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Bramble: The Mountain King – Review

Um dos maiores benefícios em se analisar jogos é quando pegamos um título sem muitas expectativas, mas que no final acaba se revelando uma grande surpresa. Bramble: The Mountain King se encaixa perfeitamente nessa situação. Para ser bem sincero, minha impressão ao finalizar sua história foi bem positiva, tanto que resolvi começar essa análise já afirmando: se você é fã de jogos fantasia e de terror, com uma pegada mais voltada para o lado psicológico, aprecia jogos como Limbo e Little Nightmares, então Bramble: The Mountain King é definitivamente para você.

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Bramble: The Mountain King é ambientado em um mundo inspirado pelos contos sombrios do folclore escandinavo. A narrativa é contada como numa espécie de fábula para crianças e acompanha a história de dois irmãos, Olle e Lillemor, em uma aventura por um mundo sinistro, cheio de mistérios e criaturas mágicas.

Tudo começa em uma noite em que Olle acorda de forma repentina e percebe que sua irmã fugiu para brincar, contrariando as recomendações de sua mãe. Temendo pela segurança de Lillemor, Olle decide sair para procurá-la. Só que ao encontrá-la, ambos acabam se distraindo com algumas criaturas da floresta, se esquecendo completamente dos riscos que estavam correndo ao perambularem pelo mundo de Bramble. Em um desses momentos de distração, eles são surpreendidos por um troll assustador, que captura Lillemor e a leva para a montanha. Olle, em um ato de coragem, então parte para tentar salvá-la, sem sequer imaginar os perigos que apareceriam pelo caminho.

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Totalmente localizada em português brasileiro, a história tem seu início de um jeito inocente, mas vai tomando rumos que passam por momentos de tensão e atingem seu clímax até flertando com situações das mais sinistras. Bramble: The Mountain King pode ser classificado como um conto de fadas, mas que provavelmente apresenta algumas das cenas mais pesadas que já presenciei em um título do gênero.

Toda a ambientação do jogo é bem desenvolvida e conta com uma arte gráfica muito bonita. O design dos cenários, dos personagens, das criaturas, tudo é muito coeso e representa a proposta do jogo de maneira bastante convincente. No mundo de Bramble nem tudo é exatamente o que parece e, por diversas vezes, você será surpreendido.

Para melhorar ainda mais a ambientação, os efeitos sonoros são excelentes, exercendo um papel fundamental de trazer ao jogo um clima que, por muitas vezes, chega a ser agoniante. A trilha sonora é composta por faixas típicas de jogos de suspense, mas também contém elementos clássicos da música folclórica nórdica, intercalando muito bem durante todas as passagens do jogo.

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Aliás, Bramble: The Mountain King possui essa característica muito particular de constantemente alternar entre um clima mais tranquilo para situações de obscuridade quase total. Essa dualidade é fundamental para corroborar seu tema principal de que, até mesmo nos lugares mais sombrios, ainda é possível encontrar uma luz.

Em contrapartida, o jogo faz questão de mostrar o tempo todo que o contrário também é possível. Isso fica mais evidente conforme a história vai se desenvolvendo, frequentemente colocando você em situações onde a inocência de Olle é contrastada com circunstâncias capazes de aterrorizar até o mais corajoso dos adultos.

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Uma outra característica muito importante em Bramble: The Mountain King é a de nos introduzir a uma cultura pouco abordada em jogos. As histórias contadas são intrigantes e, ao fim da campanha, minha curiosidade foi tamanha que acabei indo atrás de mais informações sobre o folclore escandinavo.

Uma dessas histórias, por exemplo, trata de um ser chamado Nacken, uma criatura que vive em um lago tocando seu violino para atrair viajantes que, ao serem hipnotizados por sua música, acabam se afogando. Já Pesta é a personificação da peste negra e costuma aterrorizar as vilas condenando seus moradores a vaguearem como mortos-vivos, se alimentando dos habitantes remanescentes.

Uma boa adição são os livros, que funcionam como colecionáveis, mas também fornecem mais informações sobre essas criaturas e, até mesmo, sobre a origem do mundo de Bramble.

