O ano é 3300, a raça humana não está mais restrita à Terra e ao sistema Solar, a galáxia é livre para ser explorada. A bordo da sua nave, decida como desfrutar de uma galáxia feita em escala real com 400 bilhões de astros e tentar se tornar o comandante mais sucedido em Elite Dangerous.
Após mais de dois anos do lançamento no PC, o PS4 finalmente recebe sua versão de Elite Dangerous. O jogo é um simulador espacial com abrangência de toda a Via Láctea, possibilitando uma escala em 1:1 de todos os astros conhecidos pela humanidade e objetos registrados pela própria NASA.
Como comandante, o jogador inicia em alguma estação espacial aleatória, sem nenhum recurso e com uma nave bem simples para sua jornada no espaço. Não há um objetivo direto, sendo que fica a critério de cada um como será sua experiência e nisso Elite Dangerous é recheado de atividades a serem realizadas.
De início é mais simples ser um entregador, pegar encomendas em alguma estação espacial e entregar em outra, dentro de algum sistema distante. À medida que se evolui, conseguindo algum dinheiro, melhorando sua nave ou até mesmo comprando uma melhor, outras atividades vão ficando mais acessíveis, como minerar asteroides e refinar materiais, participar das linhas de comércio, comprando recursos de um sistema e entregando em outro por preços melhores, trabalhar como caçador de recompensas dos procurados da galáxia ou até mesmo se tornar um pirata, roubar cargas e pessoas em transporte para vender ilegalmente ou solicitar resgates.
Elite Dangerous é imenso e complexo da mesma forma. Abrir o mapa da galáxia pela primeira vez pode ser assustador, impactando o jogador com a quantidade de lugares para visitar e bastante confuso entender tanta informação de uma única vez. O mesmo acontece ao tentar compreender todas as funcionalidades da sua nave e como pilotar. Acredite, fazer um simples pouso vai surgir como algo extremamente difícil no início, devido a todos os passos que o simulador exige, como solicitar permissão para atracar, direcionar a sua baia de aterrisagem, gerenciar velocidade e altura, abrir trem de pouso e nivelar os pontos de ancoragem.
Mesmo seguindo todos os tutoriais que o jogo oferece, vai ser normal se perder nos comandos, explicações e jogabilidade durante umas 4 a 6 horas de jogo, talvez até mais. Elite Dangerous possui uma curva de aprendizado longa e lenta, se tornando até frustrante aos menos pacientes, porém, passado esse período inicial, ele começa a mostrar todos os seus trunfos: liberdade em abundância e simulação espacial de alta qualidade.
Além das já citadas atividades diretas, há muitas outras em toda a galáxia, como o powerplay, que é praticamente a disputa de poder entre todas as facções da Via Láctea, separados em Aliança, Federação, Império e outros, no qual você pode se afiliar a uma e ajudar na expansão do poder político e armamentista da escolhida. Talvez nenhuma atividade seja tão interessante quanto a de explorar os sistemas desconhecidos e não mapeados. Equipar uma nave para tal obra requer muito dinheiro e tempo, de modo a ter o equipamento certo para fazer viagens interestelares e desbravar o desconhecido. Há ainda um modo PVP arena, para os interessados em focar no combate, com modos de jogo conhecidos e balanceados, como mata-mata e capture a bandeira.
O combate não se distancia do jogo e tem seu próprio nível de complexidade. Alguns tipos de armas são melhores contra escudos e outras contra o casco direto das naves, o que faz o jogador estudar e trabalhar no balanceamento para enfrentar diversos tipos de inimigos. Cada nave pode favorecer mais um tipo de atividade, como algumas específicas para transporte e mineração e outras para combate, possuindo capacidade para carregar mais armas ao mesmo tempo e variados módulos de ataque ou defesa. Assim como algumas são específicas para exploração, com maior capacidade de combustível e capaz de viajar grandes distâncias em poucos saltos espaciais.
Há muitos mistérios e curiosidades no jogo, praticamente a maioria baseado em fatos reais. Se quiser viajar até o centro da Via Láctea, prepare-se para encontrar o maior buraco negro da nossa galáxia, Sagittarius A*. O jogador pode se direcionar ao sistema Solar e encontrar o planeta Terra e até descobrir que Marte agora é um planeta colonizado. Caso decida pesquisar a fundo e se dedicar a explorar, até a própria Voyager 1, primeiro dispositivo criado pelo homem a deixar o sistema Solar, pode ser encontrado no jogo. Há ainda a possibilidade de se deparar com uma raça extraterrestre da qual pouco se sabe, os chamados Thargoids, e relíquias alienígenas, que praticamente centram o maior mistério do universo, o de se realmente existe vida em outros lugares.
Elite Dangerous possui uma qualidade visual de alto nível. Tanto as naves, estações espaciais, planetas e estrelas são bem detalhados, mesmo que os rostos de alguns personagens pareçam estranhos, pela dimensão da obra, tudo é muito bem feito. Efeitos sonoros e músicas são bem colocados, dando ritmo principalmente nos momentos de combate e durante as viagens na velocidade da luz.
A Frontier vem fazendo um trabalho excelente desde o lançamento no PC, incrementando o jogo mês após mês com novos recursos, naves, missões, correções e suporte constante. Mesmo com o jogo já vindo completo no PS4, a desenvolvedora informa que continuará atualizando-o e expandindo-o via patchs e por conteúdos pagos. Já no lançamento da versão PS4, fica disponível a expansão Horizons, já presente na versão Deluxe ou adquirido separadamente.
Essa nova Expansão realmente traz recursos novos e que acrescenta muito na jogabilidade. Agora é possível aterrissar nos planetas sem atmosfera para realizar exploração, combate, mineração e novas missões disponíveis. Acrescenta um novo veículo, o SRV, usado para realizar todo trabalho na superfície dos planetas disponíveis e investigação das estações e artefatos em solo.
Elite Dangerous executa com maestria exatamente o que propõe, um simulador espacial de exploração e combate, com uma proposta de jogo quase infinita, assim como a imensidão da galáxia situada. Porém, alguns problemas ocorreram nas semanas de lançamento, principalmente por ser um jogo somente online. Desconexões, lentidão no acesso aos servidores e screen tearing eram frequentes, mas a desenvolvedora já solucionou alguns desses com um patch e promete trabalhar para manter as conexões mais estáveis.
Veredito
Apesar de uma curva de aprendizado lenta, Elite Dangerous se torna excelente em cada aspecto de um simulador espacial, com muita liberdade de exploração, conteúdo amplo e variado além de um combate divertido, se tornando o melhor título do gênero já lançado no PS4.
Jogo analisado com código fornecido pela Frontier Developments.
Veredito
Veredict
Despite having a slow learning curve, Elite Dangerous becomes excellent in every spacial simulator aspect, with lots of liberty to explore, a huge amount of content and a fun combat system, which makes it the best PS4 title of this genre so far.