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Bound by Flame

*Pedimos desculpas pelo som do vídeo. Foi uma tentativa (e a única) de usar o SHAREfactory do PS4. Usaremos nos próximos vídeos o que você já está acostumado a ouvir.

Bound by Flame é um RPG produzido pela Spiders, uma desenvolvedora pouco conhecida e também com nenhum jogo de relativo sucesso. Dito isso, podemos afirmar que este é um título com grande ambição. E é justamente aí que está o problema de Bound by Flame: sua ambição de ser um RPG épico é tão grande que falha miseravelmente em pontos muito importantes para atingir esse objetivo. Porém, não é um jogo ruim. Ele só se perde em conseguir uma identidade própria.

O que faz um RPG ser o que ele é? Vários elementos. Porém, não importa o estilo (ação, estratégico ou clássico), a história sempre pesa como um fator importante. Aqui está o primeiro problema de Bound by Flame: ela é sem inspiração e os diálogos são horríveis.

A história começa com a opção de customizar seu personagem (não há muitas opções), que é um membro de um grupo chamado Freeborn Blades. Seu nome é Vulcan. Os sete Ice Lords praticamente destruíram a humanidade com seu exército de Dead Walkers e os Red Scribes, um grupo de sábios, contam com o serviço de Vulcan para a proteção deles enquanto buscam por um templo antigo para realizar um ritual sagrado. As coisas não acontecem como o planejado e um demônio acaba dentro de Vulcan. O demônio é de Worldheart, a fonte do poder mágico do mundo de Vertiel, e deseja vingança nos Ice Lords por eles terem roubado os seus poderes. Porém, o demônio não se importa com a humanidade.

Apesar das similaridades óbvias com The Witcher, Dragon Age e até mesmo Game of Thrones, Bound by Flame tem seus próprios méritos. A jornada possui várias quests, side quests e principalmente um combate desafiador. Terminar o jogo considerando apenas as quests principais levará cerca de 15 horas.

A maneira como você interage com o demônio afeta a história, o que nos leva a três finais diferentes no jogo. Ou seja, em determinados momentos você tem a opção de ser bom ou mau, digamos assim, e quanto mais você trilha por um caminho, mais seu personagem muda de forma. Conforme o demônio fica mais poderoso, Vulcan consegue mais poderes mágicos, porém restringe acesso a determinados itens, o que o deixa mais vulnerável ao gelo. Tudo dependerá da escolha do jogador. Porém, não se engane muito: a história, por sua vez, continua a mesma, independente de sua escolha.

Apesar da história principal ser um tanto quanto clichê, a presença do demônio e dos personagens que seguem Vulcan o ajudando deixam as coisas interessantes. Dependendo de sua escolha, as pessoas o tratarão de forma diferente. Inclusive, o demônio sempre tentará convencer Vulcan a seguir um caminho que beneficie ele próprio. As consequências são consideráveis: você pode perder aliados definitivamente.

Os seus companheiros possuem personalidades distintas, mas a dublagem do jogo é terrível e completamente sem expressão, o que não nos dá vontade em saber mais sobre eles. Porém, se decidir ignorar isso, descobrirá mais sobre cada um. Como a filha do líder dos Red Scribes, Sybil, que tem desejo por conhecimento, o que nos leva a quests que estudam criaturas e textos antigos. Randval é um guerreiro que deseja sua própria morte no campo de batalha, portanto espere matar monstros com ele. Normalmente, Vulcan está acompanhado de apenas um companheiro, mas em certas quests, ao iniciá-la, mais um irá segui-lo.

Novamente, o problema dos personagens, mesmo sendo únicos, é que não são tão marcantes. Um, porém, que se chama Mathras e só aparece quase no fim do jogo, é um personagem memorável que inclusive não parece pertencer a este jogo.

A jornada por Vertiel levará você a diferentes lugares, mas são todos bem limitados. Há um mapa, mas não importa muito onde você esteja: sempre são corredores. A exploração, dessa forma, quase não existe – no máximo você encontra um baú aqui e ali. A ênfase do jogo está na história, escolhas, consequências e no combate, e não na exploração de cavernas ou das casas da cidade.

Veja o vídeo no início dessa análise para saber mais sobre o gameplay de Bound by Flame. Saiba que é um jogo difícil até mesmo na dificuldade normal. Não adianta esmagar botões: você precisa conhecer os inimigos para saber quando deve atacá-los.

Há três "sets" de habilidades diferentes: "warrior" usa armas com duas mãos, "ranger" usa adagas e tem a habilidade de ser mais furtivo para não ser detectado, enquanto que o "pyromancer" possui ataques mágicos. Você troca entre essas "classes" com o apertar de um botão. No entanto, o jogo é bastante desbalanceado nesse sentido. Se você decidir se focar em apenas uma classe, não é recompensado por isso.

Quando você está em "warrior", não é possível se desviar muito bem e determinados inimigos e chefes possuem habilidades que são indefensáveis. Já a classe "ranger" pode se desviar, mas o que acontece se você investiu tudo que tinha na "warrior" e "pyromancer"? A resposta é que o chefe levará anos para ser derrotado, porque você não sabia que seria necessário. Em outras palavras, você precisa evoluir as três habilidades de forma igual, mas o jogo não informa isso e o jogador pode ser punido severamente no futuro. É mais por esse fato que Bound by Flame é difícil. Mas não é impossível vencer, só exigirá paciência.

Por outro lado, o sistema de criação de itens é fácil de usar. Não há muitos ingredientes e praticamente tudo pode ser feito, desde poções, itens simples e upgrades para o seu armamento.

Veredito

Bound By Flame é um jogo frustrante e que poderia ser muito melhor se não buscasse ser um RPG épico. Não é horrível, mas é desbalanceado, possui uma história sem inspiração e a dublagem é terrível. Além disso, o sistema de escolhas parece que molda a história, mas isso apenas engana o jogador, já que o fluxo é sempre o mesmo. Por outro lado, temos o gameplay do combate funciona, que de certa forma funciona bem, e os outros sistemas, como o de construção de itens e as três habilidades que podem ser usadas. Na falta de um RPG ocidental na lista atual de jogos de PS4, Bound by Flame pode ser visto como uma opção do tipo "já que não tem muita coisa, vai você mesmo".

Jogo analisado com código fornecido pela Focus Home Interactive.

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Veredito

60

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