Horizon Call of the Mountain – Review

Todo hardware, seja console ou algum tipo de acessório que funcione como uma plataforma, precisa de um jogo que demonstre o seu potencial. Isso normalmente acontece com os títulos de lançamento e, no caso do PlayStation VR2, é Horizon Call of the Mountain que possui esse papel. Mas é apenas um showcase técnico ou há um jogo de verdade aqui? A resposta correta para essa pergunta seria “ambos”.

Horizon Call of the Mountain consegue surpreender qualquer pessoa que o joga. A forma que o gameplay se desenvolve foi muito bem pensada e, apesar da história fraca e ser um spin-off das aventuras de Aloy, temos um jogo completo aqui.

Horizon Call of the Mountain

Horizon Call of the Mountain segue a história de Ryas, um ex-Carja da Sombra que deseja corrigir seus erros do passado. Se você conhece a trama de Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West, sabe dos Ataques Rubros e o Rei Sol Louco Jiran que foi deposto por seu filho Avad. Caso não conheça, recomendo que leia esta notícia. Ou seja, ter experimentado os outros jogos Horizon farão você entender melhor quem são os personagens e as suas motivações, mas não é algo obrigatório. O principal é saber que Ryas é alguém que busca redenção e, para isso, fará qualquer coisa. No caminho, personagens familiares darão as caras, inclusive a própria Aloy.

A história de Horizon Call of the Mountain não é ruim, mas não se destaca. A trama é bastante simples, sem reviravoltas e muito previsível. Para quem está acostumado com os enredos mais complexos e ricos em detalhes dos dois outros Horizon, saiba que aqui é tudo muito simples.

Horizon Call of the Mountain

Apesar da história rasa, o mesmo não pode ser dito da parte técnica. Horizon Call of the Mountain é incrivelmente belo. Fotos e vídeos não fazem justiça ao que você enxerga no headset. A imersão dada é incrível: ambientes lindos, personagens vivos com gestos muito realistas, máquinas detalhadas muito bem animadas e assim por diante.

O gameplay de Horizon Call of the Mountain evolui de forma que você aprende aos poucos o que pode ser feito – algo bem-vindo para uma plataforma nova como o PS VR2. No início, você literalmente apenas assiste ao que está acontecendo ao seu redor. Mas conforme avança, mais e mais mecânicas e itens são apresentados a você, sendo que todos são únicos e com propostas diferentes.

Horizon Call of the Mountain

A primeira mecânica que não podemos deixar de falar e que está presente por toda a sua jornada é a escalada. Não tem mistério: com o sensor de movimento dos dois Sense (os controles do PS VR2), você posiciona a sua mão e segura a beirada com o gatilho (L2 ou R2, dependendo do Sense). O caminho sempre é bastante claro. Apesar de Ryas não ter um foco como Aloy, há o clássico “giz” e “cordas amarelas” indicando onde você pode escalar.

É cansativo? Sem dúvida, mas é recompensador. Conforme você avança, mais rápido ficará em escalar por se habituar ao sistema. Talvez o maior problema seja para quem possui acrofobia (medo de altura). Em determinados momentos, se você olhar para baixo, pode ser muito realista a ponto do medo da pessoa falar mais alto.

Horizon Call of the Mountain

Outra mecânica que recomendo trocar é a forma de andar. O gesto padrão é segurar X e quadrado (lembrando que o quadrado está na posição inferior do Sense esquerdo) e fazer o movimento de andar. É realista no início, mas combinado com a escalada fica inviável jogar por muito tempo dessa forma. Nas configurações, você pode trocar para que o analógico seja usado para andar – recomendo fortemente que troque para isso.

Inclusive, não tive enjoo. Cada pessoa tem seu limite de enjoo no VR, portanto não quero afirmar que você não sofrerá tontura. Mas joguei sessões de até 3 horas seguidas e não tive problemas. No entanto, com Jurassic World Aftermath Collection (outro título que traremos sua análise em breve) sofri enjoo, portanto gosto de pensar que Horizon Call of the Mountain é tranquilo nesse sentido. Não é difícil também concluir o motivo disso: a maior parte do tempo você estará escalando e não andando/teleportando, por isso é compreensível o enjoo não ser frequente.

Horizon Call of the Mountain

Apesar de ser uma mecânica central, Horizon Call of the Mountain não consiste apenas de escaladas. Como dito, você obterá vários equipamentos ao longo de sua jornada que facilitarão sua locomoção e também a forma de combater as máquinas.

O primeiro item que você adquire é o Arco. Para usá-lo, basta colocar o Sense nas suas costas, apertar o gatilho (novamente, L2 ou R2 dependendo se você for destro ou canhoto) e segurá-lo. Depois, com a outra mão, faça o mesmo movimento (desta vez, como se fosse pegar uma flecha nas costas) e aí é só atirar. As flechas básicas são infinitas, portanto você não precisa ficar coletando galhos-do-rio como a Aloy. Porém, flechas elementais e de outros tipos são finitas e necessitam de recursos.

Outro item muito interessante é a picareta. De forma idêntica a Lara Croft na trilogia reboot de Tomb Raider, você utiliza as duas picaretas para escalar determinados tipos de paredes.

Há muitos outros itens que surgem em sua jornada e que não quero estregar a sua diversão revelando-os. Mas entenda que eles podem ser úteis tanto no combate, quanto na escalada.

