Aviso: a análise conterá spoilers dos finais do jogo Fate/Extra, por se tratar da sequência direta do jogo. Caso ainda não tenha jogado, recomenda-se discrição.
Fate/EXTELLA: The Umbral Star é a sequência direta do RPG de PSP chamado Fate/Extra, lançado no Ocidente em Novembro de 2011. Representando um novo rumo para a série, largando o gênero de RPG e partindo para a boa e velha ação “musou”, desenvolvido pela Marvelous e publicado pela XSEED Games nas Americas, Fate/EXTELLA é lançado no Ocidente para o PlayStation 4 e PlayStation Vita, marcando um dos primeiros grandes lançamentos de 2017.
Fate/EXTELLA: The Umbral Star , apesar de se tratar de uma sequência direta de Fate/Extra, faz o seu trabalho em explicar o contexto do mundo criado pela Type-Moon e atualizar o jogador nos acontecimentos que levaram o jogo ao começo da história. Depois da Guerra do Santo Graal acontecida em Fate/Extra, você termina como o grande vencedor e passa a administrar o SE.RA.PH e a Moon Cell, se assegurando de proteger tanto ela quanto a Terra de futuras ameaças… o que não demora muito a vir logo no começo de Fate/EXTELLA.
Você começa o jogo controlando o protagonista e a Red Saber, a Serva principal da série. Para aqueles que não estão familiares com qualquer iteração da série Fate, o grande envolvimento ocorre entre os Mestres, humanos que costumam ser Magos, e seus Servos, figuras históricas evocadas por seus Mestres para lutar nas diversas Guerras do Santo Graal que acontecem em cada mundo.
Com a Red Saber do seu lado, cabe aos dois descobrirem por que você perdeu sua memória, que aconteceu assim que chegou no centro da Moon Cell para reivindicar o seu controle sobre a mesma, e por que outros Servos estão atacando o seu território na Lua, se rebelando contra o verdadeiro Mestre de todo o território.
Este é o Modo História do jogo, dividido em três partes e uma final, para mostrar os diversos lados da nova guerra acontecendo na Moon Cell. O modo como o jogo conta a história me lembra de como Nier lidou com seus diversos finais: não espere entender tudo que está acontecendo completando apenas uma das histórias disponíveis ao jogador de início.
Se você é fã da série Fate, você encontra em Fate/EXTELLA um jogo quase perfeito. Espere aparições de personagens inesquecíveis, como Iskandar e Gilgamesh de Fate/Zero, Nameless do Fate/Extra e até mesmo a Elizabeth Bathory, do Fate/Extra CCC, a história alternativa do Fate/Extra no PSP que não foi lançado no Ocidente. A quantidade de Servos que aparecem no jogo é bastante animadora, já que traz vários de cada iteração da série.
A jogabilidade, como explicitada anteriormente, abandona o gênero RPG e passa a se inspirar na jogabilidade encontrada em jogos da série “musou”, como Dynasty Warriors, Samurai Warriors, One Piece Pirate Warriors, e até mesmo Senran Kagura, até um certo ponto. Em resumo, você controla um único personagem, podendo trocar com outro durante as missões, e terá de enfrentar milhares de inimigos num mapa contido, enquanto cumpre certos objetivos e missões a fim de completar a fase.
O grande foco das missões seria o “controle de território”. O mapa é dividido em pequenas seções e o jogador deverá derrotar os Agressores, inimigos um pouco mais fortes, e conquistar aquela seção de volta das mãos dos Servos que controlam aquele mapa. Após reconquistar certa quantidade de “chaves”, obtidas tomando controle das seções, o Servo inimigo principal daquela missão aparece e você terá de enfrentá-lo para completar a missão.
A jogabilidade, para aqueles que já a conhecem, pode ser um pouco repetitiva, já que apesar de diferentes layouts de mapas, a missão quase sempre é a mesma: reconquiste certa quantidade de seções no mapa, vá de encontro com o Servo rival e derrote-o para completar a missão. Porém, cabe um grande aviso para aqueles que esperam muita ação do jogo.
