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Final Fantasy XVI – Review

Se proponha a imaginar o que constitui um Final Fantasy perfeito. De alguma forma, essa ideia será diferente na sua cabeça do que ela é na minha ou na de qualquer outra pessoa. A experiência de cada jogador, cada fã da franquia é diferente e o ponto onde você começou e quais jogou afetará diretamente a sua opinião. No entanto, se unirmos todas as nossas ideias há uma chance enorme do resultado do que seria o jogo definitivo da franquia fosse bem parecido com Final Fantasy XVI.

E, bem, não poderia ser diferente. Afinal, quando se destila a essência da franquia, além dos seus clássicos elementos mágicos, criaturas, arquétipos/classes de personagens e sua propensão a alternar entre fantasia medieval e distopias tecnológicas, há dois pontos essenciais do que tornam a série tão especial: uma história envolvente com personagens carismáticos e um sistema de combate engajante e sem medo de inovar e fugir das regras estabelecidas por seus predecessores.

Final Fantasy XVI faz tudo isso e mais um pouco. Em uma franquia que havia se contentado por duas gerações em correr atrás do que a indústria vinha fazendo, o novo título da Square Enix recoloca a série na vanguarda, simplesmente por saber usar aquilo que ela sempre fez de melhor e, neste processo, redescobrir a sua alma.

Final Fantasy XVI

Tudo começa e termina com Clive Rosfield, o protagonista do jogo. Nascido como O Primeiro Escudo de Rosaria, um dos seis reinos espalhados pelos continentes gêmeos de Valisthea, Clive é o irmão mais velho de Joshua Rosfield, o Dominante da Fênix, e, como um Portador, ele se vê encarregado de liderar a guarda pessoal do seu irmão e manter o jovem e frágil Joshua longe do perigo para que ele possa fazer jus ao seu papel como futuro Duque de Rosaria.

no entanto, quando o atual Grão-Duque resolve fazer uma visita ao lendário Portão da Fênix para consultar seus ancestrais antes de partir pra guerra contra o Reino de Ferro, o Grão-Ducado desaba sob o peso de traições e, em meio ao caos, um misterioso segundo Eikon de Fogo surge e aparenta assassinar a Fênix na frente de Clive.

Com seu pai e seu irmão mortos e sua mãe sendo responsável pelo golpe que acabou com Rosaria e a jogou sob domínio do Sacro Império de Sanbreque, Clive se vê praticamente escravizado. Forçado a lutar num pequeno grupo de elite cuja missão é matar a Dominante do Gelo e, com isso, dar ao Império a vantagem em meio a guerra travada entre eles, o Reino de Ferro e Dhalmekia. Mas, quando as coisas não saem bem como planejado, Clive passa a questionar tudo aquilo que ele acreditou durante 13 anos e se vê em uma jornada que não só o mudará como homem, mas também o próprio destino de Valisthea.

Final Fantasy XVI

Sem entrar em maiores detalhes que beiram spoilers, Valisthea é um gigantesco destaque e talvez a melhor ambientação da franquia desde o advento de Ivalice. O que temos aqui é um mundo rico e complexo, com diferentes dinâmicas de interesse entre suas nações alimentando conflitos políticos e guerras pelo controle de um mundo à beira do colapso. Um mundo em que heróis e vilões se confundem e, no qual, a própria fonte da existência da humanidade pode ser a causa do seu fim.

Em suma, Valisthea é um mundo abençoado com seis Cristais-Máter, cujas lascas dão acesso à magia para pessoas comuns, ajudando nas tarefas simples do dia a dia. A existência dos Cristais é tida como uma benção para o mundo, tornando a vida muito mais confortável para as pessoas comuns de todos os reinos. O contraponto disso é que, por serem raros, as diferentes nações de Valisthea estão em constante guerra pelo controle dos Cristais-Máter.

Além disso, um fenômeno conhecido simplesmente como A Praga vem se espalhando pelo mundo, secando todo o éter e impedindo que a vida floresça naqueles lugares. E, bem, tem a questão dos Portadores e Dominantes. Tidos nas lendas como maldições dos Deuses por uma revolta dos Humanos contra eles, eles são pessoas capazes de usar magia sem o auxílio de cristais ou, no caso dos Dominantes, se transformarem em Eikons, representações vivas de divindades elementais.

Final Fantasy XVI

A questão é que, apesar de fundamentais para o funcionamento do mundo, ambos são tratados como sub-humanos, quase como objetos descartáveis que servem para apenas um propósito. A única exceção a isso é em Rosaria, lugar no qual o Dominante é sempre apontado como Grão-Duque e Portadores são tratados como guerreiros de prestígio. Razão pela qual o protagonista, Clive, tem uma visão diferente (e revolucionária) do papel dos Portadores no mundo.

