Hue

Hue é um jogo tão único quanto é familiar. Desde a ascensão e popularização dos jogos independentes, temos visto vários e vários jogos de puzzle/plataforma serem lançados, mas muito poucos realmente se diferenciam do resto. Sendo o primeiro jogo desenvolvido pela Fiddlesticks Games e publicado pela Curve Digital, Hue é um jogo simples, que sabe se utilizar do conceito por trás de seu desenvolvimento e suas mecânicas básicas para cativar o jogador e desafiá-lo na medida certa.
 

Colocando o jogador no controle do personagem titular Hue (pronunciado “Hugh”), você parte em uma jornada para coletar diferentes fragmentos de um objeto chamado “Espectro Anelar”, um anel capaz de conceder cores diferentes a um mundo predominantemente preto, branco e cinza, e descobrir o paradeiro da sua mãe. Fica clara a influência que Limbo teve nos desenvolvedores, mas a mecânica por trás do controle do espectro de cores é suficiente para dar ao jogo sua própria personalidade.
 

As influências de Limbo ficam claras logo no começo. Hue é um personagem frágil capaz de pular, puxar, empurrar objetos e ativar algumas alavancas, e os puzzles do jogo se valem dessas características. A grande inovação e clara diferença que Hue traz é a implementação do anel de cores, que permite alterar o cenário do jogo para diferentes cores e, com isso, manipular os obstáculos do ambiente para alcançar seu objetivo. Todos os puzzles giram em torno dessa mecânica e funcionam com primor.
 


 

A primeira coisa que é necessário que funcione bem em um jogo de plataforma é, naturalmente, a movimentação do personagem e o quão fluído e preciso ele é. Hue entrega um jogo extremamente polido nesse ponto. Ele roda com perfeição no PS4, não tendo apresentado qualquer slowdown ou outro problema de performance que pudesse atrapalhar. Cada pulo vai exatamente para onde o jogador planeja e cada morte é responsabilidade única e exclusiva da sua execução.
 

Os puzzles do jogo vão aos poucos crescendo de dificuldade à medida que Hue vai coletando novas cores para o Anel. Cada nova área traz novos obstáculos e novas maneiras de superá-los, todos com a ajuda de uma idéia simples, mas utilizada de maneira muito perspicaz: se o objeto possui a mesma cor do cenário (controlado por Hue), ele desaparece. Sejam caixas ou lasers ou demais itens ou obstáculos, eles existem ou deixam de existir a depender da cor escolhida por Hue.
 


 

A utilização dessa mecânica é bem simples (bastando mover o analógico direito) e, ao ativar o Anel, o tempo desacelera e o cenário inteiro fica preto e branco, permitindo ao jogador fazer com itens desapareçam ou apareçam logo antes de Hue cair neles (e existem vários puzzles centrados ao redor desse timing). Esses puzzles criam um ambiente de pressão interessante e desacelerar o tempo permite ao jogador escolher a cor certa com mais precisão.
 

Não existe uma punição muito grande em errar e isso funciona muito em favor do jogo e do jogador. Como errar apenas causa ao jogador retornar ao começo daquela determinada área, Hue permite experimentar com as diferentes opções sem que o jogador se sinta com o risco de perder horas de progresso por um erro bobo. É realmente sobre descobrir a melhor e mais correta maneira de resolver o desafio e Hue, novamente, faz o jogador sentir que a resolução do puzzle veio dele e não de um design pré-determinado, passando uma ótima sensação de conquista a cada desafio vencido.
 


 

O ritmo do jogo é outra coisa que merece ser elogiada. Hue não é um jogo muito longo (algo em torno de 4 ou 5 horas), mas tanto os seus desafios quanto a sua história continuam evoluindo até o final, sem que, em momento algum, se torne cansativo antes de acabar. A última sessão do jogo coloca tudo o que foi aprendido à prova e, quando o jogador mostra ter dominado tudo, é exatamente quando ele acaba.
 

Hue também é uma ótima experiência visual. O estilo visual adotado no jogo e a maneira como as cores são apresentadas funciona perfeitamente com o clima do jogo e, se não são os visuais mais esplêndidos que o PS4 é capaz de processar, mostra um acabamento e senso de identidade visual que o diferencia das dezenas de jogos de plataforma 8-bit que vemos por aí. A trilha sonora funciona muito bem com o clima do jogo, partindo de tons mais leves até um ritmo mais frenético à medida que o jogo avança.
 


 

Por fim, cabe dizer que os temas trazidos pelo jogo são interessantíssimos. Hue apresenta poucos diálogos, na sua maior parte através de cartas espalhadas pelo jogo deixadas pela mãe de Hue para ele. A atuação dos dubladores funciona muito bem e as ideias apresentadas sobre o que são as cores e o que elas representam são deveras interessantes e servem pra adicionar profundidade a um jogo que funcionaria muito bem se fosse apenas os puzzles.
 

No geral, Hue é uma experiência extremamente prazerosa e muito bem construída. Por melhores que jogos de puzzle/plataforma sejam, na sua maioria eles acabam sendo bastante repetitivos. As mecânicas são polídas, os visuais são simples e agradáveis e os puzzles desafiadores no ponto certo e sua duração curta funciona em favor do jogo.
 


 

 

Veredito

Hue é um jogo obrigatório para os fãs de jogos de plataforma e para aqueles que apreciam jogos independentes. É uma ótima experiência e que rende maravilhosas horas de jogo.

 

Jogo analisado com código fornecido pela Curve Digital.
 

Veredito

90

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