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Divinity: Original Sin

Divinity: Original Sin é um RPG por turnos desenvolvido pela Larian Studios, uma desenvolvedora de games Belga fundada em 1996 e voltada para RPGs. Isso dá uma ideia do "know-how" da produtora para o desenvolvimento do jogo.

Como é de praxe hoje em dia e para a geração atual, o jogo é uma "adaptação" da versão de PC para a nova geração de consoles, com interface adaptada, jogo cooperativo local em tela dividida dinâmica, além de opção de partida multiplayer online. O jogo recebeu em seu lançamento para PC, em junho de 2014, mais de 150 indicações a prêmios, além de nomeações para jogo do ano.

A Larian Studios colocou muitos elementos de outros RPGs em Divinity: Original Sin. Você verá características de franquias renomadas, como Skyrim, Diablo e Dragon Age, até de jogos menos conhecidos, como Lords Of Magic, título para PC lançado em 1997.

Não há como separar a versão de PS4 da versão de PC de Divinity: Original Sin, já que o mundo dos RPGs por turnos basicamente sempre deu as caras no PC e ainda engatinha nos consoles. Desde as gerações passadas até as atuais, é raríssimo encontrarmos títulos com esse estilo "RPG por turnos" nos consoles, e Divinity: Original Sin chega fazendo bonito em sua adaptação.

A história começa com o misterioso assassinato do Conselheiro Jake na cidade de Cyseal. Você faz parte de uma espécie de alto escalão denominado "Source Hunter" e é chamado para investigar o crime. A partir dessa cidade, infestada de acontecimentos "estranhos", a aventura começa.

Como qualquer RPG clássico, Divinity: Original Sin acontece em um mundo de fantasia na época medieval, com espadas, arcos, cajados, etc., mas não deixa de ter seus toques característicos com pitadas de humor, como colocar uma roupa de baixo no seu personagem, encontrar um Feiticeiro deitado debaixo de um guarda-sol à beira da praia, ou a "curiosa" habilidade de conseguir se comunicar com os animais (muito útil).

Uma premissa de Divinity: Original Sin é a total liberdade para criação dos personagens (você cria dois ao invés de apenas um, como normalmente vemos). Além disso, o jogo não te obriga a seguir um caminho para criar um "Knight" ou um "Wizard", apesar de poder começar a partir do padrão criado pelo jogo (Wizard, Cleric, Knight, Rogue, Ranger, Batlemage, Shadowblade, etc.).

A criação do personagem divide-se em 3 pontos principais: Atributos, formado por seis características (Força, Destreza, Inteligência, etc.); Habilidades, divididas em seis ramificações (Armas, Defesa, Skills, Personalidade, Craftsmanship e Sneaking), sendo que cada uma possui também suas próprias ramificações; e Talentos, no total de 50 talentos (Arrow Recovery, Magician, Parry Master, etc.), que adicionam bônus de atributos e habilidades ao personagem, desbloqueando habilidades para a batalha.

Todas essas diversas possibilidades criam personagens únicos, já que com poucos pontos de criação podem ser liberadas características distintas. Pode parecer simplista, mas essa liberdade e simplicidade não significa que o jogo seja fácil, pelo contrário, todas as penalidades de movimento, armadura e proficiência acontecem em Divinity: Original Sin, como em qualquer RPG, como Força necessária para uma determinada armadura ou Destreza para um determinado Arco.

O campo de batalha é um capítulo à parte em Divinity, com a batalha sendo por turnos, ao estilo de Lords Of Magic, e sensacional. Elas acontecem em tempo real no próprio mapa do mundo, não sendo necessário o carregamento separado do campo de batalha.

O jogo tem uma premissa de elementos que influenciam diretamente na luta. São alguns deles: fogo, água, óleo e veneno. Todos eles têm influência uns sobre os outros de alguma forma, por exemplo, uma flecha ou magia de fogo em uma poça de óleo causa um incêndio, já uma magia de água apaga esse incêndio, e a magia de eletricidade fará com que essa poça d'água cause choque e assim por diante, dando às partidas um aspecto muito mais estratégico.

Além destes elementos, tudo influencia a batalha: fumaça, elementos do mapa, geografia do terreno e posição do personagem, tudo isso influencia diretamente de uma determinada forma, seja impossibilitando um ataque até ou até mesmo dando vantagem durante a batalha.

O quanto sentimos falta de dividir o sofá com um amigo e dividir a tela jogando durante horas e horas nas tardes do fim de semana… Atualmente, estamos basicamente presos a jogos de futebol, lutas e corridas. E Divinity: Original Sin traz essa opção ao RPG, jogar em tela dividida em um sistema muito funcional, no qual você tem a opção de forçar a partida em tela dividida sempre ou apenas quando seus personagens estão afastados. No gameplay seus personagens não são forçados a ficarem juntos, as telas divididas funcionam como se estivéssemos em 2 TVs separadas e, caso um dos jogadores chegue durante a batalha, o mesmo entra instantaneamente na disputa e o jogo volta à tela singleplayer.