Fate/EXTELLA conta com 30% de ação/aventura e 70% de história. Espere ler muito, mas muito mesmo, quase comparável com jogos do gênero “visual novel”, já que as missões costumam tomar pouco tempo do jogador e a história que ocorre entre elas dura muito mais do que isso. Quase sempre, essa história se trata de interações entre o protagonista e seu Servo naquela história, compartilhando suas ambições e medos, além de interações do dia-a-dia e preocupações quanto ao controle da Moon Cell.
Uma das poucas críticas que eu tenho a fazer quanto ao jogo é a relação entre Mestre e Servo. Não é de se espantar, levando em conta o rumo dos jogos japoneses ultimamente e o foco que dão para o romance entre o protagonista e os personagens de cada jogo, mas em Fate/EXTELLA, vindo como uma sequência direta do Fate/Extra, soou muito estranho para mim essa mudança repentina de tratamento entre Mestre e Servo.
Em Fate/Extra, o Mestre e seu Servo são companheiros de batalha, dando o seu máximo para derrotar os outros Mestres e ascender na Guerra pelo Santo Graal. A aproximação é puramente de companheiros lutando pelo mesmo objetivo, com raras exceções. Em Fate/EXTELLA, a relação entre Mestre e Servo é basicamente de romance: as Servas estando completamente apaixonadas pelo protagonista e reagindo a certas situações como garotas ingênuas. Esta diferença de foco, dentre um jogo e outro, é tão repentina que acaba estranhando demais os jogadores que não estão vindo para Fate/EXTELLA sem contato com seu antecessor.
Um outro problema que tenho é a falta de tradução em certas cenas, basicamente, durante os Noble Phantasms dos Servos, que seria seu golpe mais forte, seu ás na manga. Cada Servo faz um discurso durante seu ataque e, em todos os casos, as cenas estão sem tradução. Como o jogo só é dublado em japonês e as legendas em inglês não aparecem nelas, você fica sem entender nada do que estão falando.
Além do modo história, focando em três Servos principais, você vai habilitando as missões alternativas com os Servos que encontra durante a história e participam de uma ou outra missão com o protagonista. Estas missões contam pequenas histórias contidas desses Servos e dá uma chance ao jogador de controlá-los. Cada um tem ataques diferentes, mas no grande espectro do jogo, você os controla basicamente do mesmo jeito. Não existe uma diferença grande de um Servo para o outro. Por fim, existe também o modo “free play”, em que o jogador escolhe o Servo que quiser, lutando com outro Servo que escolher, e define todos os parâmetros daquela missão, que é um modo bem comum nos jogos do gênero.
Os gráficos do jogo são impressionantes no PlayStation 4 e a performance não poderia ser mais uniforme. Não há quedas de framerate, fazendo com que tudo acabe rodando de forma tranquila. Como dito anteriormente, o jogo conta apenas com dublagem japonesa e legendas em inglês. O jogo é praticamente inteiro dublado e o trabalho com a dublagem original é excepcional, trazendo direto as mesmas vozes dos animes em que alguns Servos aparecem. A trilha sonora, talvez, não seja tão bom quanto Fate/Extra, porque não conta com as mesmas trilhas marcantes para as cenas importantes na história.
A quantidade de conteúdo no jogo é enorme. Espere jogar por dezenas de horas ao passar pelos vários rumos do modo história, completar todos os Servos opcionais em suas próprias missões, além de cumprir certos objetivos para habilitar a que seria a Serva mais conhecida de toda a série, a Arturia Pendragon. Há muito o que se fazer no jogo, o que não será um peso se você é fã da série, sempre esteve interessado em entrar em contato com alguma iteração dela, ou mesmo gosta de jogos com essa jogabilidade “musou”.
Veredito
Fate/EXTELLA: The Umbral Star é um dos primeiros grandes lançamentos de 2017. Contando com Servos de várias iterações do universo Fate e uma jogabilidade nova para a série, o jogo marca mais uma ótima oportunidade para curiosos que sempre tiveram vontade de adentrar nesse universo.
Jogo analisado com código fornecido pela XSEED Games.
Veredito
Veredict
Fate/EXTELLA: The Umbral Star is one the first big releases of 2017. With Servants from several entries in the franchise and a brand new gameplay for the series, the game marks another great opportunity for beginners that always wanted to dive into this universe.