Aliens: Dark Descent – Review

Mesmo depois de quase 44 anos desde sua estreia com seu filme de 1979, a franquia Alien continua bem viva. Além da promessa de gravação de uma nova série de TV pelo canal americano FX ainda em 2023, foi lançado pela Focus Entertainment no último dia 20 de junho o jogo Aliens: Dark Descent.

O game desenvolvido pela Tindalos Interactive lembra muito os jogos XCOM, não só por ter como tema principal alienígenas, mas principalmente pelo mesmo estilo (inclusive visualmente) da franquia que é até hoje referência no gênero de estratégia em turnos, mas com uma pequena exceção… apesar de te forçar a bolar suas melhores estratégias para avançar na história, Aliens: Dark Descent não é um jogo em turnos, o que pode ser um dos aspectos mais desafiadores do título.

Aliens: Dark Descent
O Códice é o local no menu que vai te ensinar absolutamente tudo sobre cada coisinha do jogo.

Aliens: Dark Descent se destaca pela sua dificuldade e demanda uma dedicação considerável dos jogadores, sendo necessário investir tempo e esforço para superar os desafios que surgem ao longo da jornada. Um dos pontos que contribuem para sua complexidade é a quantidade de tutoriais e informações apresentadas já desde o início. Embora seja útil ter uma base sólida, algumas dessas informações importantes podem facilmente ser esquecidas conforme novos recursos e mecânicas são introduzidos.

Isso pode levar a momentos de frustração, já que o jogador pode se sentir sobrecarregado com tantos detalhes para assimilar e aplicar. Cada elemento tem um propósito específico e exige uma compreensão cuidadosa por parte dos jogadores, que precisarão utilizá-los da melhor maneira para o gerenciamento de recursos escassos e a navegação por ambientes hostis. Essa abordagem intensiva pode ser cativante para jogadores que apreciam desafios complexos, mas pode afastar aqueles que buscam uma experiência mais acessível ou casual.

Aliens: Dark Descent
Em meio a tantas situações inesperadas, às vezes será necessário carregar um fuzileiro abatido, o que faz com que sua equipe fique mais lenta.

Desde o início, fica evidente que Aliens: Dark Descent não é para os fracos de coração. Além da curva de aprendizado ser íngreme, como mencionado antes, não é possível alterar a dificuldade depois de iniciar a campanha. Essa falta de flexibilidade pode ser frustrante para aqueles que desejam ajustar a dificuldade com base em sua experiência ou preferência de jogo, que podem desanimar se a dificuldade escolhida se mostrar excessivamente desafiadora ou fácil demais.

Aliens: Dark Descent apresenta cutscenes com gráficos impressionantes, proporcionando uma experiência visualmente cativante. No entanto, é notável que os rostos dos personagens e suas expressões faciais não recebem o mesmo nível de refinamento, o que pode diminuir a imersão e a conexão emocional com a história em alguns pontos específicos. Apesar desse aspecto, as cutscenes ainda são capazes de criar um impacto significativo, com sequências bem produzidas que se assemelham a assistir a um filme. Essa abordagem cinematográfica é evidente no trailer com foco na história, que consegue transmitir a atmosfera tensa e envolvente da narrativa.

Aliens: Dark Descent
Os gráficos pecam um pouco apenas nas expressões faciais dos personagens, mas o resto é todo muito bem feito.

A opção de língua portuguesa está presente nos menus e nas legendas das cenas iniciais. No entanto, é decepcionante constatar que a maioria dos diálogos subsequentes não possui nosso idioma, limitando a compreensão do enredo para aqueles que dependem das legendas. Essa inconsistência pode ser frustrante, especialmente para os jogadores que desejam aproveitar completamente a história e os diálogos do jogo.

Mas vamos falar primeiro da história de Aliens: Dark Descent. Não que a premissa de aliens assassinos seja uma novidade para os apreciadores do gênero, mas os que valorizam uma boa narrativa vão se interessar pelo menos pelo que causa o início de toda essa situação que precisarão enfrentar. E tudo começa com um evento catastrófico em uma estação espacial em órbita da colônia espacial Lethe, quando alguém liberta um xenomorfo antes aprisionado em uma nave de carga. Essa única criatura é suficiente para desencadear um verdadeiro pesadelo no local, matando quase todos os presentes.