Horizon Call of the Mountain

O combate de Horizon Call of the Mountain é bem funcional para um jogo VR. Assim que uma máquina surge em seu caminho, não importando o tamanho, você fica travado em 360º ao redor dela. Ou seja, a única preocupação com o analógico é seguir para a esquerda ou direita, pois você ficará travado circulando o seu oponente.

Dessa forma, sua preocupação deve ser apenas manter o arco em suas mãos e atirar as flechas no ponto fraco, enquanto desvia para esquerda ou direita das investidas das máquinas. Inclusive, além da mira em si, o rastreio ocular ajuda a acertar onde você deseja.

O rastreio ocular é uma tecnologia impressionante do PS VR2 que detecta para onde você está olhando. Isso fica muito claro nos menus de Horizon Call of the Mountain, os quais você pode destacá-los apenas olhando para eles e depois pressionar X para confirmar a sua decisão. Porém, se você não apreciar essa tecnologia, é possível remover essa funcionalidade a qualquer momento.

Inclusive, a acessibilidade é, mais uma vez, algo bastante amplo em Horizon Call of the Mountain. O menu possui inúmeras opções, até das flechas se recarregarem sozinhas em seu arco ou causar/receber mais ou menos dano – entre várias outras.

Horizon Call of the Mountain

O que torna Horizon Call of the Mountain muito realista é o seu ambiente interativo. Há inúmeros objetos que não “servem para nada”, mas você pode pegá-los e olhá-los de forma muito realista. Até coisas simples como montar flechas elementais acabam se tornando divertidas por conta do realismo.

Um exemplo que realmente me impressionou nesse sentido (é claro, no início pegar os objetos e interagir com eles por si só já era algo notável), é que, em um dado momento, há uma pinça metálica (daquelas grandes para pegar um objeto quente quase em estado fundido) e que pode ser usada para pegar qualquer outro objeto. Ou seja, a física é tão realista que considera não apenas o objeto que está na sua mão, mas a interação dele com os outros.

Outros objetos “inúteis” (novamente, no sentido que só estão lá para aumentar a imersão, mas pegá-los não avança a jornada em nada) são os instrumentos musicais. É divertido coletá-los e tentar fazer algo com eles. Da mesma forma, há cestos e caixas que acabam sendo úteis, pois podem conter recursos dentro deles. São muitos itens que podem ser interagidos e recomendo que observe bem o cenário para descobrir o que cada um permite fazer.

Horizon Call of the Mountain

Horizon Call of the Mountain não é um jogo de mundo aberto. O caminho é linear e, tirando algumas partes com ramificações (mas que acabam levando ao mesmo local), é sempre o seu objetivo ir do ponto A ao ponto B. Segurar o triângulo mostra o caminho a ser seguido, inclusive.

Logo depois de terminar a primeira parte, você chegará a um hub central. Nele você escolhe as missões para continuar a campanha. Após completar a história, é possível repetir qualquer uma das missões em busca dos colecionáveis que deixou para trás.

Nesse hub também é possível participar de alguns minigames. Há um total de três: o Safari, tiro-ao-alvo e um que testa suas habilidades de parkour, digamos assim. O Safari leva você a um caminho para ver as máquinas do jogo. Não há interação alguma, mas é uma ótima forma de mostrar a tecnologia imersiva do PS VR2, principalmente para amigos e familiares.

Horizon Call of the Mountain

Horizon Call of the Mountain não é um jogo extremamente longo, mas também não é curto. Sua campanha dura em média de 10 a 12 horas – mas por ser uma experiência VR, vai parecer que foi muito mais do que isso.

Depois que a campanha é finalizada, como dito anteriormente, você pode ir atrás dos colecionáveis ou jogar os minigames. Mas é só isso – faltaram mais opções do que se fazer após terminar a história. Como estamos falando de um jogo de preço cheio, poderia existir algo a ser feito, como uma Arena para enfrentar as máquinas em sequência ou um minigame que tirasse proveito de toda a física que existe nos objetos “inúteis” espalhados por todo o jogo. Ideias não faltam para o que poderia ser oferecido.

De qualquer forma, o que vale em um jogo é a sua experiência e Horizon Call of the Mountain possui uma que é obrigatória. Trata-se de um jogo muito impressionante tecnicamente e, sem dúvida, obrigatório para qualquer dono de PlayStation VR2.

Jogo analisado no PS5 (PS VR2) com código fornecido pela Sony Interactive Entertainment.

Veredito

Horizon Call of the Mountain é um excelente showcase técnico do PlayStation VR2. É um jogo obrigatório a todos que desejam ter o headset. Gráficos fantásticos, interação incrível com o cenário e um combate funcional em VR. O jogo peca apenas na história simples demais e na falta de alguns extras, pois terminada a campanha não há muito a ser feito.

85

Horizon Call of the Mountain

Fabricante: Guerrilla Games / Firesprite

Plataforma: PS VR2 (PS5)

Gênero: Ação / Aventura

Distribuidora: Sony Interactive Entertainment

Lançamento: 22/02/2023

Dublado: Sim

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Horizon Call of the Mountain is an excellent technical showcase of the PlayStation VR2. It is a must-have for everyone who wants the headset. Fantastic graphics, incredible interaction with the environment and a functional combat in VR. The only downsides are in the simple story and the lack of some extras, because after the campaign is done, there is not much to do.


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