Nem todo jogo possui um objetivo claro. Para cada mundo aberto gigantesco e dezenas de missões secundárias, temos outros jogos menores, quase pequenas caixas de brinquedo, que buscam nos lembrar da infância, do brincar pelo prazer de brincar, sem a necessidade de atingir um objetivo x ou um nível y. É nessa segunda opção que GNOG se encaixa.
Lançado para PS4 com suporte ao PlayStation VR, GNOG é um jogo pequeno e que parece ter sido feito para explorar as possibilidades visuais que a plataforma de realidade virtual da Sony apresenta. Desenvolvido pela KO_OP e publicado pela Double Fine Productions, é um claro experimento em entregar uma sensação ao jogador: a de estar maravilhado.
Composto por uma série de pequenos quebra-cabeças, GNOG passa a sensação de ser um brinquedo. Desenvolvido com a realidade Virtual como seu principal foco, ele não é um jogo cuja principal intenção é que o jogador resolva os seus desafios rapidamente e passe para o próximo, mas sim brincar com aqueles ambientes e aproveitar a experiência sensorial que ela entrega.
O jogo em si são cabeças de monstros que funcionam cada uma com um tema distinto. Os temas variam de um submarino, uma nave espacial, uma floresta ou um prédio, cada uma delas é diferente e oferece algo completamente novo para experimentar por meio dos controles bastante simplificados (feitos para funcionar com o PS Move) e do show sensorial que cada “caixa” é.
Algo que fica bastante claro logo no começo: GNOG é um show feito para ser aproveitado em VR, mas que funciona muito bem na tela plana. Tudo é muito colorido e chamativo, o estilo gráfico e a arte de todos os ambientes é genuinamente incrível e a trilha sonora, em especial ao utilizar fones de ouvidos, é de um primor sensacional. GNOG é o tipo de experiência que parece feita sob medida para vender unidades de Realidade Virtual e para convencer quem ainda não possui a acreditar na tecnologia.
Sem ela, no entanto, os principais problemas do jogo transparecem. GNOG é um jogo muito curto que, mesmo se o jogador se deixar imergir pela experimentação que possui de brincar e mexer em tudo, experimentar todas as possibilidades, dificilmente supera uma hora de jogo. Por mais recompensador e visualmente estarrecedor que seja completar os desafios, não há praticamente razão alguma para retornar ao jogo a não ser mostrá-lo para alguém.
Os desafios em si não são complexos e são todos solucionáveis por tentativa e erro, já que o grande incentivo de GNOG é que o jogador observe, aperte, puxe e manipule tudo que ele disponibiliza até conseguir descobrir a resposta.Estas sempre estão no cenário ou se tratam de mera repetição padrões. Por mais que isso possa passar a impressão de game design mal-feito, GNOG faz um trabalho fantástico em evitar esse caminho, nunca fazendo com que se sinta perdendo tempo.
GNOG acaba falhando em ser memorável em termos de mecânica, mas a marca que deixa é o quão prazeroso é brincar com ele e o quão belo o jogo é. A KO_OP parece ter entregado uma das experiências mais visualmente incríveis possível, com um jogo que transpira estilo e competência visual. Não é um jogo obrigatório em nenhum sentido, mas no que ele se propõe a fazer, ele o faz com maestria.
Veredito
GNOG, apesar de feito com o PS VR em mente, é um jogo divertido e visualmente incrível, mesmo na tela plana. É uma experiência curta e agradável, mas que não é para todo jogador.
Sobre o jogo no PSVR (escrito por Carlos Oliveira Maciel)
Infelizmente, a versão de VR não adiciona nada novo ao conteúdo do jogo. Na verdade, jogar sem o VR ligado é a mesma experiência que o jogador encontra no jogo base.
Em relação ao conteúdo ao se jogar no VR, a experiência é muito imersiva no que o jogo se propõe. O que mais chama atenção é a profundidade do 3D que o jogo passa ao jogador. É tudo extremamente profundo, com o jogador centrado em uma posição e muitas coisas acontecendo ao redor. Basicamente, o suporte ao VR é uma perspectiva diferente à do jogo base, dando um ponto de vista diferente das mesmas tarefas.
Tudo continua como o jogo base: muitas cores, belíssimas animações e quebra-cabeças relativamente simples. O interessante é que, apesar de tudo isso, não é uma imersão que canse ou incomode o jogador. Lembrando que é extremamente recomendável testar o PS VR antes de comprar, pois pode acontecer de o jogador sentir enjoo ou incômodos ao usar o dispositivo.
Jogo analisado com cóigo fornecido pela KO_OP.
Veredito
Veredict
GNOG, even though it was made with the PS VR in mind, it’s a fun and visually incredible game, even in a flat screen. It’s a short yet fun experience, but it’s not made for every player.