Em time que está vencendo não se mexe. Isso também é verdade para a série Neptunia que, após o segundo jogo, desenvolveu uma fórmula funcional e prática de RPGs, e a mantém desde então com algumas melhorias e adições.
Se você, caro leitor, ainda não possui familiaridade nenhuma com a série Neptunia, qualquer um dos dois Re;Birth são ótimos lugares para começar. Neptunia é uma série de RPGs que faz paródia à indústria de jogos com bastante humor e referências a séries, jogos e sistemas.
Re;Birth 2 é um remake/port melhorado de Hyperdimension Neptunia mk2 para PS3 e traz diversas melhorias se comparado ao original. Existem vários personagens novos, novas missões que permitem acessar os vários finais de maneira mais fácil, e mais do humor característico da série, dessa vez atualizado com menções a franquias e jogos mais recentes.
A história revolve em torno de Nepgear e as outras candidatas à CPU, sendo essas as irmãs das CPUs e que, por sua vez, representam os videogames portáteis como 3DS e o próprio Vita. A história começa quando Nepgear e as quatro CPUs são capturadas no cemitério de Gameindustri. IF e Compa tentam resgatar a todos, mas conseguem apenas resgatar Nepgear. É revelado então que Gameindustri se encontra ameaçada por uma entidade maligna chamada Arfoire e que cabe a Nepgear salvar suas irmãs e toda Gamindustri.
A premissa clichê não é para ser levada a sério e o próprio jogo brinca constantemente com isso. Arfoire é, na realidade, uma grande alusão à pirataria e aos efeitos da mesma na indústria, sendo que foram incluídas várias referências ao assunto como bugs e erros de cópias piratas, estratégias de DRM, e muito mais que, certamente, irá tirar um sorriso dos que reconhecerem as fontes de suas referências.
A jogabilidade permanece a mesma que em Re;Birth 1. As batalhas são por turno e acontecem em um ambiente 3D, onde se movimentar e controlar as áreas de ataque de seus personagens é uma estratégia vital para sobrevivência. Há muitos sistemas para serem detalhados nessa análise, mas o jogo faz um ótimo trabalho em explicá-los e introduzi-los gradativamente para os jogadores.
É possível customizar os combos de seus personagens, seus ataques finalizadores, roupas, armas, discos que garantem bônus especiais, agrupamentos para ataques especiais e muito mais. Utilizar essas mecânicas é muito importante para se desafiar inimigos e dungeons secretas.
A progressão no jogo continua a mesma: vá até a dungeon e mate inimigo X, veja cena, repita. Apesar dessa progressão não mudar em momento algum, a mesma não se torna tão cansativa devido ao fato de as dungeons serem pequenas e as batalhas serem rápidas (exceto contra inimigos fortes). A repetição se mostra cansativa quando você visita um novo local que possui o mesmo visual e inimigos parecidos que outras três dungeons por onde você já passou. Compile Heart já era uma verdadeira mestra em reaproveitar assets e isso não muda aqui.
O jogo continua com o sistema de Planos, que foi primeiramente visto em Re;Birth 1. Esse sistema consiste em coletar itens para liberar acesso a dungeons, itens, cheats, novos personagens e afins. A novidade de Re;Birth 2 fica por parte da Stella’s Dungeon, um pequeno minigame em que você seleciona equipamentos para Stella e ela vai explorar dungeons que você já visitou, em busca de novos e raros itens.
A história e o próprio sistema de planos já são capazes de render dezenas de horas de jogo, isso sem contar que existem múltiplos finais, personagens secretos, missões no coliseu para serem realizadas e muito mais. É um jogo absolutamente lotado de conteúdo, do qual os fãs poderão tirar bastante proveito.
Veredito
Re;Birth 2 é mais uma ótima adição à biblioteca de jogos do Vita e recomendo para os que procuram um título com boas doses de humor. Mesmo pessoas que ainda não conhecem a série podem aproveitar o título sem nenhum problema. Só não recomendo jogarem esse logo após o Re;Birth 1, pois há muitas similaridades entre os títulos e isso pode acabar por cansar os jogadores.
Jogo analisado com código fornecido pela Idea Factory.