Aliens: Dark Descent
Stress pode ser um fator preocupante durante as missões, mas os fuzileiros podem criar um abrigo ao selarem todas as portas de uma sala para reduzir o nível de stress e salvar o jogo.

Maeko Hayes, vice-supervisora da megacorporação Weyland Yutani, já estava percebendo que havia algo estranho e tentou alertar seu superior no comando, mas foi simplesmente ignorada. Perseguida e quase morta pelo xenomorfo, ela é resgatada por fuzileiros da Otago, nave de assalto do Corpo de Fuzileiros Navais Coloniais dos Estados Unidos, que inclusive precisará ser reparada durante todo o jogo. A agora supervisora Hayes será responsável por liderar os remanescentes dos fuzileiros espaciais que caíram na superfície do planeta. Os aliens estão se espalhando pela colônia, e o tempo é crucial para localizar outros sobreviventes, encontrar uma forma de escapar de Lethe e evitar que o planeta caia completamente nas garras dessas criaturas letais.

A Otago será sua base, e é nela que a preparação para as missões vai acontecer. Lá você poderá treinar fuzileiros novatos, comprar novas armas, cuidar dos feridos (física e psicologicamente) e desenvolver novas tecnologias com material genético alienígena, que serão de grande ajuda na sua jornada. Cada fuzileiro terá uma classe, com habilidades específicas que serão úteis em distintas situações. Alguns controlarão drones, outros não se cansarão, outros ainda abrirão fechaduras criptografadas ou até mesmo aumentarão o número de vezes que você poderá utilizar armas especiais em batalhas. As possibilidades são inúmeras.

Aliens: Dark Descent
No mapa do jogo, os objetivos são mostrados em amarelo, os inimigos como círculos brancos e os fuzileiros verdes.

Vale ressaltar o cuidado especial que você deve ter com cada um dos fuzileiros de Aliens: Dark Descent. Uma vez mortos, eles não voltam. Todo o tempo e esforço utilizado em seu treinamento já era, e será necessário treinar outro fuzileiro desde o início. Existe, inclusive, um memorial na base, homenageando os fuzileiros que morreram em serviço.

Durante as incursões, uma dica válida é sempre tentar ficar em silêncio e evitar ao máximo que inimigos vejam seus fuzileiros. Claro que haverá momentos em que seguir essa estratégia não será possível, então lembre-se de utilizar todos os recursos que tiver disponíveis, como as armas de sentinela, minas, detectores de movimento, entre outros. Se não tiver jeito, talvez a melhor solução seja extrair o time e tentar concluir a missão depois. Pode ser um pouco frustrante, mas pelo menos os fuzileiros permanecerão vivos e outros poderão voltar ao local para concluir os objetivos depois.

Jogo analisado no PS5 com código fornecido pela Focus Entertainment.

Veredito

Aliens: Dark Descent é um jogo desafiador e envolvente, com cutscenes impressionantes e uma atmosfera cinematográfica. Embora a falta de legenda em português nos diálogos subsequentes seja decepcionante, a história cativante e a jogabilidade estratégica compensam. Apesar desses serem pontos muito positivos para alguns, porém, podem tornar o longo e denso título cansativo para outros.

84

Aliens: Dark Descent

Fabricante: Tindalos Interactive

Plataforma: PS4 / PS5

Gênero: Ação / Estratégia

Distribuidora: Focus Entertainment

Lançamento: 20/06/2023

Dublado: Não

Legendado: Sim

Troféus: Sim (inclusive Platina)

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Veredict

Aliens: Dark Descent is a challenging and immersive game with impressive cutscenes and a cinematic atmosphere. Although the lack of subtitles in Portuguese in subsequent dialogues is disappointing, the captivating story and strategic gameplay make up for it. Although these are very positive points for some, however, they can make the long and dense title tiring for others.


Bruno Ribeiro
Bruno Ribeirohttps://linktr.ee/evankendal
Jornalista por formação, professor de inglês por ocupação (e por amor), e escritor já há mais de 20 anos, mas que só agora tomou vergonha na cara e resolveu se dedicar mais a essa área, publicando alguns trabalhos e escrevendo sobre jogos, uma de suas grandes paixões.