Prototype é desenvolvedora japonesa responsável por trazer para consoles uma longa lista de grandes nomes do gênero de visual novels no Japão, incluindo Clannad, a trilogia Grisaia e os jogos da série Flowers. Depois de uma espécie de acerto com a Sekai Project, que localizou e lançou alguns desses jogos para PC no Ocidente, há algum tempo a Prototype decidiu lançar por conta própria as versões de consoles desses jogos.
Da lista que inclui justamente Clannad, Planetarian e a trilogia Grisaia, Fatal Twelve era o único nome da lista de jogos que a Prototype começou a publicar no Ocidente que até então eu desconhecia. Após tentar contato em algumas oportunidades com a empresa, decidi comprar por conta própria o jogo e dar uma chance.
Fatal Twelve, desenvolvido pela LYCORIS, é um jogo cuja história começa com o fim da protagonista, Shishimai Rinka, uma jovem colegial que também cuida da cafeteria de sua avó. Após se encontrar com a sua amiga Naomi na estação de metrô e juntas seguirem caminho, um atentado terrorista acontece justamente no vagão em que elas estão e para salvar a sua amiga, Rinka entra no caminho da explosão e perde sua vida a protegendo.
Rinka acorda no dia seguinte como se nada tivesse acontecido e segue a sua vida durante uma semana, sem entender ao certo o que tinha acontecido. Logo em seguida, ela entende a situação em que se encontra e se depara com uma espécie de segunda chance na vida, e para isso, deverá participar, entre outros onze participantes, da Divine Selection (seleção divina).
A Deusa Parca, uma figura misteriosa que surge durante os sonhos dos participantes, aparece para promover essa espécie de jogo, que decidirá, ao longo de doze semanas, quem será o último participantes que sairá da disputa vivo e com uma verdadeira segunda chance na vida.
A seleção consiste num jogo de informações, em que cada um deverá investigar e descobrir o nome, a causa da morte e o arrependimento dos outros participantes, para então elegê-los durante a próxima reunião, eliminá-los da disputa e garantir mais uma semana dentro do jogo.
Rinka, sendo uma jovem colegial, se envolve então numa intriga envolvendo pessoas de todo tipo de idade, nacionalidade e histórico. Crianças, adultos, idosos, estrangeiros, várias pessoas agora estão com seus destinos interligados por conta da seleção divina e deverão fazer de tudo para garantir a sua segunda chance ao final do jogo.
Enquanto a seleção acontece nos sonhos dos personagens uma vez por semana, eles devem aproveitar seus dias para seguir com a sua vida normal, para largar tudo e caçar os outros participantes, ou mesmo para aproveitar este tempo que lhes resta para realizar algum sonho que tenha sido cortado subitamente com as suas mortes.
A história de Fatal Twelve, além de uma história de mistério e intriga, também é uma história de romance. Na seleção, Rinka também descobre que Miharu, sua amiga do colégio também está participando, que logo revela para Rinka o seu amor e determinação para que Rinka seja a última sobrevivente da seleção e sobreviva ao jogo.
Como Rinka irá lidar com o seu mundo virando de cabeça para baixo, com situações completamente perigosas e inusitadas, conhecendo pessoas totalmente diferentes de si, além de não poder fugir dos sentimentos de outra pessoa que a ama, é o grande trunfo de Fatal Twelve. Fica o aviso, porém, que o jogo lida em alguns momentos com assuntos bastante sensíveis, como suicídio e abuso.
Como as visual novels mais clássicas, a jogabilidade se restringe às escolhas feitas por Rinka em alguns momentos-chave do jogo, e a partir dali que você poderá traçar o caminho para chegar a alguns finais diferentes. Nada muito fora do esperado de jogos do gênero em que o foco é a história.
A arte do jogo é ótima, porém em alguns momentos, chega a ser estonteante. Algumas das cenas do jogo, principalmente as relacionadas à Deusa Parca e quando Rinka e Miharu estão juntas, me impressionaram bastante, vindo de um jogo que até então não teve uma repercussão muito grande e de um estúdio que tem apenas três jogos em seu portfólio.
A trilha sonora também foi muito bem pensada, pois apesar de ser um jogo com apostas muito grandes, ou seja, personagens que estão se defrontando com uma segunda chance à vida, tem várias cenas calmas e emocionantes entre os personagens, fluindo bem e se adaptando a cada diálogo. O jogo inteiro é dublado em japonês, com opção de legendas em inglês ou japonês.
Após cerca de vinte horas, é possível completar o jogo e todos os seus finais alternativos, que não são muitos. Acompanhar uma história dessas e ver o seu desfecho foi uma das maiores surpresas que tive esse ano, começando o jogo sem saber quase nada sobre.
Talvez o único ponto realmente negativo seja seu preço, comparado à versão de PC, mas fora isso, foi capaz de me surpreender mais que algumas figurinhas carimbadas do gênero neste ano. Fica a recomendação para alguém que quiser dar uma chance a um jogo menos reconhecido, pouco comentado, mas com tamanha qualidade para ficar entre os melhores lançamentos do gênero nesse ano.
Veredito
Depois de lançar grandes nomes, é com Fatal Twelve que a Prototype mostra que também é possível encontrar qualidade em portar visual novels menos conhecidas para consoles.
Jogo analisado no PS4 com cópia física adquirida pelo redator.
Veredito
Veredict
After releasing brand names, it’s with Fatal Twelve that Prototype shows it’s also possible to find quality in porting lesser known visual novels to consoles.