Child of Eden é um jogo bastante diferente do usual. Criado por Tetsuya Mizuguchi, o game acontece antes de Rez (Dreamcast, PlayStation 2 e Xbox 360) em sua história, mas não deixa de ser uma sequência. Se você teve a chance de experimentar Rez, já sabe o que esperar de Child of Eden: uma experiência.
Child of Eden pode ser jogado com o Dual Shock 3, mas para uma experiência completa, o ideal é o PlayStation Move. Com o Move, existem duas configurações de controle: apesar da primeira parecer mais imersiva, fará seu braço cansar muito rapidamente (para cada tiro, você precisa mover o controle em direção à tela). Já a segunda, apenas o pointer e os botões principais do controle são usados.
O game, a grosso modo, é um Rail Shooter. Ou seja, você controla apenas a mira e deve atirar no que achar que deve atirar. Em Child of Eden, tudo é extremamente abstrato. E aí é que se encontra a graça: mesmo sendo abstrato, você sabe quais são seus objetivos.
Existem três diferentes tipos de tiro. O normal serve para a maioria dos casos e você deve usá-lo mirando em vários alvos ao mesmo tempo para conseguir altas pontuações (se conseguir mirar em oito, receberá um “perfect” dependendo da situação). Já o outro tiro não “comba” e serve como um mecanismo de defesa. Toda a cor roxa que você ver no game é “inimigo” – projéteis lançados em você que deve ser destruídos com esse tiro para que não perca vida (você possui um limite de vida e pode recuperá-la atirando em objetos azuis circulares – o game explica tudo isso ao jogador). Por fim, existe a “euphoria” (também são recuperados através de objetos circulares, mas dessa vez escuros). São tiros limitados que destrói tudo que está no cenário.
Como dito no início da análise, Child of Eden é uma experiência. Todo tiro que você dá, gera uma parte da música eletrônica. Portanto, se você souber o que fazer, tudo ficará sincronizado e a música “toca” de forma natural.
O vídeo abaixo mostra a terceira fase do jogo e pode ilustrar melhor como é o gameplay:
As músicas são da banda Genki Rockets, inclusive o sucesso Heavenly Star está presente.
A abertura do game (acima) é bonita: a moral da história no game é salvar o “Project Lumi” de um ataque de vírus. O “Eden” é a “internet do futuro”. Se salvá-lo, o projeto reproduzirá a personalidade humana em Eden, que é a inteligência artificial onde Rez aconteceu.
Child of Eden possui um gameplay único e inovador. Com o suporte ao 3D (não testado nessa análise), a experiência deve ficar ainda mais imersiva. Porém, o jogo é bastante limitado.
Limitado no sentido de conteúdo. Existem cinco mundos que precisam ser destravados com estrelas – as quais são os seus ranks obtidos nas fases. Você consegue abrir o mundo 2, jogando o 1 tranquilamente, e depois o 3, jogando o 2. Porém, provavelmente será necessário rejogar os mundos 1, 2 e 3 para abrir o 4 devido ao número de estrelas. Mas fique sossegado: as estrelas são acumulativas. Você não precisa ter “4 estrelas” no primeiro mundo: basta rejogar e conseguir um rank que elas serão somadas ao seu total.
Em outras palavras, você rejogará as cinco fases do game diversas vezes, ainda mais se pretende buscar a platina, devido às dificuldades “Normal” e “Hard”. Existe uma dificuldade “Easy” digamos assim, que a pessoa não precisa se preocupar com a vida, apenas em atirar.
Há conteúdos a serem destravados (que são numerosos), mas o fato de jogar as cinco fases diversas vezes pode não agradar muita gente, sem contar que elas não são simples. O nível de dificuldade do game fica cada vez mais elevado a partir da terceira fase. E não existem checkpoints: morreu, faça tudo de novo. E sim, as fases são longas: devem demorar cerca de 20 a 30 minutos cada uma.
Child of Eden é um jogo único, que merece ser conferido, mas é limitado, repetitivo e querendo ou não, é direcionado a um público de nicho. Experimente: talvez você se apaixone.
— Resumo —
+ Inovador
+ Experiência única
+ Desafiador
– Limitado
– Repetitivo
– Poucas fases
– Sem "checkpoints" nas fases