Call of Duty: Modern Warfare 2

Sem sombra de dúvidas estamos diante do jogo com maior hype do ano, principalmente por se tratar de um lançamento multi-plataforma e seqüência de um jogo que foi um sucesso de crítica durante todo o seu período de vendas. Produzido pela Infinity Ward e publicado pela Activision, Call of Duty: Modern Warfare 2 é sucessor direto de Call of Duty 4: Modern Warfare e estará em 10 entre 10 listas de Game of the Year de 2009. Mas será que o jogo merece todo este destaque mesmo ou está na disputa apenas pelo nome? É o que vamos ver a partir de agora nesta análise.

 

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Call of Duty: Modern Warfare 2 é um first-person-shooter clássico, em muitos pontos bastante semelhante à edição anterior. Mas desta vez estamos diante de um jogo que, embora um só em sua essência, é formado por três pilares fundamentais. É como se fossem três jogos em um só, embora todos com o mesmo estilo. Estes três pilares são os três modos de jogos com os quais o jogador se depara já na primeira tela. Tratam-se dos modos Campaign, Special Ops e Multiplayer, e pretendo explicá-los brevemente a partir de agora.

 

O modo Campaign é o single-player padrão, que conta uma história de intrigas e guerra envolvendo EUA e Rússia, com um enredo que embora não seja perfeito, mostra bem com algumas coisas poderiam ser em um conflito armado entre as duas potências militares. A história está profundamente envolvida com os fatos da edição anterior, de modo que se você não souber muito bem como acabou e quais fatos se encadearam em Call of Duty 4: Modern Warfare você pode ter problemas para entendê-la. Um grupo terrorista ultranacionalista russo realiza um ataque em Moscou, mas faz se passar por americanos, fazendo com que o Kremlin resolva retaliar os EUA em um ataque militar, criando situações que envolvem cenas no Afeganistão, em Washington, em montanhas de neve na Sibéria, em um aeroporto em Moscou e até em favelas no Rio de Janeiro (mais pormenores da história apenas jogando, para evitar spoilers). Inclusive uma delas por ter potencial de chocar pessoas já amedrontadas com ataques terroristas e por este motivo pode ser evitada, sem prejuízos à história e ao jogador. Foi uma decisão da produtora para evitar cortes e proibições em alguns países.

 

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A história em si não é ruim, mas o modo como é contada às vezes parece pouco inspirado. A maior parte dela é explicada com cenas entre as missões, apenas narradas sob imagens de mapas das regiões de ataque. Além disso, a forma como os fatos são interligados também não é das melhores. Existe um foco cinematográfico nas seqüências, o que sem dúvidas é mérito da equipe, mas às vezes parece que algo está faltando entre elas. Mas o pior problema é a sua curta duração. No nível regular (médio) é possível se finalizar o jogo em 5 ou 6 horas. E tudo corre de uma forma bastante linear, onde seu objetivo é sempre indicado na tela, de modo que não há como se perder. Isso deixa claro o tanto que este modo é enxergado pela produtora mais como um bônus no pacote do jogo inteiro do que como o chamariz principal do jogo.

 

Mas isso não quer dizer que este modo é ruim. São leves problemas de solidez no encadeamento e uma curta duração que são completamente compensados por outros fatores. A jogabilidade é excelente, leve e fluida. A engine é muito semelhante à edição anterior (o que por si só já é um elogio), mas recebeu refinamentos que a tornam muito mais realista. A movimentação é convincente, as miras são realistas e bem realizadas. A variedade de situações também é muito bem vinda, seja em missões stealth, seja dirigindo um trenó a toda velocidade, ou entre becos de favelas no Rio de Janeiro. Trata-se de um modo com uma polidez incomparável em sua jogabilidade. Estes elogios logicamente são também estendidos aos outros dois pilares da estrutura de Call of Duty: Modern Warfare 2.

 

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O segundo deles é o modo Special Ops, um modo cooperativo para dois jogadores, seja online ou offline com tela dividida. Trata-se de uma série de missões a serem realizadas em situações das mais variadas (embora sempre semelhantes às apresentadas no jogo) que vão sendo liberadas de acordo com os resultados do jogador. De acordo com o nível de dificuldade da missão um total de estrelas é conseguido, e o somatório destas estrelas é o crédito disponível para se liberar novas missões.

