Análise – Hitman 2

Se você fosse um assassino de aluguel, como lidaria com a pressão de matar grandes nomes do crime? O Agente 47 não sabe o que significa a palavra limite, e pra ele, tirar do mapa os mafiosos de plantão é brincadeira de criança.

Hitman é um título que nasceu na era PS2 e vem sendo apresentado a novos públicos a cada geração. Os primeiros jogos tinham alguns problemas de jogabilidade, porém, com a chegada da série ao PS4, a parte técnica que antes deixava a desejar, acabou sendo aprimorada.

Com gráficos melhores apresentados, suporte a HDR, boa trilha sonora e a volta do jogo completo, sem a venda separada por episódios, o novo título do nosso assassino (do bem) favorito está um pouco melhor que seu antecessor.

A história de Hitman 2 se passa algum tempo depois dos acontecimentos do título lançado em 2016. Ainda atrás do Shadow Client e sua milícia, o Agente 47 continua trabalhando com a International Contract Agency (ICA), responsável pela contratação de assassinos.

Ao contrário do que se pensa, o Agente não foi contratado para assassinar qualquer um. Apenas aqueles que ameaçam a segurança global acabam sendo seus alvos. Porém, nada impede que durante as missões ele mate um inocente ou outro para manter seu disfarce seguro. Claro que isso lhe custa pontos, então é melhor pensar duas vezes antes de fazer.

Como de praxe na série, você não segue um caminho no cenário onde eles são interconectados, como em Tomb Raider, por exemplo. Cada assassinato ocorre em um país diferente, obrigando o jogador a criar uma estratégia para cada um dos estágios.

Caso você tenha perdido algo da história do Agente e sua entrada na ICA, saiba que Hitman 2 traz um prólogo do treinamento que ele recebeu para tornar-se o assassino profissional que é hoje. Embora seja um pouco chato, ele é importante para você se adaptar aos comandos e rever alguns acontecimentos. Além disso, o jogo inteiro está localizado para o nosso idioma, facilitando o entendimento.

As missões de Hitman 2 são bem curtas, principalmente quando as dicas de assassinato são usadas.  No geral, você leva seis horas para fechar a campanha principal, porém, isso não é regra, tendo em vista que é possível concluir cada estágio em até 20 minutos.

Caso você faça o tipo explorador e queira adquirir tudo do jogo, mais do que 20 minutos serão necessários em cada estágio, aumentando a vida útil do título. Ao concluir cada uma das missões, pontos são adicionados à barra Mastery, permitindo que o cenário seja jogado novamente, mas de uma perspectiva diferente. Além disso, novos itens iniciais podem ser adicionados ao seu kit de assassino, como fio de fibra e veneno de rato.

Embora Hitman 2 tenha várias janelas de oportunidades para você matar seus inimigos, nem sempre elas são ativadas a tempo. Quando isso acontece, a sugestão de assassinato desaparece do menu, obrigando você a tomar outras decisões. Mesmo que elas sejam mais “bobinhas”, inspiram o jogador a fazer o serviço da forma mais básica possível, como arremessar uma tesoura no alvo à distância, por exemplo.

Para cumprir sua missão, o Agente 47 pode se vestir do que quiser, podendo também montar armadilhas para seus inimigos. Porém, é preciso ficar atento ao disfarce e local. Os personagens da área conhecem muito bem os empregados que tem, e sempre que uma bolinha branca aparecer na cabeça desses NPCs, fuja, pois eles podem acabar com seu disfarce.

Hitman 2 pode ficar o tempo todo conectado à rede. No modo principal, por exemplo, isso é um terror, pois quando o servidor fica online, as cenas de história são puladas sem quem você aperte qualquer botão. Esse erro prejudica muito o entendimento do enredo, obrigando o jogador a iniciar a campanha offline.

Embora a conexão com a rede prejudique um pouco a história principal (problema que pode ser facilmente resolvido com uma atualização), o modo online pode ser visto como uma adição muito bem-vinda, justificando os novos recursos disponíveis.

Dentre as novidades temos o Ghost Mode, que funciona como uma forma de competição entre assassinos. Você e o outro jogador são colocados no mesmo cenário e ponto de partida, porém, em mundos paralelos. A missão é matar cinco alvos sem que hajam testemunhas, coisa que nem sempre é possível fazer. Se alguém testemunhar o crime, o contador não dá pontos, e se algum inocente morrer, ele pode ser zerado. Mesmo sendo uma adição bacana, é um modo que não te segura por muito tempo, tornando-se repetitivo após algumas partidas.

Outros dois modos que chegaram para tentar aumentar o fator replay de Hitman 2 foram o Sniper Assassin e Contracts Mode. No primeiro você assume o papel do Agente 47 (single player) ou outros dois personagens (multiplayer) para assassinar personagens específicos. Munido apenas de uma sniper, é preciso eliminar os alvos e a maior quantidade de seguranças possíveis. Os pontos adquiridos aqui aumentam seu nível, porém, assim como o Ghost Mode, também cansa rápido.

O Contract Mode, por sua vez, acaba sendo a novidade mais interessante do título. Você escolhe qualquer uma das missões disponíveis e, enquanto joga, decide quem serão os alvos, se o assassinato terá tempo para ser executado e que tipo de item será preciso usar para matá-los. Após criar o seu contrato, é possível compartilhar na rede para que outras pessoas aceitem o trabalho.

Hitman 2 tem bastante conteúdo para ser desbloqueado, porém, boa parte de seus extras não atraem o suficiente. Um dos maiores problemas aqui está na necessidade (se você se importa com a história) de se comprar a versão Gold, que vem com todos os episódios do primeiro título. Para os desinteressados no enredo, o novo jogo da IO Interactive pode proporcionar bons momentos no papel do Agente 47.

Jogo analisado no PS4 padrão com cópia digital fornecida pela Warner Bros. Interactive do Brasil.