Duke Nukem Forever

Duke Nukem é um personagem bastante popular no mundo dos videogames, principalmente com o sucesso de Duke Nukem 3D. Mas na última década, seu sucesso se deve ao famoso atraso que Duke Nukem Forever sofreu. Em desenvolvimento há 14 anos, o game simplesmente era adiado, adiado, adiado e passou por praticamente três gerações de videogames sem ver a luz do dia.

Isso virou piada “interna” da Internet, mas tudo mudou quando a Gearbox e a 2K Games anunciaram em 2010 que adquiriram a franquia.

Duke Nukem Forever passou de engine em engine como se fosse de mãos em mãos. Restos da programação dos últimos 14 anos podem ser notados e é provavelmente isso que torna Duke Nukem Forever um título longe de ser obrigatório.

A história e o enredo são os fatores que você precisa mais levar em conta. Se você se ofende fácil com piadas machistas ou acha que uma pitada leve de humor negro não é sua praia, a maior graça de Duke Nukem Forever não existirá. As frases de Duke, ditas em momentos específicos, são o que tornam a experiência do jogador divertida. Um “always bet on Duke” quando você está andando pela mesa de pôker com uma voz “fina” por estar pequeno, um “I’ve got balls of fail” quando Duke perde no pinball (“I’ve got balls of steel” é uma frase característica do personagem) ou ainda o clássico “eat shit and die” são o que tornam o game divertido, acredite se quiser. Há momentos que você dá um sorriso só por coincidir seu pensamento com o que Duke disse.

Isso tudo é apenas o fluxo do jogo: a história não pode ser levada a sério. Basicamente, Duke salvou a Terra, é um herói, todas as mulheres querem o “amor” dele e agora os Aliens resolveram atacar novamente, sequestrando as mulheres da Terra e matando os homens. Resta a Duke salvar tudo de novo, já que o Presidente não vai fazer nada a respeito.

A jogabilidade segue os padrões atuais de jogos de tiro em primeira pessoa. Não há nada novo aqui ou diferente. Duke pode carregar duas armas diferentes, sua vida (“EGO”, que pode ser aumentada ao longo do jogo interagindo com objetos) é recuperada se você não levar tiros por alguns segundos, os botões fazem aquilo que você imagina que eles façam, há a opção de correr com L3, agachar com R3, e tudo mais. As novidades ficam por conta das funções do D-Pad: cada direção é uma espécie de power-up. Para cima, é a visão noturna de Duke. Para esquerda e para baixo, esteróides e cerveja, que fornecem boost para o personagem de formas diferentes e para a direita é o Holoduke (crie um clone seu para distrair os inimigos e fique invisível).

Ao passo que a jogabilidade é igual aos FPS atuais, todo o resto não é. Os gráficos deixam a desejar. Os cenários variam entre corredores fechados e campos abertos. Nos dois casos, eles são medianos. Os modelos dos personagens são bastante tristes. O Strip Club que há no jogo perde toda a graça quando você vê polígonos por todo o corpo da stripper.

No entanto, os cenários são bastante interativos. Muitas coisas podem ser pegas por Duke. Há minigames que são tão bem feitos que parece que os produtores gastaram mais tempo neles do que na parte shooter. Por exemplo, há minigames de Pinball, Sinuca e até Air Hockey.

A campanha single-player é relativamente longa para um FPS. Você levará cerca de 8h para finalizá-la. Mas considere 10h: 2h serão usadas nas telas de loading. O jogo há inúmeros loadings e todos eles demorados. Se você avança de área; loading. Se você morre (o que não é algo incomum); loading. Se você carrega o último checkpoint; loading. Loadings eternos (algo em torno de 30 segundos) e para todos os lados. Para efeito de comparação, se você já jogou Borderlands, poderá pegá-lo como exemplo. O loading desse jogo, que também é da Gearbox, é longo, mas é justificável nesse caso devido às áreas enormes. Duke Nukem Forever tem esse loading e não possui justificativa.

Outra coisa frustrante na campanha são os inimigos. Além da animação deles não ser nada impressionante, há diversos momentos que você mira de forma precisa uma arma e o inimigo simplesmente não sentiu dor. Os porcos são um exemplo clássico disso, mas o pior caso são os aliens voadores que jogam objetos em você. Na dificuldade Normal isso não causa muitos problemas, mas em dificuldades maiores isso é bastante triste.

No fim das contas, a campanha é separada por capítulos. 75% dos momentos é você caminhando e matando aliens. Os outros 25% são interagindo com os objetos de lugares “pacíficos” como o Strip Club. Isso define o game como um todo. Adicione variedades como os momentos que Duke Nukem fica pequeno e há alguns momentos de puzzles consequentemente; ou quando você dirige veículos (que possuem controle bastante semelhante aos de Borderlands, principalmente a física, para quem jogou) e aí está o jogo resumido em um parágrafo.

Duke Nukem Forever possui um modo multiplayer (apenas online) também. Infelizmente (ou felizmente), não há troféus online. Dessa forma, há bem menos gente jogando esse título e é um pouco mais complicado achar salas. Mesmo assim, é possível jogar. O que torna o multiplayer um pouco desinteressante é o desbalanceamento. No simples Deathmatch, há um Jetpack que pode ser pego, por exemplo. A pessoa que conseguir isso, tem uma vantagem gigantesca sobre os outros jogadores e matá-la não é uma tarefa simples (mas é recompensadora).

Além dos modos de cada um por si e Team Deathmatch, o multiplayer possui o de capturar a bandeira (uma garota, no caso) e king of the hill. Mais modos estão previstos para serem lançados via DLC.

O fato mais interessante de se jogar o multiplayer é destravar itens para o “My Digs”. Aqui você pode ir para o apartamento de Duke e destravar vários itens conforme evolui de level no multiplayer. No início, há apenas uma empregada. Depois de jogar algumas partidas e evoluir para o level 2, outro item é aberto e assim sucessivamente.

Já no “Change Room”, você pode mudar o visual de Duke Nukem. Além da cor de suas roupas, diversos itens (como óculos, por exemplo) também são destravados ao se completar os desafios que são pedidos.

Não será dessa vez que iremos obedecer você, Duke Nukem, com sua frase “hail to the king, baby!”. Duke Nukem Forever não é um jogo “totalmente” horrível e, apesar da nota baixa, merece ser conferido, ainda mais se é fã das antigas. O seu humor característico pode fazer você dar algumas risadas e é para isso que o entretenimento existe. Mas ao mesmo tempo, você ficará frustrado com os loadings eternos, com a repetitividade, com a falta de capricho nos modelos dos personagens e algumas mecânicas ultrapassadas que os FPS atuais nos acostumaram mal.

— Resumo —

+ Humor
+ Minigames e cenários interativos
+ Campanha relativamente longa

Loadings gigantescos
Falta de capricho
Repetitivo

Multiplayer nada inovador

Veredito

58

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Veredict

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