Da França à Itália, o segundo episódio de Hitman nos leva a Sapienza, cidade localizada na costa do Mediterrâneo. Seguindo os acontecimentos do primeiro episódio, o Agente 47 tem agora de interromper a produção de um vírus mortal, capaz de ceifar milhões de vidas em poucos minutos.
Maiores e mais amplos do que no primeiro episódio, os cenários de Sapienza são extremamente detalhados. Por se passar em uma pequena vila, é possível presenciar as mais banais cenas do cotidiano, como, por exemplo, um ciclista atropelado por um carro de entregas, maridos discutindo com suas respectivas esposas pelo telefone, funcionários preguiçosos que não fazem a menor intenção de chegar ao trabalho na hora, pessoas tomando banho de mar, outros pescando, enfim. Há de fato a sensação de uma cidade com vida, que respira, dorme, anda, e, principalmente neste caso, em presença do Agente 47, uma cidade que sangra.
Não cabe aqui mencionar que há inúmeras maneiras de infiltração, dezenas de formas de aniquilar seus alvos, os mais variados disfarces que podem ser usados. Nada disso é novidade em Hitman. Aliás, essa é a grande marca da série. O que é digno sim de menção é o apreço e o esforço que é colocado em cada pequeno detalhe, tornando tudo muito crível (aparte a velocidade com que 47 troca de roupa). Os personagens são todos muito vivos, não meros bonecos inanimados. Há uma história por traz de cada um deles, inclusive de meros NPCs. Ouvindo suas conversas, é possível identificar traumas, medos, anseios, desavenças, desejos, enfim, um sem número de sentimentos. E é esse o grande trunfo de Hitman, ainda mais notável em seu segundo episódio.
Além das diferenças geográficas e estéticas entre Paris e Sapienza, no intervalo de lançamento entre os dois episódios algumas atualizações foram lançadas para corrigir, ou pelo menos amenizar certos problemas que atrapalhavam a experiência do jogador. Um deles foi quase que totalmente sanado. Mais consistentes, agora há poucas desconexões por conta da instabilidade dos servidores. E mesmo quando há, o jogo tenta se reconectar naquele exato momento, sem ter a necessidade de voltar para o menu principal do jogo, tendo que esperar as quase intermináveis telas de loading. Estas, entretanto, mesmo que não tão lentas como antes, ainda continuam demasiado longas. Se o jogador por acaso morre logo no início da fase, ou simplesmente resolve reiniciar após cometer algum erro que comprometa o status de incógnito, o jogo leva os mesmos infindáveis minutos para ler todo o mapa novamente. Ao que tudo indica, os problemas serão corrigidos ao longo do ano, no ínterim entre um episódio e outro, tornando-se plenamente jogável e de fato pronto apenas no lançamento do último episódio.
Veredito
Os cenários mais amplos e com mais vida são o grande trunfo do segundo episódio de Hitman. Alguns problemas de performance foram amenizados, tornando a experiência menos tortuosa e mais fluida. Infelizmente, a divisão em episódios não foi uma boa escolha. Deixando a história vaga e difusa, esse é definitivamente o maior problema do jogo. Entretanto, a ótima jogabilidade e o fator replay somados à excelente atmosfera de Sapienza compensam seus defeitos, tornando este episódio superior ao primeiro em todos os quesitos.
Jogo analisado com código fornecido pela Square Enix.