O multiplayer online pode não ser tão divertido (a não ser que você convide um amigo), já que qualquer pessoa pode entrar em sua partida e controlar um de seus heróis, e nunca se sabe como o outro jogador vai agir. Por isso, pode ser frustrante em determinadas ocasiões, já que nunca se sabe a intenção do outro jogador. O jogo te dá a opção de filtrar jogadores que podem acessar sua partida, com a opção de a entrada poder ser aberta apenas aos amigos, por convite ou a qualquer jogador, é uma ótima opção para jogar com amigos online.

Caso você escolha entrar em uma partida online, sua progresso não é salva, já que a partida não é sua. Essa opção é apenas para jogar junto com alguém. O inverso acontece, caso você crie a partida com opção multiplayer: seu progresso é salvo e outros podem visitá-la, seguindo a especificação de acesso.

Não podemos negar que o estilo visto em jogos como Divinity casa muito melhor com o PC. A manipulação de dezenas de itens nos inventários, compras e vendas dos itens, ajuste de equipamentos e itens de cada personagem, tudo isso antes era visto como uma barreira para os consoles pela falta da agilidade do teclado e mouse, mas Diablo III acendeu uma luz neste mundo sombrio e trouxe com louvor uma agilidade fantástica para os controles e interface.

Infelizmente Divinity não consegue repetir toda essa fluidez, tornando os “slots” de cada personagem muito "burocráticos": cada personagem é individual, mesmo estando em equipe, e os itens não são compartilhados em uma interface geral para todos os personagens, tornando maçante a tarefa de equipar cada personagem individualmente, fazendo com que o jogador tenha que procurar cada item e enviá-lo individualmente para cada personagem.

Graficamente Divinity: Original Sin é sólido, tem ótimas texturas e ambientes extremamente detalhados. Vilas e praias são cheias de vida e detalhes. Você não encontrará nada de soberbo graficamente no jogo, mas a simplicidade e a solidez dos ambientes fazem muito bem o seu papel.

O ponto mais forte em Divinity: Original Sin é a dublagem (apenas em inglês), com milhares de falas e centenas de personagens e mesmo assim parecendo que cada um é único. Cada personagem tem a sua característica de voz, sotaque ou algum "trejeito" particular, seja um soluço embriagado, a surdez ou a gaguez, enfim, parecerá que a cada vilarejo, a cada casa e em cada armazém você conversará com uma pessoa diferente.

Conversar, conversar e conversar, será uma coisa que você fará muito no jogo, típico dos RPGs antigos, focados na exploração para obtenção de informações para a solução dos problemas. A ação dos títulos atuais, que é só correr e matar, não acontece em Divinity; aqui, a investigação, diálogos, obtenção de informações e às vezes convencimento (seja por intimidação, suborno ou "jeitinho") são necessários para progredir na história.

É muito importante que se tenha o mínimo de conhecimento de inglês para ter alguma ideia do que está acontecendo e dos caminhos que são necessários tomar. A avalanche de informações é tão grande que não será incomum alguns ficarem perdidos, já que, a todo momento, você é sobrecarregado de textos, textos e mais textos. O jogo oferece outras opções de idioma mudando o sistema do PS4, mas Português-BR, infelizmente, não está disponível.

Veredito

Duas palavras definem Divinity: Original Sin, "RPG Clássico". Minhas palavras poderiam ser apenas essas para descrevê-lo, um RPG à moda antiga com milhares de diálogos, história trabalhada, com diversas direções e ações a tomar. E todo esse estilo clássico pode servir tanto para o bem quanto para o mal. Pelo lado bom dos jogadores mais antigos, que sentem falta de um estilo tão clássico no cenário atual e que encontrarão tudo isso em Divinity: RPG por turnos, ótima dublagem e história trabalhada em um mundo fantástico! E também para o lado ruim, já que o jogo pode ser uma barreira para novos jogadores, não pode ser sugerido para alguém que busca a porta de entrada para esse estilo de jogo, muito pela história complexa e pela dificuldade que algumas pessoas podem encontrar com o idioma do jogo, uma coisa que em épocas passadas era comum, já que o Português-BR nunca foi uma opção até alguns anos atrás.

Jogo analisado com o código fornecido pela desenvolvedora.

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Apaixonado por videogames e tecnologia desde sempre, jogador de Atari, Mega-Drive, SNES, PS1, PS2, X360, PS3, PS Vita, XONE, PS4, PS VR, PS4 Pro, ONE X........ Fora o PC, os fliperamas e os videogames dos amigos....