Em um luxuoso hotel de Bancoque, capital da Tailândia, está hospedado o vocalista da renomada banda indie The Class, suspeito de ter assassinado uma jovem e promissora atriz há um ano. Com ele também está seu advogado, o provável mentor de todo esse engendrado plano. E é para lá que o Agente 47 embarca, a fim de acabar com essa conspiração.
O quarto episódio de Hitman transcorre em um hotel e suas imediações. O Hotel Himmapan é imenso, com um saguão principal repleto de plantas e árvores das mais variadas espécies. E ainda é dividido em duas alas, cada uma com quatro andares — e nenhum elevador.
Até agora, esse talvez seja o episódio em que ouvir as conversas certas e conhecer a rotina de alguns hóspedes mais excêntricos realmente faz a diferença. Como um dos alvos se trata de um rockstar, é possível se disfarçar de membro da equipe de som, tomar o lugar do novo candidato a baterista da banda, ou participar da festa particular de aniversário de vinte e sete anos de Jordan Cross (o alvo). As possibilidades são inúmeras, variadas e, claro, como sempre, bastante criativas.
Por outro lado, fica a sensação de que tudo acontece porque o Agente 47 está ali — e não deveria ser essa a premissa do jogo. Praticamente todas as formas de aniquilar os alvos de maneira incógnita consistem em desviar drasticamente as vítimas ou algum outro personagem importante de suas rotinas. Há a impressão de que, se não fosse pelo Agente 47, todos os personagens continuariam rodando infinitamente pelo hotel, sem rumo aparente: o novo baterista da banda The Class não faz o teste para ser aceito como membro do grupo; o advogado que quer comprar um Tuk-tuk não o faz caso o jogador não intervenha na situação da forma adequada; o controle de pragas nada faz, a não ser que o Agente 47 entre em cena e mude a situação.
Isso tudo tem um peso ainda maior, levando-se em consideração a amplitude do cenário. De certa forma, as grandes proporções do hotel parecem mal aproveitadas, visto que determinados personagens mal saem de seus postos — salvo em situações onde são induzidos diretamente pelo jogador. Por conta disso, boa parte do cenário não é bem explorada pelas oportunidades que o jogo proporciona.
Veredito
O quarto episódio de Hitman é também o menos expressivo até então. O enorme cenário não é bem aproveitado pelo jogo, deixando certa sensação de vazio em algumas partes. Também pouco se aproveita da rotina dos alvos a serem assassinados. As formas de assassinato, em sua grande maioria, só são possíveis interferindo diretamente com os personagens. Entretanto, nada disso chega a estragar a experiência. As mortes, mesmo que muitas vezes forçadas, são extremamente inventivas e até engenhosas em alguns casos. A beleza dos cenários, a riqueza dos diálogos, e os diferentes personagens criam uma boa atmosfera para o jogo, como já é de praxe em Hitman.
Jogo analisado com código fornecido pela Square Enix.