Desde muito antes do lançamento, Batman: Arkham City já tinha DLCs confirmados. Kevin Conroy, o dublador, do Morcego, deixou escapar ainda em junho do ano passado que o game teria sim conteúdo adicional disponibilizado após o lançamento – e que ele já estava trabalhando com o mesmo. Eis então que, sete meses após o lançamento do jogo, finalmente pudemos colocar as mãos no primeiro DLC que provavelmente era o que Conroy se referia, tendo visto que é o primeiro até agora que tem a participação do dublador.
Harley Quinn’s Revenge é o primeiro – e por hora, único – capítulo extra de Batman: Arkham City, título de ação da Rocksteady lançado em outubro do ano passado. A história se passa duas semanas após o término da história principal do jogo e mostra um pouco do que aconteceu com alguns personagens como o Batman e a Arlequina, que dá nome ao capítulo. Por se passar duas semanas após o final da campanha principal do jogo, obviamente o episódio traz spoilers enormes do final do game em si, que é composto por grandes reviravoltas. Se você ainda não terminou o jogo, recomendo pular o restante deste parágrafo agora – o restante do texto é livre de spoilers. Você foi avisado. Como as imagens e trailers promocionais deixaram claros, o jogo traz uma Arlequina sedenta por vingança, após a morte do seu amado Coringa no final de Batman: Arkham City. Boa parte de Arkham City foi praticamente desmantelada após a morte de Strange, e agora o GCPD atua dentro do que sobrou da cidade também. Gordon manda alguns de seus homens para investigar uma instalação invadida pela Arlequina, mas quando os policiais encontram problemas, o Comissário aciona Batman e pede por sua ajuda. O Morcego, ainda abalado pela morte do Coringa e de Thalia, adentra as docas tomadas por Harley e desaparece. A Oráculo então contata Tim Drake, o Robin, e pede para que ele vá verificar o que aconteceu com Batman.
O capítulo permite que o jogador assuma o controle de Robin pela primeira vez fora de mapas de Challenge, que deve se aventurar por Arkham City atrás do Batman, que está desaparecido há dois dias. Porém, não foi dessa vez que a Rocksteady permitiu que andássemos livremente com o Menino Prodígio pelas perigosas ruas de Arkham, já que as partes com Robin são todas em ambientes fechados. As partes com Batman, no entanto, se passam tanto em ambientes fechados quanto numa pequena porção de Arkham City.
Este episódio extra não é exatamente longo – pode ser terminado em torno de 1h30 -, porém vale o preço de quase dez dólares cobrados na PSN. Além da história, são adicionados alguns poucos troféus à lista de troféus do jogo (todos bem simples) e alguns modelos de personagens para visualização dentro do game.
O enredo do capítulo em si não é muito complexo e nem profundo, mas é interessante pois mostra um pouco mais da personalidade de Tim Drake, o Robin, e sua relação com o Batman, o que não aparece muito na campanha principal do jogo. Além disso, o jogo aborda os efeitos que o final da campanha principal teve sobre o Batman, a Arlequina e Arkham City como um todo.
Os inimigos são basicamente os mesmos da campanha principal, apenas com roupas novas (já que aqui são capangas da Arlequina, o que não existia no jogo original). E, assim como nos capítulos normais do jogo, os inimigos mantém conversas que vão do interessante ao cômico enquanto o jogador explora os mapas disponíveis. Essas conversas são legais de se interceptar pois a maioria é bem engraçada e mostra o ponto de vista desses capangas sobre os acontecimentos da história principal ou do capítulo extra.
O DLC não deixa efetivamente um gancho para uma futura continuação, mas no entanto elimina um dos muitos deixados pela campanha principal, provavelmente o mais famoso e mais provável deles, que fica bem óbvio no decorrer do capítulo e portanto não vou citar aqui para não estragar a surpresa. A história também não é indispensável para a compreensão de nenhum dos acontecimentos do jogo em si, mas é interessante e não é “solta”, ou seja, não deixa a impressão de que fizeram qualquer coisa largada apenas para vender mais conteúdo com a marca do jogo.
Aliás, o próprio tempo de espera entre o lançamento do jogo e este DLC deixa claro: não se trata de algo caça-níquel e nem indispensável para a campanha principal, é apenas um complemento. Se você gostou de Arkham City e, como eu, estava com um gostinho de “quero mais”, Harley Quinn’s Revenge foi feito para você. Se a campanha principal de Batman: Arkham City já te satisfez, talvez valha a pena dar uma conferida neste DLC, mas não é indispensável. Harley Quinn’s Revenge é interessante e mostra o mesmo empenho no desenvolvimento que o restante de Batman: Arkham City, porém não é um must-buy. Caso ainda não tenha o jogo, a edição GOTY – lançada junto com este capítulo extra – sim é um must buy que não deveria faltar na coleção de nenhum proprietário de PS3. Se você já tem o game, os $9,99 cobrados pelo DLC são justos e, se eu fosse você, já teria desembolsado.
— Resumo —
+
Conteúdo extra para o jogo feito com o cuidado e dedicação da campanha principal
+
Não é indispensável para a compreensão da história
+
Enredo bem trabalhado
+
Jogar com Robin fora de Challenges
+
Preço justo
+
Suporte a Troféus
–
Relativamente curto
–
Ainda não é possível andar com Robin pelas ruas de Arkham City