A história de Final Fantasy XVI é, acima de tudo, a história de Clive. De como, ao longo de toda a jornada, ele vai de um jovem de bom coração criado por um pai idealista e revolucionário à um homem consumido pelo desejo de vingança contra o assassino de Joshua e o seu reencontro com seus ideais e a busca por transformar o mundo em um lugar melhor e mais justo.

Clive faz mais do que o suficiente para carregar a narrativa nas costas graças ao imenso carisma do personagem e o quão complexo e crível ele é. Apesar de parecer, Clive não tem todas as respostas, precisando aprender a confiar e se apoiar nas pessoas ao seu redor e, com isso, se (re)conhecer, reconhecer seus erros e, através disso, se tornar o herói que se espera de alguém que se propõe a salvar o mundo.

A complexidade de Clive, no entanto, não seria de muita valia se os personagens ao seu redor não fossem igualmente bem escritos e a dinâmica entre eles fosse tão funcional. O claro destaque é o incrível Cidolfus Telamon. Talvez a melhor encarnação do Cid em toda a história da franquia, o Dominante do Trovão é igualmente complexo e a dinâmica de mentor e aprendiz dele com Clive é uma das principais forças-motrizes de toda a história.

Cid não é o único. Os personagens humanos “comuns” com quem você lida e são importantes aliados para Clive e muito bem desenvolvidos ao longo da jornada, especialmente os seus aliados no Esconderijo como Gav, Tharja e Otto. Aliás, até mesmo Torgal, o cachorro de estimação do Clive, é um personagem carismático mesmo sem falar uma palavra. Dito isso, o centro das atenções (e do show) são os Dominantes e encapsulam muito do porquê a história funciona.

Como dito, Valisthea possui seis Cristais-Máter, cada qual com seu próprio Dominante. Embora essa regra seja rapidamente quebrada quando Clive desperta os seus poderes de Dominante, cada um dos seis é, novamente, um personagem incrivelmente rico e complexo, com suas próprias motivações que os fazem cair em um dos lados do espectro entre aliado e antagonista.

Final Fantasy XVI

Enquanto Cid e Jill Warrick, a Dominante do Gelo, se encaixam bem rapidamente nos papéis de mentor e interesse amoroso, respectivamente, eles não estão ali à serviço de Clive, mas com objetivos que se alinham aos dele. Por outro lado, Benedikta Harman, Hugo Kupka e Barnabas Tharmr, os Dominantes do Vento, Terra e Escuridão respectivamente, são antagonistas não porque são ruins aleatoriamente, mas porque seus interesses são conflitantes com os de Clive e sua visão para o futuro do mundo são diferentes. E em algum lugar no meio e talvez com o melhor desenvolvimento de todos está o resplandecente Dominante da Luz, Dion Lesage.

E aí entra um dos principais méritos do jogo. Embora não seja excessivamente longo, Final Fantasy XVI gasta bastante tempo desenvolvendo os personagens antes de jogá-los em conflito direto. Cada personagem, por menor que seja, tem algum tipo de missão secundária ou principal que expande o background dele e te faz entender exatamente porque a personalidade deles é aquela, te dando maior compreensão de cada um.

Isso não quer dizer, no entanto, que o jogo tem um ritmo ruim. Muito pelo contrário. A alternância entre momentos de calmaria explorando pontos menores da história serve como um excelente contraponto para momentos mais tensos e intensos, com algumas das cenas sendo tão comoventes quanto o desfecho de certas batalhas ou diálogos entre personagens passando a mesma sensação de um duelo de espadas.

Final Fantasy XVI

Tudo isso pode parecer que o jogo foi inspirado por algumas famosas séries de TV, livros e filmes o que não necessariamente está incorreto, mas Final Fantasy XVI é, tal qual outras obras do produtor Naoki Yoshida, uma grande carta de amor ao legado da franquia antes de tudo. Afinal, tensões políticas e guerras entre nações e debates sobre criar um mundo mais justo longe dos devaneios dos poderosos estão no DNA da série.

Ao longo de todas as dezenas de horas passadas com o título, há sempre uma sensação de inspiração em três importantes títulos: Final Fantasy V, Final Fantasy VI e, principalmente, Final Fantasy XII. De várias maneiras, há um claro paralelo entre FFXII e FFXVI, incluindo aí um grupo de foras-da-lei tentando mudar o mundo e o claro teor político da narrativa apresentada aqui.

Outro ponto com traços similares é a estrutura de missões secundárias do jogo. Ele opta por uma abordagem priorizando qualidade ao invés de quantidade, com todas as missões secundárias sendo dedicadas a te mostrar algo diferente sobre um personagem secundário ou explorar melhor elementos da lore e do mundo ao seu redor, com algumas delas batendo especialmente pesado e impactando até mais do que missões da história principal.