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Mas se Bramble: The Mountain King se destaca de maneira positiva por sua ambientação, no quesito jogabilidade ele pode ser considerado por muitos como sendo um jogo simples. Isso a princípio pode até soar como algo negativo. Mas o fato de a jogabilidade se encaixar muito bem dentro da proposta do jogo acaba deixando essa falta de desafio em segundo plano.

A evolução pelos cenários se dá sempre de maneira linear. O jogo conta com sessões de plataforma, quebra-cabeças, stealth, quicktime events e até lutas contra chefes. Um item importante para a gameplay é um fragmento de luz, que vai ser útil para iluminar os caminhos mais escuros e também atirar raios de luz para afugentar criaturas e atacar os chefes.

As lutas contra os chefes não são muitas, mas possuem mecânicas bem variadas. E por mais que não sejam o foco principal do jogo, os bosses ainda se mostraram bem interessantes, sem passarem a impressão de serem monótonos ou fáceis demais.

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As sessões de plataforma também oferecem boas alternativas, principalmente quando são combinadas com momentos onde se faz necessário evitar ataques de inimigos. Por exemplo, no caso do já citado Nacken, você deve calcular o momento exato de se movimentar em busca de abrigo, para que possa se proteger de ser hipnotizado pela canção. O mesmo vale para uma parte onde você deve saltar por telhados, ao mesmo tempo que evita ser atingido pelo clarão emitido pelas flores do espinheiro.

É comum também encontrar situações onde será necessário movimentar objetos para alcançar a próxima plataforma, escalar paredes com a ajuda de musgos ou até mesmo saltar por plataformas de madeira enquanto utiliza seu fragmento de luz para iluminar o caminho.

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A exploração é outra parte importante, pois somente será possível avançar por algumas áreas após encontrar itens específicos para isso. A maioria desses itens são obtidos ao examinar objetos e resolver quebra-cabeças. Em um momento bastante perturbador você deverá abrir a mão de um cadáver para coletar uma chave. Em outra situação, será obrigado a preparar uma poção no caldeirão de uma bruxa, para quebrar o selo que o impede de atravessar uma porta.

Uma característica, que pode não agradar a alguns jogadores, é que Bramble: The Mountain King deixou uma sensação de ser um jogo curto. Para terminar a história foram necessárias apenas 4 horas e, além de alguns troféus e colecionáveis faltantes, não há muito o que se fazer após assistir aos créditos finais. Há um troféu que o desafia a completar a campanha sem morrer, o que acrescenta um pouco de longevidade para os colecionadores de platinas. Mas, se considerarmos que o fator surpresa é a maior qualidade do jogo, o valor de replay acaba sendo pequeno para os que não buscam essas conquistas.

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Além disso, na parte técnica, foram notados pequenos slowdowns durante alguns momentos. A resolução também apresentou baixa qualidade em partes específicas. Inclusive, há um uso excessivo de efeitos de blur e film grain, o que particularmente não me agrada.

Bramble: The Mountain King é uma aventura única, ambientada em um mundo mágico assustador, em que os momentos de tensão são capazes de causar transtornos até mesmo naqueles que se consideram bem preparados psicologicamente. Então, se você é um fã de jogos deste estilo, vale muito conferi-lo. Afinal, encarar os perigos de Bramble e acompanhar a jornada do corajoso Olle para superar suas adversidades é uma experiência muito gratificante.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Merge Games.

Winz.io

Veredito

Bramble: The Mountain King combina elementos de uma cultura pouco explorada nos jogos para criar uma ótima experiência de fantasia e horror. É um jogo que definitivamente vale ser conferido se você é fã do gênero.

80

Bramble: The Mountain King

Fabricante: Dimfrost Studio

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Aventura / Terror

Distribuidora: Merge Games

Lançamento: 27/04/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (Inclusive Platina)

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Veredict

Bramble: The Mountain King combines elements of an under-explored culture in games to create a great fantasy and horror experience. It’s a game that’s definitely worth checking out if you’re a fan of the genre.