Spider-Man recebeu o DLC “The Heist” (O Assalto) em outubro. Apesar de “mais Spider-Man” ser algo bem-vindo, o DLC não foi exatamente impressionante. Trazia conteúdo bastante similar ao jogo base, mas a história – apesar de inconclusiva – se desenvolvia de maneira interessante.
Agora, o segundo DLC (de três previstos) “Turf Wars” (Guerras Territoriais) está disponível. Se você destrinchou o DLC anterior, já sabe o que esperar aqui, pois a lógica continua sendo a mesma.
O DLC continua exatamente do ponto que o anterior terminou, então não vou falar muito sobre a história para não estragar a sua surpresa, caso não tenha jogado ainda. Porém, a história é focada no vilão Hammerhead. Após obter o controle do equipamento que ficou no caminho percorrido pela ocupação militar da Sable International, Hammerhead e sua gangue declararam guerra aos outros Dons da família criminosa Maggia. Spider-Man e Yuri Watanabe, capitã do Departamento de Polícia de Nova York, precisam acabar com a violência antes que toda a cidade entre em uma disputa territorial.
Apesar de ter um início promissor, a história do DLC se torna chata e completamente previsível. Tem momentos que parece que é bastante óbvio o que está por trás e principalmente Spider-Man não se toca no que está acontecendo (vou apenas dizer que é sobre o Projeto Olympus para quem jogou entender esse meu comentário). Além disso, Yuri foi uma personagem que o jogador aprendeu a gostar no jogo base, mas no DLC conseguiram estragar todo esse processo. Yuri ficou chata, fraca (principalmente mentalmente) e com atitudes que só são explicadas se você prestar atenção nos diálogos que Peter tem com Mary Jane nas missões paralelas. É um desenvolvimento de história mal construído.
Isso sem contar no próprio Hammerhead. É um vilão que caiu de paraquedas na história e, ao contrário dos que estão no jogo base, não é um personagem popular. Ou seja, nós sabemos quem é o Abutre ou Electro por causa dos filmes e até mesmo outros jogos. São personagens conhecidos, então apesar de ter sido estranho não terem um desenvolvimento no jogo base, a gente sabe mais ou menos quais são seus poderes, no mínimo. O que Hammerhead é, no fim das contas? Para ter uma noção, o jogo explica uma parte fundamental dele somente no fim do DLC (estou tentando não spoilar ao máximo). O que quero dizer é que Hammerhead é um vilão bem sem graça, e o jogo não conseguiu torná-lo interessante.
Felicia foi muito bem desenvolvida, mesmo estando basicamente apenas no DLC anterior. No jogo base, o “chefe de Peter” também foi muito bem desenvolvido (novamente, sem querer dar spoilers). Se a Insomniac Games desejasse, teria feito um bom trabalho com Hammerhead. Mas, sinceramente, não foi o que vimos aqui.
Deixando a história de lado, vamos falar do conteúdo do DLC. A campanha principal é menor ainda que a do DLC anterior (você consegue terminar em menos de 1h30, provavelmente menos ainda se ignorar todas as coisas paralelas). Em relação às atividades paralelas, há três tipos.
Uma delas é a segunda temporada das lives da Screwball, ou seja, mais missões similares às do Taskmaster mas com algumas modificações (é preciso realizar nocautes num local específico em dados momentos para ganhar pontos extras, por exemplo). Neste DLC, as missões da Screwball englobam combate, um novo desafio dos acessórios (foi visto no DLC anterior e era algo que eu havia elogiado) e um desafio de stealth, que é novidade para as missões de Screwball. No caso do stealth, é preciso nocautear os inimigos em certas áreas em dados momentos, o que tornam as coisas um pouco mais desafiadoras. No entanto, nada disso é impossível, depois que você entende o que precisa ser feito.
Os outros dois tipos de atividades paralelas são os crimes aleatórios, que ainda envolvem nocautear inimigos (com a “novidade” de escoltar a testemunha que uma polícia está levando e que, no fim, é basicamente combate também), e as bases de Hammerhead. Da mesma forma que as bases do jogo principal, são ondas de inimigos que precisam ser derrotadas. O desafio é maior aqui, o que deixam as coisas mais interessantes. Mas, novamente, nada impossível.
Vale mencionar um novo tipo de inimigo neste DLC: um homem comum, de jetpack, porém com escudo e que deixa um rastro daquela eletricidade que impede de Spider-Man usar suas teias temporariamente. O esquema de derrotá-lo é o mesmo de um inimigo com escudo comum, mas por voar você notará diferentes padrões em seus movimentos. Os inimigos de Hammerhead usam equipamento da Sable, então espere encontrar muitas metralhadoras e principalmente as bazucas.
O DLC conta também com três novas roupas (como o anterior e assim como o próximo) que podem ser destravadas. Outra coisa que sempre vale mencionar é que J. Jonah Jameson continua comentando as coisas que acontecem na história através do seu programa Apenas os Fatos.
Finalizando, o DLC oferece “mais do mesmo” e, caso busque por isso, sairá contente. Algumas missões e partes do DLC são interessantes, devo admitir. De uma maneira geral, porém, a história não deixa de ser fraca (além de curta) e o gameplay basicamente não possui novidades.
Veredito
Guerras Territoriais é um DLC bastante simples e curto. Os combates são desafiadores e algumas missões interessantes, mas a história tem um desenvolvimento péssimo e não há novidades no gameplay. Da mesma forma que o DLC anterior, é “mais do mesmo”.
DLC analisado no PS4 Pro com código fornecido pela Sony.
Veredito
Veredict
Turf Wars is a very simple and short DLC. The fighting is challenging and some missions are interesting, but the story has a poor development and there is no novelty in the gameplay. Like the previous DLC, it’s “more of the same”.