Final Fantasy XVI

A exceção fica pelo sistema de caçada de monstros, bem similar ao de FFXII, com o jogador precisando rastrear esses monstros ao redor do mundo e um sistema de recompensas baseado na sua notoriedade. Algumas dessas batalhas são, inclusive, muito mais desafiadoras do que batalhas da campanha, sendo algumas das poucas em que eu me vi precisando usar itens de cura ou buffs temporários.

Falando no combate, ele talvez seja o ponto mais revolucionário e polêmico de todo o jogo. FFXVI foi vastamente vendido como o primeiro jogo da série a ser totalmente um RPG de Ação, sem qualquer tipo de sistema de combate por turnos. Em uma série famosa por se manter totalmente fiel à estrutura por turnos que a tornou famosa por 35 anos, essa mudança pode ter assustado a alguns fãs, mas a cada combate a sensação que se tem é de ter sido extremamente acertada.

A estrutura inicial é bastante simples e intuitiva. Clive tem dois ataques básicos, usando sua espada para golpear o inimigo com quadrado e lançando bolas de fogo com triângulo, além do uso de habilidades especiais usando a combinação de R2 com um desses dois botões. Esses ataques por si só já rendem um combate bastante divertido e visualmente empolgante, mas é a forma como ele evolui que o torna especial.

Final Fantasy XVI

À medida em que o jogador vai avançando pela história, novas habilidades vão sendo desbloqueadas graças à habilidade do Clive de absorver parte dos poderes de outros Dominantes. Isso dá acesso a ele a novas técnicas que vão sendo mapeadas para a mesma combinação de botões (com o Eikon ativando sendo alternado com L2), condizentes com os elementos representados por eles e aos poucos vai expandindo o repertório de à disposição.

O fato dos comandos permanecerem os mesmos independente do Eikon ativo traz uma considerável velocidade ao combate, fazendo com que tudo esteja à sua disposição de forma muito rápida e intuitiva. Isso faz com que, embora apenas duas habilidades especiais por Eikon pareçam pouco, a quantidade total (06, visto que é possível equipar até 03 eikons por vez), o ritmo do combate e o constante acesso a elas com o baixo tempo de cooldown faz com que tudo flua excepcionalmente bem.

O sistema de progressão do jogo também é muito bem construído. Ao ganhar novos poderes, você sempre terá acesso a três habilidades básicas, sendo uma fixa (mapeada para círculo e varia bastante de um Eikon para outro) e outras duas que podem ser trocadas por até outras duas desbloqueáveis usando pontos de habilidade. Esses pontos são ganhos ao completar batalhas, missões e até alcançar certos níveis de notoriedade. Por fim, cada habilidade pode ser melhorada até duas vezes, com uma série de recompensas vindo ao alcançar sua maestria.

Final Fantasy XVI

É no combate onde se vê uma clara inspiração em Devil May Cry 5, o trabalho anterior do Diretor de Combate do jogo, Ryota Suzuki. Não que o jogo necessariamente copie DMC, mas a constante mistura de combos e habilidades de batalha tanto no chão quanto áreas e o foco em esquiva lembram demais o jogo da Capcom e fazem com que tudo seja excepcionalmente divertido, ainda que não exista um constante medidor de ranking na HUD (só no modo Arcade, naturalmente).

Dito isso, não obstante não seja o jogo de ação mais difícil do mundo (afinal ele ainda é, prioritariamente, um RPG), a adição de itens equipáveis pelo jogador que facilitam o combate são muito bem-vindos e o tornam muito mais acessível (inclusive por serem equipados automaticamente ao escolher o Modo História). Os efeitos desses itens são variados, mas adicionar um medidor de tempo para a esquiva ou o uso automático de habilidades ajudam bastante a torná-lo mais fácil sem, no entanto, fazer com que ele seja chato.

Cabe aproveitar o gancho e dizer que outro ponto no qual o jogo claramente bebe de Devil May Cry é o show visual que o combate é. Especialmente com o avançar do jogo e o acesso a mais habilidades, os combates viram um espetáculo visual à parte, casando os incríveis modelos de personagem com partículas voando para todo lado e efeitos de iluminação de deixar o jogador boquiaberto.

E nada é mais impressionante nisso do que as batalhas de Eikon. Apesar de só acontecerem em momentos-chave da história, essas lutas de proporções gigantescas entre Clive (transformado em Ifrit) e seus adversários são espetaculares, empolgantes e absolutamente especiais. Elas seguem uma fórmula similar ao combate normal, com as primeiras vezes em que Clive conjura Ifrit sendo mais limitadas e, com o passar do tempo e ele tendo maior controle sobre a invocação, novas habilidades sendo incluídas no seu repertório. Há uma verdadeira sensação de serem combates épicos, com os números e escala das batalhas claramente refletindo isso.

