Dragon's Crown

Nota: esta análise é baseada na versão de PlayStation Vita. O jogo também existe para o PlayStation 3 e, a princípio, o conteúdo é o mesmo. A principal diferença fica nos comandos, que é adaptado conforme a plataforma (no Vita você pode usar a Touch Screen, por exemplo). Infelizmente, não há cross-play e nem cross-buy, apenas cross-save. Em breve faremos uma mini-análise da versão de PS3 mencionando as diferenças.

Dragon’s Crown é o mais recente projeto da Vanillaware, conhecida por seu estilo artístico único visto em jogos como Odin Sphere, GrimGrimoire e mais recentemente, Muramasa. Exclusivo para plataformas PlayStation, Dragon’s Crown é um jogo que mistura os gêneros de RPG, ação e beat ‘em up. É o Golden Axe desta geração com um toque de RPG.

Você começa escolhendo uma de seis classes disponíveis: Amazon, Elf, Dwarf, Knight, Sorceress e Wizard. Cada classe possui seus próprios ataques e destaques em determinados atributos. A customização de cada uma é pequena: somos restritos à cor (que é escolhida em um padrão de algumas disponíveis) e ao nome do personagem. A classe escolhida por mim, por exemplo, foi a elfa. A principal arma dela é o arco e flecha e é relativamente ágil. Cada personagem possui uma arma própria. O que nos leva ao próximo item: o equipamento.

Dragon’s Crown, assim como a maioria dos RPGs, é feito de quests e loots. Você terá à disposição diversos itens pegos em suas jornadas – cabe ao jogador decidir o que é melhor equipar em seu personagem analisando as características dos itens. Um arco pode ter um ataque mais forte, enquanto que outro, apesar de ser mais fraco, pode gerar envenenamento no inimigo. Você passará muita parte de seu tempo avaliando o que é melhor carregar em sua bolsa.

Mas antes de mais nada, o jogo começa em uma espécie de hub (ilustrado acima). Nele, você se prepara para todas as quests que for fazer (ou seja, jogar as fases). À esquerda temos o “Dragon’s Haven Inn”, lugar onde você pode salvar seu jogo e controlar os personagens que vão acompanhá-lo na próxima jornada (como adquiri-los será discutido logo a seguir). Sim, três personagens controlados pela CPU vão auxiliá-lo durante cerca metade do jogo. O modo multiplayer, tanto online quanto via Ad-Hoc, só é destravado depois que você completar as nove fases do jogo. Depois disso, abrirá um caminho “B” em cada uma delas e aí sim seus amigos ou pessoas aleatórias podem ajudá-lo. É um tanto triste que isso seja assim, principalmente para as pessoas que compram o jogo pensando em aproveitá-lo com um amigo.

Saindo da taverna, temos o Canaan Temple, um lugar onde você pode reviver guerreiros. Ossos deles são coletados nas fases e existe a opção de ressucitá-los (e, assim, ajudá-lo) ou enterrá-los e ter a chance de ganhar algum item. Aqui também existe a opção de “rezar” e, pagando, aumentar estatísticas aleatórias do jogo. Os guerreiros ressucitados podem ser escolhidos na taverna mencionada no parágrafo anterior e três deles vão auxiliá-lo na próxima fase que você escolher. O equipamento dos guerreiros “gastam” e não tem como recuperar, por isso o ideal é sempre variar.

Ainda no hub, temos a loja de Morgan. É a típica loja para vender os itens que você não deseja mais, recuperar os itens que gastou e não quer trocar ainda por um novo ou comprar alguma coisa que precisa. Depois da loja de Morgan, temos o Adventure’s Guild – é o lugar onde você pega as side-quests. Cada side-quest completada libera uma artwork bonita e que possui relação com o que você fez. Por exemplo, uma delas é eliminar 30 seres que se parecem com árvores. Quando completar, a arte terá uma árvore gigante nela. O hub ainda possui outras opções como Lucain com a “Rune Magic” (pedras espalhadas pelo jogo, associadas com a que você tem, formam palavras que, por sua vez, ativa alguma magia por um tempo limitado. É totalmente opcional, mas pode ajudar em algum momento crítico) e os estábulos, que só abrem mais tarde na história e servem para escolher a fase que deseja ir (o portal que você usava antes tornará o destino aleatório). Por fim, temos o castelo que só serve para acompanhar elementos da história.