 

De longe é uma das melhores opções cooperativas da geração atual de games. Seja online (onde o uso de um headphone é quase imprescindível) ou seja offline, a colaboração entre os jogadores é extremamente necessária, de forma que a sensação ao se completar uma missão (principalmente nos níveis mais difíceis) proporciona uma sensação de satisfação insuperável, digna de um trabalho em equipe muito bem realizado.

 

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O terceiro pilar é o modo Multiplayer, já amplamente conhecido e amado por todos os que jogaram a edição anterior. E em geral trata-se do mesmo modo, já contando com (muitos) mapas relacionados ao tema do jogo, bem como com todos os ajustes de jogabilidade já citados. Os modos já conhecidos (deathmatch, team deathmatch, capture the flag, free-for-all, e suas diversas variações) estão presentes, juntamente com o sistema de classes que pode ser customizado, modificação de armas com adição de elementos novos e com perks que garantem habilidades especiais. Definitivamente, este é o modo capaz de adicionar longevidade infinita ao jogo (pelo menos até o lançamento de um terceiro Modern Warfare).

 

Mas se prepare para apanhar um bocado no começo, pois não existe opção para jogar apenas com jogadores do seu nível. Portanto você quase sempre acaba caindo em salas que embora contem com equipes equilibradas, possuem muitos jogadores vários níveis acima do seu. E como conforme você avança de nível mais opções e armamentos vão ficando disponíveis, dá pra ficar bem claro o tanto de desvantagem que os jogadores novatos têm. Não tem jeito, em Call of Duty: Modern Warfare 2 se você é noob, você é mesmo noob. Mas ainda assim trata-se de um dos melhores e mais competitivos multiplayers da atualidade, que tem potencial para garantir horas e horas de diversão.

 

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Graficamente, embora não seja perfeito, Call of Duty: Modern Warfare 2 é um excelente exemplo do potencial da geração atual. Os gráficos são suaves e muito bem detalhados, a movimentação é extremamente convincente e bem realizada. A variedade de objetos, prédios e construções é enorme, e de altíssima qualidade. Os efeitos como fumaça, sangue (tanto dos inimigos quanto do próprio personagem, representado na tela quando ele toma danos), fogo, neve (e as pegadas deixadas sobre ela), embaralhamento de visão ao se passar sob áreas quentes, focos distorcidos ao se mirar e outros são excelentes, bem convincentes. A paleta de cores é suave e muito condizente com o esperado para cada cenário.

 

Entretanto alguns pequenos detalhes são inaceitáveis em uma produção deste nível. Algumas texturas muito borradas quando vistas de perto e a interação com objetos são alguns destes. Você literalmente passar por dentro, como um raio-x, de vegetação e de inimigos mortos, mostrando que a física para colisões é inexistente nestes casos.

 

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O áudio do jogo é de altíssima qualidade. As dublagens são excelentes, e são perfeitamente sincronizadas com os eventos das cenas. Os comandos dos personagens ao seu redor são muito precisos, bem elaborados e conferem realismo e imersão impecável. O único senão para nós brasileiros são as falas dos inimigos nas cenas nas favelas, que são todas em português. Mas trata-se de um português com sotaque que mesmo aparentemente tendo sido realizado com bastante cuidado (por exemplo, nota-se o uso de gírias) ainda soa estranho ao que esperaríamos de um carioca. Isso sem contar algumas instruções em português que são sempre sucedidas de sua similar em inglês, como “Cuidado, inimigo está à esquerda, on the left!”.

 

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Embora conte com uma série de pequenos pontos negativos que repito, são inaceitáveis em uma superprodução deste nível, Call of Duty: Modern Warfare 2 não pode ser desmerecido em momento nenhum. A variedade de modos de jogo (embora acreditemos que o modo Campaign é exageradamente curto), bem como a qualidade do modo Multiplayer e sua garantia de longevidade, a garantia de diversão no modo Special Ops e todos os seus atributos gráficos e sonoros são suficientes para garantir que o jogo seja mesmo candidato a Game of the Year. Definitivamente é um dos destaques da geração atual, e sem sombra de dúvidas é mais um “must buy”.

 

Veredito

95

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