Gravity Rush é um jogo único. Produzido pela própria Sony do Japão, é um daqueles games que deveriam aparecer na lista de títulos obrigatórios de um console – no caso, do Vita.
Em Gravity Rush, você controla Kat, uma garota que possui o poder de controlar a gravidade através de seu gato Dusty. No entanto, Kat não lembra nada de seu passado e a história se desenvolve com você descobrindo o mundo juntamente com a personagem. História essa que é contada através de poucas cutscenes e muitas histórias em quadrinhos, as quais você deve passar deslizando o seu dedo pela tela do portátil, como se virasse de página. O sensor do portátil também permite que você veja a “página” como desejar. A história se desenrola e mais personagens importantes surgem nela, mas não vamos estragar sua diversão.
A história não é muito profunda e é, em certas partes, boba. Mas isso não estraga a diversão. O jogo possui diversas missões em seu mapa principal, sendo que a história é evoluída através das missões específicas a ela. Existem outras que envolvem desafios e conversas com personagens não-jogáveis, mas entraremos em detalhes mais adiante.
Como dito anteriormente, Kat pode controlar a gravidade e o gameplay do jogo é totalmente focado nisso. Através do botão R, Kat flutua. Isso faz uma barra começar a ser gasta (que recupera automaticamente quando você desativar o efeito de controlar a gravidade). Aperte R novamente e você irá para a direção que está apontando (use o analógico ou o sensor do portátil para mirar) e isso, consequentemente fará a força da gravidade focar naquela mesma direção. Enquanto “voa” para a direção que desejou, o botão X pode acelerar a velocidade, R novamente fará Kat parar e flutuar, enquanto que o quadrado possibilita um chute bastante forte. O triângulo faz um ataque mais forte ainda e que só pode ser usado de tempos em tempos (o carregamento demora muito). O botão L faz você cancelar o efeito da gravidade. Portanto, você deve masterizar esses comandos para poder andar no mundo do game. A curva de aprendizagem é um pouco longa, o que pode fazer os menos persistentes desistirem do game.
Fora isso, ainda temos o círculo que causa uma espécie de “stasis” e permite que você carregue objetos e pode até mesmo arremessá-los nos inimigos. O botão X, no chão, pula, e o quadrado ataca os inimigos com golpes físicos bastante fracos. A tela de toque possui duas funções: deslizar para qualquer direção faz Kat desviar de investidas de inimigos, enquanto que se você segurar os dois cantos com os seus dedões, Kat começará a deslizar pelo cenário, no chão. São muitas possibilidades de gameplay e, sem dúvida, masterizar isso tudo será necessário para evoluir no game.
Evolução essa que existe também no sentido literal. Espalhado por todo o jogo, existem diversos itens colecionáveis roxos que servem como o “XP” de Kat. Você também ganha eles por completar Challenges. Usando esses itens, você melhora as habilidades mencionadas nos parágrafos anteriores (mais dano, mais rapidez, etc). Já os Challenges estão espalhados pelo mapa do game. Você deve consertar algo na cidade e o desafio será aberto.
Não foi dito até o momento, mas você já deve ter deduzido: Gravity Rush possui um mundo totalmente aberto, sendo que você deve ir até um determinado lugar e iniciar a missão proposta – seja da história ou challenge. Existem bueiros especiais que devem ser encontrados e que servem como atalhos neste mundo aberto ou para ir até a casa de Kat (que você constrói logo no início e serve como um lugar para salvar o seu progresso – mas o jogo possui um sistema de auto-save).
Gravity Rush é completamente viciante. É bastante longo, tendo aproximadamente 20 capítulos e diversos challenges. Você vai demorar para aprender como se joga de forma correta, mas o jogo não pune você por demorar. Apenas os challenges farão isso, mas o nome deste modo é, portanto, justificável: “desafios”, afinal de contas. Os gráficos são em um cel-shading especial e extremamente bonitos. É um tanto quanto monocolor, mas é apenas o estilo artístico adotado pela equipe de produção. A música também agrada, contando com alguns trechos orquestrados, mas porém com nenhuma música de destaque.
Se você esperava um título exclusivo e que justificasse a compra de seu Vita, encontrou. Gravity Rush é ótimo e merece ser conferido. Ele possui problemas como a curva de aprendizagem ser longa, os inimigos não sofrerem muitas variações (e os seus pontos fracos sempre são bastante claros) e a história ser meio boba. Mas há muitas qualidades que ofuscam esses problemas, como principalmente a inovação e o ar de novo em seu gameplay. Jogue e tire suas próprias conclusões.
— Resumo —
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Gameplay inovador
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Viciante
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Challenges desafiadores
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Gráficos
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História meio boba
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Curva de aprendizagem longa (demora para “pegar o jeito”)
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Inimigos repetitivos e sem mistérios de como derrotá-los