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Análise – Raging Loop

Lançada na época perfeita para jogos do gênero, Raging Loop é uma visual novel de mistério e terror, desenvolvida pela Kemco e publicada no Ocidente pela PQube. Apesar de não possuir um histórico louvável ou mesmo memorável de jogos, Raging Loop sempre foi o único jogo da Kemco que sempre foi antecipado pelos fãs de jogos japoneses no Ocidente e, aproveitando a oportunidade, a PQube, empresa por trás do lançamento de inúmeras visual novels no Ocidente, resolveu traduzir o jogo e lançar por aqui.

Raging Loop conta a história de Haruaki Fusaishi, que após um término de relacionamento, decide pegar a sua moto e fazer um mochilão pelo interior do Japão. Após uma longa noite dirigindo, Haruaki acaba se perdendo, pedindo direções num mercado na beira da estrada, onde fica sabendo de um vilarejo não muito longe dali, sua única opção para descanso se não quiser encarar mais horas e horas até chegar na próxima cidade.

Seguindo por uma estrada tortuosa, Haruaki sofre um acidente no caminho e encontra Chiemi Serizawa, uma jovem mulher que o resgata e leva para o vilarejo. No dia seguinte, depois de se habituar um pouco com a região e seus habitantes, um misterioso nevoeiro prende Haruaki e todos os demais que vivem vilarejo, iniciando um jogo de intrigas, mistério, religião, de vida ou morte.

Conforme dita a religião do povoado, o surgimento do nevoeiro marca o início do “banquete”, uma tradição em que lobos se disfarçam como humanos presentes no jogo e a cada dia, os participantes devem decidir quem é um lobo disfarçado de humano e eliminar, ou seja, matar, para que somente os humanos sobrevivam e não fiquem mais presos pelo nevoeiro.

No período da manhã, as pessoas devem decidir quem eliminar do jogo, torcendo para que sejam um lobo. À noite, os lobos se reúnem e eliminam um humano inocente do jogo. Os humanos vencem com a morte de todos os lobos e os lobos vencem com a morte de todos os humanos. Isso, também, com outras funções de guardiões adicionados ao jogo para ajudar os humanos, além de regras específicas a serem seguidas.

Fora o mistério dos lobos e outros guardiões, Haruaki, protagonista do jogo, descobre ter um poder que pode virar o jogo a seu favor: toda vez que morre, ele volta ao início da história, revivendo tudo que aconteceu e podendo tomar novas escolhas para influenciar em novos desdobramentos da história.

Essa premissa do banquete é baseado num jogo que existe, e que, coincidentemente, se chama “Werewolf” (lobisomem, em português). Algumas pessoas também devem reconhecer essa dinâmica dos jogos de máfia na internet, inclusive em fóruns de discussão. Seguem todos a mesma premissa básica, mas essa é a primeira vez que vejo uma visual novel seguindo essa fórmula, inclusive tão à risca dessa maneira.

O foco do jogo, então, são os esquemas de intrigas entre os personagens, como cada um se comporta enfrentando acusações e ameaças, além da religião por trás do vilarejo, que dita como funcionam os banquetes e o papel de cada família dentro da religião. Acompanhar os banquetes e desvendar o mistério por trás desse pequeno vilarejo japonês é bastante excitante.

Algumas comparações aptas ao Raging Loop seriam tanto Higurashi no Naku Koro ni e Umineko no Naku Koro ni. O jogo acaba sendo uma mistura dos dois, dentro das regras do jogo “Werewolf”, com algumas adições à fórmula e mistérios exclusivos.

O começo do jogo, normalmente uma fase expositiva em visual novels, é um pouco parado. Em todo caso, o começo não demora muito, logo em seguida surge o nevoeiro, o jogador é apresentado às regras do jogo e toda confusão acontece. Durante grande parte do jogo, mais perguntas aparecem do que respostas, e essa é a melhor parte do jogo.

Enquanto o jogo vai criando dúvidas e questões na cabeça do jogador, mais interessante a história fica, fazendo com que o jogador queira jogar só mais um capítulo, sobreviver só mais um dia, para ver se alguma resposta aparece das várias questões que surgem.

O final do jogo, no entanto, desaponta. Com um começo expositivo mas curto, e um desenvolvimento que vai ganhando forças a cada capítulo, o final responde tudo de uma maneira não só curta, como também rasa. O jogo possui muitos finais, a maioria são finais ruins e game overs, enquanto o final verdadeiro só surge depois do jogador ter experimentado a maioria desses outros finais.

A arte do jogo se destaca por ser diferente do genérico batido do gênero, apesar de não ser um estilo que agrade a todos. O jogo é inteiramente dublado em japonês e a trilha sonora é curta e ao ponto, não espere muitas faixas diferentes e orquestradas, o orçamento do jogo não parecia comportar, nem mesmo necessitar, algo assim.

No final das mais de trinta horas de jogo, sinto que tive um jogo que boa parte mereceria uma nota bem alta, porém o começo do jogo merecia uma nota menor e o final, uma nota bem mais baixa, afinal de contas, você espera um final compatível com a qualidade do restante do jogo.

Em todo caso, Raging Loop me pegou bem desprevenido, sendo um jogo mais pedido do que comentado no Ocidente, trouxe uma excitação que apenas jogos com mistérios engajantes conseguem criar, e não tem muito que afaste qualquer jogador minimamente interessado em dar uma chance: seu terror não é muito assustador, suas temáticas são interessantes e o “loop” que o jogador se encontra consegue deixar a história fresca até o final do jogo.

Veredito

Raging Loop traz mistério, tradição, terror e intrigas num pacote bem a tempo do Halloween, mas que deve ser lembrado por bem mais tempo.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela PQube.

Winz.io

Veredito

85

Raging Loop

Fabricante: Kemco

Plataforma: ps4

Gênero: Visual Novel

Distribuidora: PQube

Lançamento: 22/10/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Raging Loop brings mistery, tradition, horror and intrigue in a single package just in time for Halloween, but that should be remembered long after it.