Análise – Antigraviator

Jogos de corrida futurísticos foram praticamente abandonados pelas grandes produtoras fazendo com que desenvolvedores menores tentassem satisfazer esse nicho de mercado. Ainda assim, são raros os lançamentos desse gênero hoje em dia e encontrar um bom jogo é ainda mais difícil, especialmente porque, inevitavelmente, serão comparados com os grandes clássicos do passado. Antigraviator, felizmente, é um ótimo jogo e um dos melhores lançamentos para esse nicho de mercado nos últimos tempos mesmo que, por pouco, não chegue ao mesmo nível que os clássicos.

Antigraviator têm uma grande semelhança com dois títulos: F-Zero e Split/Second. Assim como F-Zero, a jogabilidade em Antigraviator foca em utilizar turbos na pista e do próprio veículo em conjunto para sempre permanecer em velocidades altíssimas. Ao contrário de F-Zero, os turbos dos veículos de Antigraviator utilizam de uma carga especial que, usualmente, pode ser obtida durante cada corrida e é reposta automaticamente em alguns modos. Cada veículo têm sua capacidade de cargas e o veículo que utilizei em boa parte do jogo permitia guardar até cinco turbos. É uma alternativa interessante e que funciona muito bem, no entanto, as cargas tendem a favorecer demais quem está nas primeiras posições, pois não são imediatamente recolocadas quando obtidas. Pode-se dizer que as cargas compensam o fato do primeiro lugar ser o alvo de todos os demais corredores, no entanto, o turbo tem uma vantagem muito mais notável do que as demais opções.

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O freio funciona como uma derrapagem nos controles do veículo, permitindo que o mesmo realize curvas mais facilmente sem diminuir sua velocidade. Conforme o jogador se torna mais habilidoso com as mecânicas, é possível completar voltas inteiras sem colidir e manter uma velocidade alta com ajuda dos turbos. O jogo ainda conta com uma mecânica de rolamento que, em tese, serviria para afastar oponentes e desviar de armadilhas, mas seu uso é muito limitado, pouco preciso e pouco eficiente para tornar-se uma mecânica importante.

A influência de Split/Second, por sua vez, é mais sutil e também a mais problemática dentro do jogo. Para os que não conhecem, Split/Second foi um jogo de corrida lançado para o PS3 e 360, produzido pela Black Rock Studio e distribuído pela Disney, cuja principal mecânica era ativar armadilhas durante uma corrida que poderiam destruir carros de oponentes ou, até mesmo, alterar o percurso da pista. Foi um excelente jogo de corrida, mas que não teve boas vendas ou continuação para refinar suas mecânicas.

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Antigraviator utiliza da mesma mecânica de armadilhas durante uma corrida, sendo possível ativá-las quando um oponente passa perto delas. As armadilhas são mísseis, jatos de água que embaçam a visão, choques, fechamento de algumas rotas, entre outros. Até mesmo a HUD é similar à Split/Second, no entanto, nem a HUD e nem as armadilhas (como estão implementadas) são adequadas para um jogo de corrida futurística, cuja sensação de velocidade é muito superior a um jogo de corrida normal. A HUD se movimenta junto com o veículo, portanto, ter uma boa visão de qual sua posição, velocidade e número de cargas significa tirar a atenção do jogador da pista. Em um jogo que reações rápidas são necessárias, a atenção do jogador deve estar na pista o tempo todo, fazendo com que a HUD deva ser praticamente ignorada.

As armadilhas, por sua vez, são quase um elemento secundário no título, pois dificilmente atrapalham ou ajudam o jogador a alcançar oponentes distantes. Os mísseis, por exemplo, diminuem temporariamente a velocidade do veículo, enquanto que outros efeitos atrapalham a visão da pista.

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Os efeitos, no entanto, são breves demais e mesmo que consiga destruir o veículo oponente, o mesmo logo reaparece, portanto, as armadilhas dificilmente afetam o resultado final de uma corrida. Para piorar, a utilidade das armadilhas varia demais com algumas que são virtualmente inescapáveis (especialmente o míssil) e outras que são facilmente ignoráveis. Isso faz com que mesmo utilizando as armadilhas que efetivamente acertam seu oponente, seu efeito é tão baixo que acaba por não ajudar muito em uma corrida e, consequentemente, a mecânica em si acaba por tornar-se quase inútil no pacote.

Mesmo sendo um jogo de uma desenvolvedora pequena, Antigraviator tem 18 pistas únicas, um bom número para um título desse tamanho, divididos em cinco locais diferentes como ilhas, espaço, deserto, etc. Cada pista têm um modo reverso, portanto, a contagem final é de 36 pistas e com a opção de se jogar em modo espelho. No entanto, o título peca na quantidade de veículos, sendo estes apenas 4 disponíveis com a possibilidade de se alterar suas cores, visuais e algumas partes para garantir aceleração e velocidades maiores ou maior robustez ou maior capacidade de cargas.

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O jogo possui três modos principais: Campanha, corridas simples e o online, sendo que este último já se encontra completamente morto. O jogo têm uma versão para PC, mas aparentemente não possui cross-play e foi também impossível achar uma corrida aberta seja no modo ranqueado ou casual. Corridas simples permite que o jogador decida uma pista e um modo e tente conquistar tempos cada vez melhores. Observando pelas leaderboards, o título infelizmente passou despercebido pelo público geral.

A campanha é dividida em vários torneios, sendo que cada um possui quatro eventos. Os desenvolvedores foram bastante inteligentes na divisão dos eventos da campanha, variando bastante entre os biomas e as pistas para que o jogador não pudesse se cansar de uma fase tão facilmente. Caso o jogador vença o torneio em primeiro lugar, ele pode avançar para o próximo. Há um prêmio de créditos para até o terceiro lugar e esses créditos permitem a compra de novas partes para a nave e demais customizações.

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Os eventos da campanha tem diferentes regras como, por exemplo, corridas sem armadilhas e que o turbo é preenchido periodicamente, corrida contra o relógio, eliminação por volta, entre outros. É um conjunto meio básico de regras, no entanto, servem bem para dar uma variada na experiência de jogo. O negativo fica por parte de bugs bastante estranhos que ocorrem em alguns modos. Por exemplo, o modo eliminação por volta entende que o primeiro colocado encerra sua corrida ao completar o número de voltas e o remove da corrida nesse instante, dando a vitória para um outro corredor. Outro bug mais preocupante fica por parte do desempenho do título que trava brevemente e depois resume a ação como se nada tivesse ocorrido. Esse problema acontece muito brevemente, mas mesmo uma fração de segundo pode significar a diferença entre vitória e derrota e, infelizmente, também ocorreu de maneira frequente o suficiente para se tornar um incomodo.

Veredito

Antigraviator têm fontes bastante óbvias de inspiração e, dentro de seus limites, traz uma ótima experiência que faz falta no mercado atual. Um polimento mais preciso de algumas mecânicas e esse poderia ter se tornado um clássico.

Jogo analisado no PS4 padrão com código fornecido pela Iceberg Interactive.

Veredito

85

Antigraviator

Fabricante: Cybernetic Walrus

Plataforma: ps4

Gênero: Corrida

Distribuidora: Iceberg Interactive

Lançamento: 29/10/2019

Dublado:

Legendado:

Troféus:

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Veredict

Antigraviator has inspiration sources that are pretty obvious and, within its limits, does a great job to deliver a satisfying experience that the current market lacks. A better refinement would be greatly appreaciated and could make this game into an instant classic.