História essa que até agora não mencionamos. E não vale a pena: a história é relativamente fraca. Ela é narrada de uma maneira como “você foi ao castelo para ver o que aconteceu”, sendo que ainda não foi, mas sabe agora que precisa ir para lá. A maneira que ela é contada, o enredo, é interessante, mas a história em si não empolga. Basicamente, todos querem a “Dragon’s Crown” e os eventos ocorrem ao redor disso, sem entrar em detalhes.

Entendendo agora todo o mecanismo de RPG do jogo, podemos falar sobre a ação. Como dito anteriormente, Dragon’s Crown é do gênero “beat ‘em up”, ou seja, pense em Golden Axe, Final Fight ou Streets of Rage. Há um campo que podemos andar em dois eixos e devemos espancar todos os inimigos que aparecem. Os comandos são simples: quadrado ataca, bola é o golpe especial de sua classe (no caso da elfa, por exemplo, é a flecha do arco), X pula e triângulo pega itens no chão, desde os ossos dos guerreiros até itens descartáveis (facas, bestas e outros, contando até com a possibilidade de andar em animais específicos). É simples, mas viciante. Você vai tentar fazer variações com tudo isso e tentar “combar” o máximo possível, mesmo se for com a CPU controlando os outros personagens.

Ainda sobre os comandos, a única crítica é que você corre segurando quadrado (ao menos no Vita). Usar o mesmo botão de ataque e para correr não é “natural”. Porém, você raramente correrá daquela forma em combate, mas sim desviará, o que é feito com o botão R. Por fim, temos o uso da touch screen: há elementos no cenário, como uma porta ou um baú, que o ladrão que acompanha você (ele só serve para isso, além de pegar moedas que você deixar no cenário por muito tempo de inimigos derrotados) abrirá assim que ordernar ele para fazer isso selecionando com o seu dedo. É possível selecionar com o analógico da direita e pressionando L – o que no PS3 deve ser feito assim.

Depois de avançar em uma fase, você chegará a um chefe. Vença e poderá conferir todos os tesouros adquiridos. Aqui, existe a opção de pegar o item desejado e depois pagar para que ele seja usável, ou vendê-lo, caso não tenha interesse. Obviamente, terminando ou não a fase, você ganhará XP e evoluirá de nível. Normalmente, uma fase terminada implica em um nível evoluído.

Enfim, resumindo tudo: Dragon’s Crown começa em um hub. Nele, você se prepara da maneira que deseja (escolha seu armamento, itens e guerreiros). Depois, parte para uma fase com o objetivo de completar uma side-quest ou continuar a história principal. Termine, retorne ao hub world para pegar sua recompensa ou continuar a jornada. Se prepare novamente e escolha outra fase. E assim o jogo progride. É um RPG em suas raízes, mas com elementos de ação no momento do gameplay.

Quanto aos aspectos técnicos, Dragon’s Crown se destaca e muito. Os gráficos são embascantes, como todo título da Vanillaware. A trilha sonora é divina (a música do hub e da seleção de mundos se destacam) e o gameplay é viciante.

As críticas negativas ficam em alguns pontos pequenos (como correr com quadrado) e outros mais problemáticos, como o multiplayer que precisa ser destravado (e isso não acontece tão rápido) e, se você decidir “invadir” a sala de outro jogador, pode não ter o progresso salvo se a conexão cair (o ideal é sempre jogar como host, se não deseja perder nada). Além disso, o jogo pode ficar repetitivo para muitas pessoas. A progressão dele é sempre a mesma (hub > fase com inimigos e chefe > avalie seu equipamento no hub > fase) e poucas novidades significativas acontecem na jornada – ou seja, o que você fez, por exemplo, nas três primeiras horas de jogo, continuará acontecendo da mesma forma pelas próximas.

O jogo, em compensação, possui um fator replay grande: finalizar o título com uma classe leva, em média, cerca de 15 a 20 horas. Como temos seis classes… Obviamente na segunda vez você já vai saber o caminho a ser seguido, mas é um incentivo para aproveitar mais.

Dragon’s Crown é uma excelente adição para a biblioteca do PlayStation Vita (e também do PS3). Com tantos jogos bons saindo neste segundo semestre, ele será injustamente esquecido. Não cometa esse erro.


— Resumo —


+
Mistura de RPG, ação e beat ‘em up na medida certa


+
Gameplay


+
Enredo


+
Multiplayer


+
Aspectos técnicos (gráficos, trilha sonora)


+
Viciante





Multiplayer só é destravado após várias horas de jogo; problemas de conexão





Progressão repetitiva





História não empolga

Veredito

90

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Veredict

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