Far Harbor (Fallout 4)

Seis meses após o lançamento de Fallout 4, a Bethesda lança a expansão Far Harbor, que promete não só expandir o mapa do jogo com uma área completamente nova, mas também dar continuidade à história do jogo original, complementando tramas de um passado nuclear não muito distante.

A história do DLC envolve uma investigação acerca do misterioso desaparecimento de uma garota habitante dos arredores dos Ermos chamada Kazumi Nakano. O pedido é feito pelos parentes da desaparecida através da Agência de Detetives Valentine, dirigida por um dos companions do jogo principal. A trama acaba fazendo o jogador parar na misteriosa ilha de Far Harbor, lugar onde facções e grupos de fanáticos religiosos lutam para a dominação da ilha enquanto uma espessa e misteriosa Névoa que ameaça a vida de todos os habitantes permeia o local.

Há poucas novidades em termos de mecânicas e gameplay na nova expansão – tais novidades acabaram sendo guardadas para as DLCs anteriores. Automatron adicionou uma nova ferramenta no seu assentamento que possibilita a criação de robôs com customização completa em seu visual e habilidades. E a Wasteland Workshop trouxe a possibilidade de capturar as bestas encontradas nos Ermos e jogá-las em ringues desenvolvidos em seu abrigo para que lutem até a morte, típico entretenimento que todo cidadão de um mundo pós-apocalíptico deseja ter em sua moradia. Apesar de boas novidades e uma breve, porém interessante, missão em Automatron, as expansões anteriores tinham pouco ou nenhum atrativo em termos de histórias novas e personagens cativantes, Mas para alegria dos fãs sedentos por mais histórias, tal necessidade foi suprida com Far Harbor.


Como dito anteriormente, o DLC adiciona uma área completamente nova: a ilha de Far Harbor é ao mesmo tempo fascinante, bela e misteriosa. À primeira vista, quando chegamos ao novo cenário através de um pequeno barco a motor (lembrando muito uma das melhores expansões de Fallout 3, Point Lookout), vemos uma baía rodeada por pedaços de embarcações e uma névoa espessa permeando as águas ao redor. Ao longe, provavelmente embrenhadas no meio da floresta, ouve-se os grunhidos de criaturas e ameaças desconhecidas que instigam o jogador a explorar o local. O que nos espera ali é um local abandonado pelo resto dos Ermos, o que antes era uma cidade portuária, lar de uma produtiva comunidade, agora é uma fortaleza que batalha diariamente pela sua sobrevivência contra as criaturas habitantes da ilha e outros moradores não muito convidativos.

A história da ilha também é bem instigante, envolvendo três facções diferentes: Acadia, membros de um grupo de sintéticos refugiados; os Filhos do Átomo, adoradores fanáticos da radiação e seus efeitos não muito saudáveis; e os habitantes da parte costeira de Far Harbor, que constantemente brigam com os infortúnios que chegam por terra e pelo mar. As novas missões principais e secundárias continuam a enriquecer o universo do jogo: há revelações interessantes sobre personagens previamente apresentados na campanha principal e algumas surpresas e reviravoltas pelo caminho. Há várias possibilidades, dependendo de quem ou o que você fez na história original, o que acaba envolvendo um dos pontos fracos da experiência da expansão.

Mesmo com interessantes diálogos e a possibilidade de escolhas por parte do jogador, que nos fazem questionar as motivações e origens de certos personagens, se relacionando até mesmo com a nossa própria experiência previamente obtida com a história, chega a cutucar a ferida de um dos pontos mais criticados da mecânica do game: as opções de diálogos. Em alguns pontos das missões, tornar as escolhas em apenas quatro por fala acaba limitando muito as possibilidades que o jogador poderia fazer naquela situação, o que faz o jogo perder certo potencial. Isso acaba dando razão para aqueles que criticaram tanto a Bethesda pela escolha mais orientada para a ação do jogo.


Outro ponto negativo fica para a inserção de certa mecânica do jogo principal, usada aqui de forma um pouco gratuita. O ritmo é quebrado ao sermos reapresentados a uma fase que se utiliza da mecânica de construção do jogo em uma espécie de puzzle misturado com tower defense. Mesmo sendo relativamente curto e até criativo no design das fases, quebra totalmente o ritmo da aventura e pode desagradar aos que forem pegos desprevenidos pelo momento.

Os pântanos e cavernas da nova ilha abrigam algumas criaturas já vistas no jogo original, juntas com outras novas tão ameaçadoras quanto. O design do cenário e de como eles contam eventos e situações esquecidas pelo tempo mantém a qualidade esperada da franquia em mostrar e não dizer algumas subtramas realmente interessantes. E não vá sem um personagem equipado com um belo arsenal. Os desafios e inimigos enfrentados farão um belo estrago se o jogador não tiver passado algumas horas no jogo original. Há um bom desafio até mesmo para os veteranos, com recompensas gratificantes e bom looting pelo caminho.

As missões principais devem tomar cerca de 8 horas para serem completadas, tirando as dezenas de sidequests e miscelâneas espalhadas pela ilha. Apesar de já ser marca registrada dos jogos da Bethesda, surpreendentemente não há muitos bugs e problemas técnicos, se limitando a uma queda visível taxa de quadros quando se está em áreas rodeadas pela densa névoa da ilha, mas que no fim das contas não exatamente quebra a diversão e imersão.


E as terras altamente radioativas dos Ermos parecem longe de serem abandonadas. Com a promessa dos tão aguardados mods para os consoles saindo em junho, além de uma possível nova leva de expansões em um futuro próximo, o jogo está longe de se despedir de seu público, criando a cada expansão e atualização uma experiência mais densa, cheia de possibilidades e lugares a serem explorados.

Veredito

Com poucas novidades em termos de mecânica, Fallout 4: Far Harbor oferece todas as qualidades (e alguns dos defeitos) do jogo principal em um DLC competente, que une história, personagens e missões interessantes e instigantes, com um mapa extenso e cheio de novos locais a serem explorados. É uma expansão que, apesar de não reinventar a roda, flui muito bem e deve agradar os fãs do jogo.

Jogo analisado com cópia adquirida pelo redator.

Veredito

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