Com relação ao aspecto técnico do jogo, a qualidade dessa parte me pegou um pouco de surpresa. Apesar de ter alternado entre o modo Fidelidade e o modo Performance, no fim das contas, é muito mais recomendável jogá-lo em 4K do que priorizar o framerate. Isso se dá porque a experiência é muito mais rica com os visuais melhorados e a taxa de quadros é praticamente travada em 30 fps, com as únicas quedas notáveis que aconteceram comigo ocorrendo em um pequeno trecho da primeira batalha de Eikons e mais à frente explorando uma das cidades do jogo.

Falando em cidades, algo que me chamou bastante a atenção é que a escolha por priorizar mapas conectados ao invés de um grande mundo aberto foi excepcional. Todas as áreas do jogo são bem grandes e vastas, sendo bastante divertido e recompensador explorá-las. Ainda há uma constante linearidade no que diz respeito à história, mas há incentivos para retornar constantemente aos diferentes locais graças às missões secundárias e há sempre algo novo a encontrar (algo que, novamente, me lembrou bastante a experiência de jogar FFXII no PS2).

Final Fantasy XVI

Essa linearidade mencionada é um dos surpreendentes pontos fortes de FFXVI. Embora a série tenha exemplos mistos de quando jogos assim funcionam (FFX) e quando não (FFXIII), o fato do jogo saber dosar momentos de intensidade em que ele te força a constantemente progredir e calmaria em que ele lhe deixa explorar áreas por onde você passou casam perfeitamente e só tornam o ritmo do jogo notoriamente positivo.

A trilha sonora do jogo também é um show à parte e outro ponto que enriquece exponencialmente a experiência do jogador. O trabalho do compositor Masayoshi Soken é um dos mais especiais em toda a história da franquia só por tudo que foi feito em Final Fantasy XIV, mas ele novamente se supera aqui, com canções incríveis que casam perfeitamente com cada momento apresentado pelo jogo. É uma daquelas trilhas que o jogador claramente irá querer ouvir no dia-a-dia e lembrará de momentos marcantes do jogo.

Considerando o tamanho de Final Fantasy XVI, é um ponto extremamente positivo e mais um sinal do quanto a Square Enix vem abraçando o Brasil o fato do jogo estar todo localizado em português brasileiro. E quando se diz localização é algo que vai além da mera tradução literal do texto, já que houve um cuidado em adaptar a forma de falar dos personagens ao nosso jeito em cada contexto. Dito isso, como não há dublagem em PT-BR, eu recomendo fortemente a dublagem americana já que o trabalho feito por todos os atores é excepcional, especialmente às vozes do Clive e do Cid.

Final Fantasy XVI

Se não ficou claro por tudo que foi dito até aqui, Final Fantasy XVI é, sem sombra de dúvidas, o melhor jogo lançado para o PS5 em 2023 até aqui e faz valer toda a fé que a Sony parece ter depositado nele como seu grande exclusivo para esse primeiro semestre. Não é à toa que a parceria entre Sony e Square Enix sempre foi muito forte e todos os jogadores da plataforma que já tem mais tempo de estrada tem algum tipo de lembrança forte atrelada a Final Fantasy nelas.

E até nisso Final Fantasy XVI faz jus ao legado da franquia. Se Final Fantasy VII e Final Fantasy XII foram marcos de qualidade visual e experiências transcendentais para os jogadores lembradas até hoje, FFXVI tem tudo para ser o mesmo para toda uma nova geração de jogadores e para os fãs de longa data apaixonados por uma das mais importantes séries de toda a indústria.

Quando os primeiros rumores de que Naoki Yoshida, o homem por trás do renascimento de Final Fantasy XIV e um dos maiores apaixonados pela franquia em todo mundo, estaria assumindo a direção do próximo jogo principal da franquia, era impossível não sonhar com um título excepcional. De alguma forma, Final Fantasy XVI é ainda melhor do que o esperado, sendo uma incrível ode ao passado e legado da série, mas movendo-a numa nova e empolgante direção, digna do brilhante vôo de uma fênix.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Square Enix.

Veredito

Inspirado pelo passado mas se mantendo moderno a cada passo, Final Fantasy XVI é a reformulação que a série precisava com primor e qualidade inigualável. Impulsionado por uma história fantástica e personagens carismáticos, construído sobre um gameplay acessível, divertido e empolgante e envolto em um dos gráficos mais impressionantes do PS5, ele se consolida como um dos melhores jogos da história da franquia.

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Final Fantasy XVI

Fabricante: Square Enix

Plataforma: PS5

Gênero: RPG / Ação

Distribuidora: Square Enix

Lançamento: 22/06/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Inspired by the past but modern at every turn, Final Fantasy XVI is the overhaul the series needed with unparalleled quality. Driven by a fantastic story and charismatic characters, built on accessible, exciting gameplay and impressive graphics on the PS5, it consolidates itself as one of the best games in the franchise history.