campanha inteira. É uma pena que durem tão pouco tempo, no entanto. Mas ponto para a Guerrilla por permitir a escolha entre a configuração padrão de botões (onde o padrão é mira no L3) e o padrão consagrado e utilizado por quase todos os outros FPSs (com ajuste de mira no botão L1), ao contrário da edição anterior do jogo.

 

Também vale um destaque para a opção de controles utilizando-se o PS Move. Quem já teve a experiência de jogar FPSs utilizando pointer e controle por movimentos seja no Wii, seja no PS3, sabe que embora a curva de aprendizagem seja meio grande, a precisão compensa e muito no final. E o mesmo vale para Killzone 3. A experiência se transforma de modo que parece que você está jogando outro jogo, principalmente nas cenas on rails em veículos.

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Outro ponto de destaque vai para a parte sonora do jogo. Tiroteios e explosões são realistas e precisos. E a narração é de altíssima qualidade, com destaque especial a Jorhan Stahl. Mas o destaque para a narração só vale se considerarmos apenas a narração original, em inglês. Como sabemos, Killzone 3 possui opções de áudio em português do Brasil e, embora esta seja uma adição mais do que bem-vinda, ainda está longe da qualidade que todos nós gostaríamos. A qualidade da dublagem perde e feio para filmes da sessão da tarde. Repito, é uma excelente adição, principalmente pela ausência de censura em tudo que é dito (você não vai querer jogar Killzone 3 perto da sua mãe), mas a falta de atenção e qualidade atrapalham bastante. São incontáveis as vezes nas quais Rico se refere a Sev como "vocês", ao invés de "você", num claro erro de concordância na tradução de "you" do inglês para o português. E isso pra ficar só no menor dos detalhes. As legendas em português são um pouco melhores, mas sofrem com os mesmos problemas. O ponto positivo fica na presença de português do Brasil para as versões do jogo de todos os continentes.

 

O modo multiplayer de Killzone 3 é responsável por garantir a longevidade do título (o que parece ter se tornado regra em se tratando de FPSs), e funciona muito bem para alcançar este objetivo. Os modos principais são o já conhecido Warzone de Killzone 2 (Zona de Guerra em português), Guerrilla Warfare (Combate de Guerrilla) e Operations (Operações). Warzone é o modo onde os jogadores são divididos em duas facções que devem cumprir uma série de objetivos (de proteger áreas a eliminar inimigos específicos da facção inimiga), em um curto período de tempo. Este modo necessita de muita estratégia, e é garantia de tensão durante toda a partida. Guerrilla Warfare é o sempre popular Team Deathmatch. E o modo Operations é uma nova adição para a série, onde os Helghast devem sempre defender um ponto atacado pelos ISA, de acordo com objetivos. A partida é jogada com uma história de fundo, com direito a cutscenes entre as tarefas realizadas.

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A progressão de nível foi melhorada, pois agora todas as classes estão disponíveis desde o começo, e o jogador define através de experiência como pretende avançar em cada classe. Em resumo, Killzone 3 conta com um modo multiplayer online de respeito que não vai decepcionar nenhum fã de FPS. O único senão fica para a disponibilização de multiplayer na campanha principal. Esta opção está lá, e se não fosse pela restrição de funcionar apenas offline, seria um fator para tornar a longevidade de Killzone 3 definitiva, quase que infinita. Mas só é possível aproveitar a campanha com um amigo no mesmo sofá, em posse de outro controle.

 

Não fosse pela forma como sua história é contada (até o final é desestimulante), se contasse com uma dublagem em pt-br um pouco melhor trabalhada e cuidadosa e se seu modo campanha fosse um pouco mais longo (demora de 8h a 9h para ser completado), seria facilmente digno de recomendação absoluta. Mas mesmo assim, Killzone 3 vale a compra, até para os que não são fãs de FPSs. Os gráficos são de encher os olhos, o multiplayer é de altíssimo nível, a jogabilidade é única e variada, a adição do Move foi muito bem realizada, pode se jogado em 3D para os (poucos) felizardos proprietários de uma TV com esta tecnologia e, mesmo ruim, vamos lá, é um jogo com dublagem e legenda em português do Brasil! Para quantos jogos de PS3 podemos destacar isso?

Veredito

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Veredict

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